Não há dúvida de que o cristianismo é a maior religião do mundo. Um de seus pilares é a fé em um único Deus e na vinda de um redentor, sendo, portanto, caracterizada como uma religião monoteísta, em contraste com as religiões Politeístas – crença em várias divindades.
O cristão é um seguidor de Jesus de Nazaré, também chamado por Cristo ou Messias por aqueles que acreditam nele.
A palavra “Cristo” é utilizada, em português, como tradução para a palavra grega (khristós), que significa “ungido” – refere-se à unção, um dos ritos da cerimônia de coroação do rei de Israel.
Na cultura dos judeus, somente o sumo sacerdote e o rei eram ungidos, portanto, o Messias seria um rei ideal, que combinaria as funções de líder religioso e militar.
Há uma variedade de religiões espalhadas pelo mundo. Muitas delas fundamentam-se em escritos, reunidos em livros, que seus adeptos ou seguidores consideram sagrados. A Bíblia é o livro sagrado que fundamenta o cristianismo.
Tal palavra provém de um termo grego, cujo significado é “os livros”. Em latim, essa palavra passou a designar “o livro”, ou seja, a coleção de livros que forma a Sagrada Escritura. O conteúdo dos livros, dividido em Antigo e Novo Testamento, é muito variado: narrações históricas, romances, sermões, poemas e orações, cartas, textos legislativos e filosóficos, etc.
Quer saber um pouco mais sobre o cristianismo? Então confira este conteúdo completo, só aqui no Gestão Educacional!
Como surgiu o cristianismo?
Há mais ou menos 4 mil anos, vários povos viviam às margens do Mediterrâneo, na Ásia e na África. Naquele tempo, havia duas importantes civilizações: a Caldéia e o Egito. Existiam, também, pequenos países, como Síria eCanaã.
Essa última, também conhecida pelo nome de Palestina, contava com diversas tribos, que viviam da agricultura e do pastoreio. Uma dessas era formada pelos hebreus, descendentes de Abraão. Foi entre o povo hebreu que surgiu a Bíblia e as primeiras manifestações do cristianismo.
Uma estratégia para compreender a consolidação do cristianismo como uma religião presente em diversos países do mundo é acompanhar seus primeiros passos em Roma. Assim, por volta do século II da nossa era, o cristianismo começou a se expressar em contraposição à cultura greco-romana então vigente. As religiões grega e romana eram politeístas.
Dentro desse contexto, Jesus era visto pelos líderes e sacerdotes como uma ameaça às tradições, e pelos romanos como um subversivo que poderia encabeçar uma revolta contra Roma. Suas pregações repercutiram “perigosamente” entre a camada humilde da população, convencida de que Jesus era o Messias aguardado.
Por conta disso, Jesus foi preso, condenado e crucificado, aos 33 anos, durante o reinado de Tibério, o sucessor de Augusto.
A vida dessa figura é cercada de mistérios. O que sabemos sobre ele e seus ensinamentos foi transmitido oralmente, a princípio, e depois compilado em textos que formam um conjunto de quatro livros, conhecido como Evangelhos (do grego evangélion, “boa nova”), que fazem parte do Novo Testamento.
Nos Evangelhos, estão descritos os preceitos morais que Jesus pregou: a bondade de um Deus único e pai de todos, indistintamente; a fraternidade à luz da caridade e do amor ao próximo; a pátria celestial; a renovação íntima; e a pureza de sentimentos.
A partir desse ponto, o cristianismo ultrapassou as fronteiras do Império, e as comunidades cristãs foram agrupadas sob o comando de bispos, que detinham o controle social, econômico e religioso de cada região, a diocese.
Cristianismo e filosofia
A filosofia que se produziu durante toda a Idade Média está intimamente ligada, em suas origens, à expansão do cristianismo. Seu papel na história dessa religião foi crucial para a consolidação da doutrina que sobrevive até nossos dias.
A filosofia medieval caracteriza-se por tentar responder uma grande questão: o conflito entre razão e fé. Acredita-se que houve dois motivos que levaram os pregadores cristãos a retomar à filosofia grega para investigar o cristianismo.
O primeiro motivo se relaciona diretamente com o objetivo de expandir a nova fé, por meio da evangelização. Alguns pensadores cristãos procuraram formular os ensinamentos de sua religião em termos filosóficos, a fim de que outros povos pudessem compreendê-los e, convencidos, converterem-se ao cristianismo.
O segundo motivo foi a necessidade de organizar os ensinamentos cristãos, de reunir os fatos e conceitos do cristianismo sob a forma de uma doutrina e elaborar uma teologia rigorosa, que explicasse os motivos pelos quais Deus se mostrou aos homens por meio de Jesus Cristo.
O problema do mal
Desde a Antiguidade, a filosofia indagou-se sobre o problema do mal de maneira muito peculiar, como bem ilustram as inquietações do filósofo pré-socrático Epicuro, a quem se atribui o seguinte dilema:
“Se Deus é bom e onipotente, não poderia haver mal sobre a Terra: havendo, ou Deus não quer acabar com o mal (e, portanto, não é benevolente) ou não pode fazê-lo (e, portanto, não é onipotente).
Para Santo Agostinho(354-430), considerado um dos maiores filósofos dessa época – por defender a igreja contra os seus adversários pagãos -, o mal não é uma substância em si mesma, mas a perversão de uma vontade livre do ser humano, que se afasta da suprema substância – Deus –, e se inclina ao mal.