Dom Pedro II é um dos principais nomes da monarquia no Brasil. Conheça, a seguir, sua real importância para a história e formação do país, bem como para o sistema monárquico nacional.
Quem foi Dom Pedro II
Dom Pedro II foi o último imperador do Brasil, com reinado que se estende de 7 de abril de 1831 a 15 de novembro de 1889, quando foi deposto e exilado. Seu tempo de permanência como imperador é longo (58 anos), mas, durante 10 anos, ele não exerceu o comando do país porque não tinha atingido a maioridade estabelecida na constituição.
Nascimento, infância e educação
Dom Pedro II nasceu em 2 de dezembro de 1825, no Rio de Janeiro, filho de Dom Pedro I e Maria Leopoldina da Áustria. Como era o único filho legítimo de Pedro I, tornou-se herdeiro do trono, o que se consolidou quando seu pai deixou o Brasil rumo a Portugal, em 1831. Nessa época, Dom Pedro II tinha apenas 5 anos e não podia ser coroado porque não tinha idade suficiente para isso.
Durante sua infância e parte da adolescência, foi criado para ocupar a posição de imperador, estudando praticamente o dia todo. Por isso, teve uma infância solitária, com contato limitado com terceiros, somente com seu tutor (José Bonifácio de Andrada), sua camareira (Condessa de Belmonte, considerada a segunda mãe di imperador) e suas irmãs.
Coroação
Enquanto Dom Pedro II estudava, o restante do Brasil estava em crise, enfrentando disputas internas e rebeliões que destruíram a unidade do país. Os regentes (políticos que governavam enquanto o imperador não assumia) não conseguiam melhorar a situação.
Então, passaram a acreditar que somente Dom Pedro II seria capaz de trazer calmaria e unidade ao país e decidiram antecipar sua maioridade. Isso significa que o imperador assumiu o trono com 14 anos e não com os 18 definidos na constituição, evento que é popularmente chamado como Golpe da Maioridade.
Casamento e fortalecimento de autoridade
Casar-se era uma das formas de intensificar, aos olhos da nação, o processo de amadurecimento de Pedro II. Por isso, teve início a procura por uma candidata. Teresa Cristina, princesa do Reino das Duas Sicílias, foi a escolhida.
A partir de então, e com o passar dos anos, Dom Pedro II assumiu a posição de imperador imparcial, ponderado e dedicado, atuando na solução de problemas internos e estimulando o crescimento do país, o que aumentou sua autoridade e seu respeito.
Durante sua permanência no império, adotou uma postura de integração do país e incentivou a criação de uma identidade nacional, que foi personificada na figura romântica do índio.
Também, promoveu um grande desenvolvimento/crescimento nacional, com a construção de ferrovias e a introdução de modernizações que levaram o Brasil a prosperar.
Assumiu o papel de mecenas do país, com inauguração de teatros, bibliotecas, instituições de ensino e eventos de promoção das artes, ciências e demais conhecimentos.
Declínio, fim da monarquia e morte
A Guerra do Paraguai foi o maior conflito que ocorreu no reinado de Pedro II. Durante esse período, o país se afundou, mais uma vez, numa crise: a guerra custou caro aos cofres públicos, desgastou a nação e incentivou grupos a favor do fim da escravidão e da monarquia.
Alheio aos problemas internos e certo de sua estabilidade como imperador, Dom Pedro II iniciou uma série de viagens pelo exterior, partindo do Brasil por três vezes para Europa, África, Oriente Médio e Estados Unidos.
As constantes viagens do imperador durante a crise interna e seu desinteresse por questões do país fizeram com que Pedro II e sua autoridade começassem a ser discutida pela população, especialmente por figuras políticas, que passaram a se articular para dar fim ao império.
Em 1888, fez a última de suas viagens e, nesse ano, sua filha, Princesa Isabel (que o substituía temporariamente), assinou a Lei Áurea, numa tentativa de atender ao clamor da população e acalmar a crise interna.
Mas, isso não foi suficiente, muito menos as outras medidas administrativas adotadas pelo império. Personalidades políticas e militares a favor da República se organizaram e deram um golpe em 15 de novembro de 1889.
Dom Pedro II não se opôs ao ocorrido, só se mostrou contrariado quando foi obrigado a deixar o país urgentemente, imposição feita pelos republicanos para evitar uma virada de jogo e a manutenção do Império.
Em 17 de novembro de 1889, Pedro II parte com sua família para exílio na Europa e, no dia 5 de dezembro de 1891, morre na França. Anos depois (1921), seus restos mortais foram transferidos ao Brasil e armazenados no mausoléu imperial da Catedral de Petrópolis.