Cultura helenística, ou Helenismo, é o resultado da fusão entre a cultura grega e as culturas orientais das regiões que foram conquistadas por Alexandre, o Grande, que constituem o chamado Império Macedônico.
A difusão dessa cultura é chamada de Helenização. Tanto helenização quanto helenismo são termos criados pelo historiador alemão Johann Gustav Droysen, um grande especialista na cultura clássica nascido no século XIX.
Quem foi Alexandre, o Grande?
Alexandre III nasceu em Pela, capital da Macedônia, em 356 a.C. Era filho do rei Felipe II da Macedônia e membro da dinastia argéada. Subiu ao trono aos vinte anos, após a morte do pai. Era um homem extremamente ambicioso, que sonhava escrever seu nome na história por meio de grandes feitos.
Uma vez assegurado seu domínio na Grécia, Alexandre pôs em prática seu grande plano: conquistar a Pérsia. Mais do que isso, seu desejo era unificar Oriente e Ocidente dentro de um grande império.
Ao longo dos 15 anos em que esteve à frente dos macedônios, Alexandre e seus generais conquistaram um vasto território, dando origem a um dos maiores impérios da antiguidade.
Alexandre não deixou herdeiros e, após a sua morte, seu império acabou por se fragmentar, dividido entre alguns de seus principais generais: Ptolomeu ficou com o Egito; Selêuco com a Mesopotâmia; e Antígono com a Grécia. Todos esses reinos seriam posteriormente conquistados por Roma.
Surgimento do helenismo
A cultura grega foi fortemente difundida dentro de todas as regiões que fizeram parte do império de Alexandre, estando inseridas suas características em cada uma delas, ao mesmo tempo em que assimilava e absorvia os valores das culturas conquistadas. Esse processo de intercâmbio cultural deu origem ao Helenismo.
A troca cultural promoveu um grande florescimento do conhecimento em várias áreas. Cidades como Alexandria (no Egito), Pérgamo e Antióquia (na Turquia atual), tornaram-se grandes centros culturais, onde os saberes científicos, filosóficos, religiosos e literários adquiriram imenso valor.
Na Astronomia, destacaram-se Aristarco e Hiparco, que tentaram medir o diâmetro da Terra e as distâncias entre o nosso planeta, o Sol e a Lua. Foi Aristarco de Samos o primeiro a sugerir que a terra e os planetas giravam em torno do Sol (conhecido posteriormente como Sistema Heliocêntrico) ideia que não foi aceita na época.
A Matemática evoluiu com Euclides e Arquimedes, que elaboraram grandes estudos na Geometria e na Física Mecânica. Destaque também para Políbio na História e Theocritus na Literatura. A arte do período caracterizou-se por ser mais realista, exprimindo o pessimismo, negativismo e relativismo.
Filosofia helenística
Quatro novas correntes filosóficas surgiram durante o período helenístico:
- Estoicismo: a filosofia estoica defende a vida pela ética, preocupando-se apenas com aquilo que pode ser transformado com os sentimentos e as ideias. O que não pode ser transformado, como o envelhecimento e a morte, não devem ser motivo de preocupação;
- Cinismo: defende que a felicidade pode e deve ser buscada independente dos bens materiais e do sentimento de pertencimento a grupos sociais;
- Epicurismo: prega a procura dos prazeres de forma moderada para atingir um estado de tranquilidade e de libertação do medo, que é alimentado por crenças vãs. Ausência de sofrimento corporal pelo conhecimento do funcionamento do mundo e da limitação dos desejos;
- Ceticismo: caracterizava-se pelo negativismo e pela defesa de que a felicidade consiste em não julgar coisa alguma, suspendendo qualquer juízo de valor, pois afirmava que todo conhecimento humano é relativo.
Fim da cultura helenística
O período helenístico durou até a conquista da Grécia pelo romanos, em 146 a.C., embora parte do antigo Império Macedônico só tenha sido conquistado décadas depois. A região da Pérsia, por exemplo, só seria anexada pelos romanos em 64 a.C., enquanto o Egito só seria anexado ainda mais tarde, em 3 a.C.
De qualquer forma, a cultura helenística ainda sobreviveu, em parte dentro do próprio Império Romano, que absorveu muito dessa cultura, e, sobretudo, no chamado Império Bizantino, resultado da divisão ocorrida dentro do Império Romano, em 330 d.C.