As conjunções subordinativas, ao lado das conjunções coordenativas, formam os dois principais tipos de conjunções da língua portuguesa. Neste artigo do Gestão Educacional, você verá tudo a respeito das conjunções subordinativas. Confira!
O que são conjunções?
Antes de vermos detalhadamente o que são conjunções subordinativas, convém revisarmos brevemente o que são conjunções, em si.
As conjunções são tipos de palavras cuja função é a de estabelecer uma relação entre duas orações ou dois termos semelhantes. Há dois grandes tipos de conjunções: as coordenativas e as subordinativas. Veja os exemplos abaixo:
(1) Gosto de legumes e versuras.
(2) Tenho andado muito cansado, porque tenho trabalhado muito.
Em (1), temos uma conjunção do tipo coordenativa aditiva (“e”), pois está apenas relacionando dois elementos de uma mesma natureza. Os elementos relacionados no exemplo em questão são termos semelhantes (substantivos).
Caso queira aprofundar o seu entendimento quanto as conjunções coordenativas, confira este outro artigo do Gestão Educacional.
Já em (2), a conjunção é do tipo subordinativa causal (“porque”) e está relacionando duas orações, e não dois termos. Não apenas isso: a conjunção está introduzindo uma oração que tem a significação subordinada à primeira oração, estabelecendo, portanto, uma relação de subordinação (daí o nome “conjunção subordinativa”).
Vejamos agora, de maneira mais detalhada, o que são e quais são as conjunções subordinativas.
O que são conjunções subordinativas?
Como vimos, as conjunções subordinativas são responsáveis por relacionar duas orações, introduzindo à primeira oração uma nova oração que completa ou determina o sentido da primeira. Diferentemente das coordenativas, as subordinativas não ligam termos isolados, apenas orações.
Veja o exemplo, abaixo, para compreender melhor a relação de subordinação estabelecida pelas conjunções subordinativas:
- Marcela não alcançou seus objetivos, ainda que tenha se esforçado ao máximo.
Podemos notar duas orações no exemplo acima – uma primeira: [Marcela não alcançou seus objetivos]; e uma segunda: [tenha se esforçado ao máximo]. A segunda é introduzida à primeira pela conjunção subordinativa “ainda que”, completando/determinando, assim, o sentido da primeira.
Neste exemplo, o termo em negrito é uma conjunção subordinativa do tipo concessivo, ou seja, está introduzindo uma oração nova que apresenta uma ideia contrária à ideia da primeira oração, mas que, embora contrária, não é capaz de impedir a primeira de se realizar: embora Marcela tenha se esforçado ao máximo (oração subordinada), ela não alcançou seus objetivos (oração principal).
Diferente dos termos ou das orações ligadas pelas conjunções coordenativas, que existem individualmente, as orações introduzidas pelas conjunções subordinativas são dependentes da primeira oração. Retomando o exemplo mencionado, não faria sentido simplesmente dizer: “tenha se esforçado ao máximo”.
Tipos de conjunções subordinativas
Há, ao todo, oito tipos de conjunções subordinativas: causais, concessivas, condicionais, finais, temporais, consecutivas, comparativas e integrantes. Há, ainda, dois tipos especiais, que trataremos separadamente: as conjunções subordinativas conformativas e as proporcionais.
Abaixo, você confere cada uma delas, sempre com exemplos. Para uma melhor visualização, as orações subordinadas estarão entre colchetes.
Conjunções subordinativas causais
As conjunções subordinativas causais são aquelas responsáveis por introduzir uma nova oração que indica a causa/o motivo da ideia/ação da primeira oração.
São elas: porque, pois, porquanto, como (com o sentido de “porque”), pois que, por isso que, já que, uma vez que, visto que, visto como, que, desde que etc.
Exemplos:
- Eu voltei, [porque estava com saudades].
- [Como estava sem sono], Miguel decidiu levantar.
Conjunções subordinativas concessivas
As conjunções subordinativas concessivas são responsáveis por introduzir uma nova oração que indica um fato/uma ideia contrária à ideia/ação da oração principal, mas incapaz de impedir que esta ocorra.
São elas: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que, por mais que, por menos que, apesar de que, nem que, que etc.
Exemplos:
- Não sei desenhar bem, [embora eu tenha tentado aprender];
- [Ainda que Michele tenha insistido para que ele ficasse], José Miguel estava determinado a ir embora.
Conjunções subordinativas condicionais
As conjunções subordinativas condicionais são responsáveis por introduzir uma nova oração que indica uma hipótese/uma condição para que a ideia/ação da oração principal se realize ou não.
São elas: se, caso, contanto que, salvo se, sem que (com o sentido de “se não”), dado que, desde que, a menos que, a não ser que etc.
Exemplos:
- [Se não for muito incômodo], aceitarei uma xícara de café.
- Comprarei o jogo novo do Crash, [desde que ele não esteja muito caro].
Conjunções subordinativas finais
As conjunções subordinativas finais são responsáveis por introduzir uma nova oração que indica uma finalidade da ideia/ação da oração principal, ou seja, o propósito por trás dela.
São elas: para que, a fim de que, porque (com o sentido de “para que”), que etc.
Exemplos:
- É preciso dar tempo [para que tudo se acerte].
- É preciso estudar [a fim de que se possa ir bem no exame].
Conjunções subordinativas temporais
As conjunções subordinativas temporais são responsáveis por introduzir uma nova oração que indica alguma circunstância de tempo.
São elas: quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que (com o sentido de “desde que”) etc.
Exemplos:
- [Quando eu a vi pela primeira vez], meu coração disparou.
- Eu fico sem graça [sempre que a vejo].
Conjunções subordinativas consecutivas
As conjunções subordinativas consecutivas são responsáveis por introduzir uma nova oração que indica uma consequência da ideia/ação da oração principal.
São elas: que, tal que, tanto que, tão que, tamanho que, de forma que, de maneira que, de modo que, de modo que, de sorte que etc.
Exemplos:
- O frio é tanto [que eu mal tenho coragem de sair da cama].
- Tenho dificuldades em confiar nas pessoas, [de modo que me tornei uma pessoa muito introspectiva].
Conjunções subordinativas comparativas
As conjunções subordinativas condicionais são aquelas responsáveis por introduzir uma nova oração que indica uma comparação/um confronto para com a ação/ideia da primeira oração. Entre as duas orações há, portanto, alguma relação de comparação, como sugere o nome.
São elas: que, mais do que, menos do que, maior do que, menor do que, melhor do que, pior do que, tal qual, tanto quanto, como, assim como, bem como, como se, que nem etc.
Exemplos:
- O diamante vale [mais do que o ferro].
- Quem dera eu fosse inteligente [como você é]!
Conjunções subordinativas integrantes
Por fim, as conjunções subordinativas integrantes são aquelas responsáveis por introduzir uma nova oração que exerce a função de: a) sujeito; b) objeto direto; c) objeto indireto; d) predicativo; e) complemento nominal; ou f) aposto, tudo isso em relação à primeira oração.
São duas as conjunções subordinadas integrantes: que e se.
Utiliza-se a conjunção que quando o verbo exprime uma certeza, podendo a oração subordinada desempenhar qualquer uma das funções mencionadas. Exemplos:
- Constatei [que ela não me amava].
- Júlia prometeu-me [que sim, que voltaria para mim…].
Por outro lado, utiliza-se a conjunção se quando o verbo exprime incerteza, como numa dúvida:
- Eu não sabia [se ficava ou se eu corria].
Ou numa interrogação indireta:
- Pergunto-me [se ele sentirá saudades de mim]…
Outros tipos de conjunções subordinativas
Alguns gramáticos consideram a existência de outros dois tipos de conjunções subordinativas: as conformativas e as proporcionais. Ambas são, inclusive, reconhecidas pela Nomenclatura Gramatical Brasileira, como apontam Cunha & Cintra (2017, p. 603).
Conjunções subordinativas conformativas
As conjunções subordinativas condicionais são aquelas responsáveis por introduzir uma nova oração que indica conformidade para com a ideia/ação da primeira oração.
São elas: conforme, como (com o sentido de “conforme”), segundo, consoante etc.
Exemplos:
- Estou administrando a loja [conforme meu pai me ensinou].
- [Como eu ia dizendo], desculpem-me pelo atraso.
Conjunções subordinadas proporcionais
As conjunções subordinativas proporcionais são responsáveis por introduzir uma nova oração que indica um fato a ser realizado ao mesmo tempo em que o da oração principal.
São elas: à medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto, quanto mais… mais, quanto mais… tanto mais, quanto mais… menos etc.
Exemplos:
- [À medida que o tempo passa], fico cada vez menos esperançoso.
- Estamos escrevendo artigos [ao passo que aprendemos novos conteúdos].