Entre os anos 400 e 200 a.C., um matemático indiano, chamado Pingala, desenvolveu um código binário de sílabas longas e curtas. Naquela época, a tecnologia era extremamente limitada e, por isso, não havia um desenvolvimento de sinais específicos para cada uma das letras a fim de que seu uso fosse compreensível.
Tudo mudou em 1835, quando Samuel Finley Breese Morse criou o aparelho conhecido como telégrafo elétrico, graças à popularização da eletricidade. Esse dispositivo usava corrente elétrica para controlar imãs que emitiam e recebiam pulsos de forma intermitente.
Dali, surgiu o Código Morse. Saiba o que ele é, um pouco de sua história e como escrever usando esse código tão interessante!
O que é o Código Morse?
Você, provavelmente, já assistiu algum filme, em especial os ambientados em períodos de guerra, que conta com uma comunicação/linguagem por fios ou rádios, com sons de curta e longa distância, muito usado por governos e militares. Esse é o tal do Código Morse!
O Código Morse é definido como um sistema de comunicação binário, que representa letras, números e sinais de pontuação por meio de um sinal cifrado e irregular.
Na realidade, o Código Morse é composto por dois símbolos para representar uma mensagem: pontos (.) e traços (-), sendo que os pontos são chamados de dits e os traços de dahs. Os símbolos devem ser organizados de maneira adequada e conforme o ritmo e intervalos que aparecem para se decifrar uma mensagem corretamente.
Embora não seja mais tão utilizado como era no passado, o Código Morse ainda pode ter grande utilidade nos dias de hoje. Um dos principais sinais do Código Morse é o SOS (…—…).
O telégrafo elétrico – aparelho pelo qual se transmite as mensagens em Código Morse – é ligado por fios e eletroímãs a um lápis feito de ferro, que é movido por uma bobina que marca, de maneira instantânea, os sinais em papel recebidos por meio de sons curtos e longos.
Pelo Código Morse, é possível transmitir dez palavras por minuto. Os sons curtos são os dits, enquanto os dah são os longos – três vezes maiores do que os curtos, para você ter uma ideia. Intervalos precisos de tempo são determinantes para a passagem de letra para a letra – uma pausa maior irá sinalizar que a palavra está completa.
História do Código Morse
Antes de ser oficialmente lançado, o Código Morse foi muito testado até ter sua primeira transmissão entre as cidades de Washington e Baltimore, no ano de 1844, enviando a seguinte frase: “Que obras fez Deus!”.
Vale ressaltar que, de início, Morse intencionava transmitir somente números e fazer uso de um dicionário para relacioná-los às palavras, mas, no fim, acabou criando códigos para as letras também, permitindo uma transmissão mais complexa de mensagens.
Durante os anos seguintes à criação do Código Morse, alterações e revisões foram feitas. Em 1865, o Congresso Internacional Telegráfico oficializou as alterações como o padrão internacional.
Podendo ser transmitido por pulsos elétricos, ondas eletromagnéticas pelo rádio, som e sinais visuais (como luzes piscando), o Código Morse é, ainda hoje, a única maneira de modulação existente que pode ser entendida por qualquer pessoa sem necessitar de auxílio ou uso de computadores – podendo ser utilizado em qualquer idioma que faça uso do alfabeto latino.
No período da Primeira Guerra Mundial, o Código Morse foi amplamente utilizado. Por curiosidade, até o ano de 1999, ele foi empregado como o padrão internacional para comunicações marítimas.
Em 2003, ocorreu a inserção de um código para representar o “@”. Essa foi a única alteração realizada desde o período de guerra.
Posteriormente, essa linguagem foi substituída pelo Sistema Mundial de Socorro e Segurança Marítima.
Como utilizar o Código Morse?
Embora tenha se tornado cada vez mais obsoleto, por conta dos avanços tecnológicos, o Código Morse pode ser aprendido e utilizado por qualquer pessoa, principalmente quando se busca a simplicidade nas transmissões de mensagens.
Confira, na tabela abaixo, como são descritos os números e as letras em Código Morsa:
Para utilizar o Código Morse, você precisa seguir a tabela de códigos que representa cada letra e número, porém não se deve esquecer da importância de reconhecer os intervalos entre letras e palavras, que são classificados em quatro:
- Intervalo entre caracteres (entre pontos e traços);
- Intervalo curto (entre letras);
- Intervalo médio (entre palavras);
- Intervalo longo (entre frases).
Mesmo que pareça ser de fácil identificação quando for fazer a leitura no papel, a complicação pode ser maior para o som e o piscar das luzes. A nível de curiosidade, um dah tem a duração de 3 dits, enquanto que o tempo de um dit é usado para o intervalo entre caracteres e o de um dah é para os intervalos curtos. Por exemplo, você deve usar o período de 7 dits para o intervalo médio e 4 dahs para intervalos longos.