O conflito na Coreia do Norte iniciou a partir da Segunda Guerra mundial e ainda hoje representa vários impasses, dois quais inclui uma ditadura, o fechamento do país para relações comerciais e a criação de armas nucleares. Para entender a complexidade da situação norte-coreana, é necessário dividi-lo em etapas, já que ganha vários capítulos desde o seu início, durante a Segunda Guerra Mundial.
Se você acompanha as últimas notícias, sabe que o conflito atual da Coreia do Norte é entre o país comandado pelo ditador Kim Jong Un e os Estados Unidos. O que acontece é que os EUA já foi ameaçado mais de uma vez pelos norte-coreanos, com um suposto ataque atômico, o que elevou à tensão entre os dois países.
Para entender o conflito, confira o passo a passo de como a Coreia do Norte se consolidou sob um regime ditatorial ao longo da história:
A guerra das Coreias
Tudo começou com a Guerra Fria (1945-1991), na qual o conflito iniciou como uma competição entre Estados Unidos (sob ideais capitalistas) e União Soviética (liderada por um regime comunista), para ver quem conquistava o posto de maior influência mundial.
Nesta época, a península coreana -unificada até então – foi dividida em dois: a Coreia do sul (aliada dos Estados Unidos) e a Coreia do Norte (aliada da União Soviética). Em 1950, a Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul, na tentativa de dominar o território. O acontecimento aumentou as tensões sul-coreanas, que já tinham um histórico de invasões desde 1910, com a primeira guerra sino-japonesa. A guerra civil armada das coreias durou três anos e foi pausada por um acordo de desmilitarização das fronteias, que não garantiu a paz, mas manteve a distância entre os dois países.
De lá para cá, a Coreia do Norte se manteve sob um regime ditatorial, que já ultrapassa os 10 anos, liderado por Kim Jong-un. Enquanto isso, a Coreia do Sul ficou sob um governo autocrático de Sygnam Rhee, o qual foi derrubado em 1980, com a instauração da democracia.
Em abril de 2018, sob pressões diplomáticas do presidente Donald Trump, o ditador Kim Jong-un e o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, assinaram um acordo para desnuclearização da Península Coreana, dando fim à Guerra. No encontro, eles apertaram as mãos no muro que divide os dois países e prometeram um completo cessar-fogo no conflito que perdurou por 65 anos.
A ditadura Norte Coreana de Kim Jong Un
A Coreia do Norte é um país ditatorial, desde 1948, liderado pela dinastia Kim, sob domínio de um partido único comunista. A nação se mantém fechada para relações comercias internacionais desde então, o que atrasou a economia do país.
A ditadura norte-coreana limita os direitos individuais e civis, sendo que no país não há liberdade de imprensa, há provas de assassinatos, escravidão, tortura contra dissidentes e prisões abusivas para os que ferem a imagem do ditador Kim Jong-un. Hoje, o país é considerado pela ONU (Organização das Nações Unidas) como o mais militarizado do mundo, com uma estimativa de 1,2 milhões de soldados e 6 milhões de reservistas, numa população estimada de 25 milhões.
As ameaças nucleares da Coreia do Norte
De acordo com os líderes do país, a construção de armas atômicas são o único fator respeitado pelas demais nações – dado o perfil ditatorial comunista que ainda adota. Portanto, a Coreia do Norte testou com sucesso bombas de hidrogênio, com poderosas ogivas nucleares, tendo como desculpa tentar se proteger contra as ameaças. Afinal, o único país aliado do regime norte-coreano é a China.
As Nações Unidas impuseram uma série de sanções ao país, para tentar prejudicar a economia e forçá-los a tomar decisões mais brandas, sendo que algumas delas atacam diretamente a economia do país – como a imposição de se exportar materiais tecnológicos para a região ou o congelamento de funcionários ativos no regime. No entanto, a estratégia fracassou tanto quanto a ajuda financeira proposta por países do ocidente.
As ameaças nucleares da Coreia do Norte ganharam um último capítulo em 2018, quando o presidente Donald Trump respondeu de forma mais impositiva, afirmando que responderiam militarmente qualquer dano que o país tentasse prejudicar ao Estados Unidos ou a qualquer um de seus aliados.
Os EUA já se aproximam do território norte-coreano para armar defesas, prevenindo-se contra as últimas provocações do ditador Kim Jong-un. No último teste de mísseis do país comunista, que sobrevoou o Japão (no fim de julho de 2017), a potência americana respondeu atacando o míssil.
O conflito pode tomar proporções mais sérias?
Historiadores e especialistas no assunto acreditam que a Coreia do Norte faz provocações para tentar colocar medo nas nações que possam querer contrariar a ditadura. No entanto, sabem que sua falta de aliados, somada à frágil economia, o impedem de se posicionar num confronto direto – mesmo com a posse de armas nucleares com o alvo central nos Estados Unidos.
Outro ponto que descarta um possível confronto real entre os países é a decisão da China (única aliada da Coreia do Norte) em manter a península coreana longe de conflitos. Essa atitude se dá por motivos mais práticos do que ideológicos, afinal o território chinês fica próximo à Península Coreana, o que, mediante um conflito, forçaria o país a tomar um posicionamento no confronto. Além disso, a China, que já sofre com uma superpopulação, seria atingido por uma crescente onda de refugiados de guerra.
Apesar da situação favorável para manter o confronto somente no campo do ataque ideológico, a união dos dois líderes impositivos e imprevisíveis (Kim Jong-Un e Donald Trump) mantém um certo desconforto sobre a possibilidade de um evento mais sério.