O período conhecido como Pré-colombiano foi marcado pelo surgimento de várias civilizações no continente americano, algumas delas muito avançadas para a época, tais como Astecas, Maias e Incas.
Os Incas se desenvolveram na América do Sul ao longo dos cinco séculos anteriores à chegada dos espanhóis, dominando uma região que ia desde o Equador até a região central do Chile.
Origem dos Incas
A região dos Andes era habitada há séculos por vários povos, dentre os quais se destacam as culturas Chavin, Moche e Tiahuanaco. Por volta de 800 d.C., os habitantes de Tiahuanaco já tinham conquistado toda a costa meridional. No ano 1000 d.C. foi a vez da cultura Chimu prosperar no Norte. Já os Incas surgem a partir do século X, quando se estabeleceram em Cusco, aumentando seu poder de forma paulatina sobre as outras culturas e atingindo o seu apogeu no século XV.
Expansão dos Incas
Os Incas tinham um exército muito bem organizado, o que lhes possibilitou expandir seus domínios sobre outras cidades. Os povos conquistados pagavam tributos, mas, em geral, eram bem tratados. À medida que seus domínios aumentavam, aumentava também a propagação da sua cultura.
Ao seu final, esse povo havia construído um império, formado por uma miscelânea de línguas, culturas e povos. A máxima extensão do Império Inca ocorreu a partir do ano 1450, com o comando de uma vasta região que incluía o Peru, a Bolívia, a maior parte do Equador e uma grande porção do Chile atual.
Chegada dos espanhóis
Os espanhóis, liderados por Francisco Pizarro, chegaram aos territórios incas por volta de 1526, e ficaram maravilhados com a riqueza que viram. Pizarro voltou à Espanha em busca de mais recursos, e retornou à América com a autorização para conquistar toda a região.
Quando Pizarro chegou ao Peru, em 1532, havia estourado uma guerra civil entre os dois filhos do rei Huayna Capac, Atahualpa e Huascar. Além disso, a varíola, doença trazida pelos europeus, já havia se espalhado pelo continente, e atingia o Império Inca em cheio, deixando-o bem enfraquecido. Ainda assim, o exército nativo dispunha de uma força considerável, o que levou os espanhóis a buscar aliados entre as cidades que haviam sido subjugadas pelos Incas, aumentando, dessa forma, suas forças.
Pizarro esperou que a guerra fosse resolvida, com vitória de Atahualpa, recebendo depois um convite deste para um encontro. Nesse encontro, Pizarro se aproveitou da inocência do jovem rei, que estava acompanhado de uma pequena comitiva, para aprisioná-lo. Com o rei Inca aprisionado e o império enfraquecido, os espanhóis conseguiram alcançar vitórias em várias batalhas. Em 1533, Atahualpa foi condenado à morte, fato que selou a conquista do Império Inca pela Espanha.
Organização da sociedade Inca
A sociedade Inca era fortemente estratificada e baseada em quatro principais classes:
- Na primeira estavam família real, nobres, líderes militares e líderes religiosos. O rei Inca era uma figura divinizada, considerado um descendente dos deuses;
- Na segunda estavam os governadores das quatro províncias em que o Império Inca era dividido. A eles cabia organizar as tropas, coletar os tributos e impor a lei e a ordem;
- A seguir vinham os oficiais militares locais, responsáveis pelos julgamentos menos importantes e pela resolução de pequenas disputas locais;
- Por fim estava a classe dos camponeses, que eram a maioria da população.
A economia era baseada na agricultura e na caça. Os agricultores Incas possuíam avançadas técnicas para aproveitar o solo seco e as regiões montanhosas que dominavam a maior parte do território.
Religião, Arquitetura e Medicina
Na religião, reverenciavam o Sol e a Lua como entidades divinas, e de quem o rei Inca descendia. Já a arquitetura se desenvolveu bastante na construção de templos religiosos, dos quais destacam-se o Templo do Sol, em Cusco, e o Templo do Sol, no Lago Titicaca. A maioria dessas construções era feita utilizando uma técnica fascinante de encaixe de pedras.
A medicina praticada pelos Incas era extremamente avançada para a época, muito superior, por exemplo, à praticada na Europa. Conheciam e faziam uso de várias ervas para diminuir a dor e evitar infecções. A prática mais intrigante era a da trepanação, que consistia em uma abertura no crânio para aliviar a pressão causada pelo acúmulo de fluidos após um trauma craniano grave. Evidências arqueológicas mostram que a técnica foi aperfeiçoada ao longo do tempo, e muitas pacientes sobreviveram ao procedimento (que ainda é realizado, de maneira similar, até hoje).
Também, sacrifícios humanos e de animais eram largamente praticados.