Distribuição de renda – O que é? Distribuição de renda X Desigualdade

A distribuição de renda tem sido demonstrada nos últimos anos como um dos caminhos mais diretos para diminuir os efeitos da concentração da riqueza no capitalismo, possibilitando que as pessoas tenham acesso a melhores condições de vida. Por meio de um país com a renda mais equilibrada é possível alcançar a equidade, com os indivíduos com maiores oportunidades para conseguirem se sobressair no cotidiano e alcançarem a sua ascensão social.

Mas, como ocorre a distribuição de renda? Por que ela é necessária? Como ela consegue interferir na desigualdade social? Como está o cenário atual no Brasil hoje? Eis algumas perguntas que vamos tentar responder a partir de agora na busca por uma melhor compreensão deste assunto só aqui, no Gestão Educacional!

O que é distribuição de renda?

A distribuição de renda diz respeito à maneira pela qual são divididos os bens e as riquezas (a renda) produzidas por um país, a partir de seus cidadãos em seus diversos estratos sociais. Tal medida é adotada visando dar um maior equilíbrio em uma sociedade, para que a soma da renda não fique em sua grande maioria nas mãos de poucos, deixando muitos necessitados, sem poder adquirir seus itens para a sobrevivência.

Especialistas atestam que os mecanismos e as características empregadas na distribuição de renda podem variar e acabam dependendo especificamente da organização da produção e também da questão da propriedade que vigora em determinada sociedade. Nesse sentido, a distribuição de renda acontece dentro do próprio processo produtivo, a partir da divisão social do trabalho, isto é, com a forma com a qual estão distribuídos na sociedade os lucros, juros, salários e a propriedade.

É possível medir a distribuição de renda para indicar se um país é mais igual ou desigual nesse ponto de vista. Uma das formas mais conhecidas e aplicadas é o Índice de Gini, que vai de 0 a 1, sendo que quanto mais perto de um, maior é a concentração de renda naquele país, ao passo que mais próximo de 0, mais igualitária é a distribuição dos bens e das riquezas.

Há, também, a Curva de Lorenz, uma ferramenta estatística que representa graficamente a razão entre a população e o total da renda.

Distribuição de renda e desigualdade social

Como a divisão de renda depende da divisão do trabalho e é realizada pelo próprio sistema produtivo, certamente ela está distribuída de maneira distinta entre as pessoas e diferentes camadas sociais. É bastante comum, inclusive, que ocorra a concentração de renda, com mais riquezas ficando nas mãos de poucos, sendo eles aqueles que controlam as empresas, o dinheiro e o poder de um país.

Há uma série de pensadores que busca criticar ou até mesmo justificar a desigualdade de renda e, consequentemente, social. Os que justificam essa questão se baseiam nas diferenças de capacidades dos sujeitos, na escolaridade e também nos méritos, ao mesmo tempo que colocam que tais assimetrias são importantes para incentivar um mercado mais eficiente.

Os críticos, por sua vez, observam essa desigualdade de renda como um problema grave e que pode ter sérias consequências sociais, afetando grandes parcelas da população e, consequentemente, a sociedade.

Em geral, esse aspecto costuma ser mitigado em países que possuem políticas públicas que visam dar mais equidade nessa distribuição, seja por meio de melhores serviços públicos e com o fortalecimento dos serviços sociais (seguro-desemprego, previdência social etc.), seja por políticas redistributivas diretas que levam dinheiro do Estado para as mãos do cidadão. Um exemplo disso é o programa Bolsa-Família, que destina um valor mensal a famílias brasileiras que possuem filhos na escola e não têm renda nem emprego suficientes para subsistir.

Distribuição de renda no Brasil

O Brasil adotou a política de redistribuição de renda, por ser considerado um dos países com maior desigualdade do mundo. Especialistas afirmam que esse processo desigual se agudizou entre os anos 1960 e 1970, muito por conta de uma política econômica pautada na concentração de renda entre as classes mais ricas para que fosse possível aumentar os investimentos, incrementando a produção e gerando mais dividendos. Esse conceito ficou célebre na frase “fazer o bolo crescer, para depois dividi-lo”, do economista Delfim Netto.

De lá para cá, o Brasil realizou diversos esforços para distribuir melhor a renda entre os brasileiros, além de promover políticas públicas para reduzir a desigualdade social. No entanto, tais medidas ainda estão muito longe de diminuir a concentração de renda e, consequentemente, derrubar a desigualdade.

Um levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estática) mostra que na média os ricos ganham 17,6 vezes mais que os pobres. O rendimento per capita domiciliar em 2017 chegou a R$6.629 entre os 10% dos brasileiros mais ricos, enquanto que entre os 40% mais pobres a renda média mensal é de apenas R$329. De acordo com o Índice Gini, o país é o nono mais desigual do mundo, com 0,515.

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