É comum encontrarmos relatos em diversos tipos de sociedades sobre o assassinato de crianças que nasciam deficientes ou as que adquiriam alguma doença grave. Gregos, celtas e grupos sul-americanos faziam isso para que a população fosse forte o suficiente para enfrentar guerras.
Apesar de ser uma ideia mais antiga do que Francis Galton, o termo Eugenia foi criado por ele em um dos seus livros, no qual propunha a ação de outras forças além da seleção natural em prol do progresso da humanidade.
Galton acreditava que os homens deviam utilizar o conhecimento que possuíam para criar uma raça forte e pura. Confira, abaixo, mais informações sobre o assunto.
O que é eugenia?
Eugenia é um termo criado por Francis Galton e representa o estudo de características físicas ou psicológicas que podem melhorar ou empobrecer a qualidade das raças das futuras gerações.
Eugenia na História
Em 1854, o Conde de Gobineau publicou um livro chamado “Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas”, no qual divulgou as primeiras ideias sobre a superioridade da “raça ariana”, que seria utilizada como argumento pelos Nazistas, na Alemanha.
Outros pensadores surgiram com a ideia de que haviam muitas diferenças entre os arianos e outras pessoas, o que levou à criação das “Leis de Nuremberg”, em 1935. Essa lei impedia o casamento entre alemães e judeus e também o casamento de pessoas com problemas físicos e mentais.
Nos Estados Unidos e em outros locais do mundo, durante o final do século XIX, havia uma disseminação sobre o pensamento a respeito das raças puras e a possibilidade da reprodução seletiva de seres humanos.
Acreditava-se que se as características de uma pessoa não eram boas o suficiente para serem transmitidas para as próximas gerações, o individuo deveria ser esterilizado mesmo contra a sua vontade.
O pesquisador Francis Galton ajudou a disseminar a ideia com a publicação de um de seus livros em que retrata que, se fosse possível quantificar a hereditariedade, seria possível controlar a reprodução humana para gerar seres humanos de acordo com as características que fossem consideradas superiores na época. A essa ideia foi dado o nome de Eugenia.
Em 1908, foi fundada em Londres a primeira organização a defender as ideias de Galton, chamada de “Eugenics Society”. Um dos líderes dessa sociedade era um dos filhos de Charles Darwin, Leonard Darwin. Outros países europeus (Alemanha, França, Dinamarca, Tchecoslováquia, Hungria, Áustria, Bélgica, Suíça e União Soviética, dentre outros) e americanos (Estados Unidos, Brasil, Argentina e Peru) também formaram sociedades como essas.
Em 1910, foi construído um laboratório chamado “Oficina de Registros de Eugenia”, em Nova York. Nesse local, informações genéticas eram coletadas e analisadas. O interesse dos cientistas desse laboratório era arquivar os tipos de características da população, desde daltonismo até a cor do cabelo, e até preferências pessoais, como local de viagem ideal.
Na época, havia até mesmo concursos nas universidades para as famílias que fossem mais “puras”. No Brasil, a “Sociedade Paulista de Eugenia” foi fundada em 1918, considerada a primeira no país.
Depois da Segunda Guerra Mundial, que acabou em 1945, o termo passou a ser associado aos nazistas. No entanto, praticamente durante o mesmo período, os avanços na área da Genética começaram a ocorrer mais rapidamente. Por conta disso, a teoria sobre a eugenia começou a perder popularidade.
A formação dessas sociedades levou à criação de propostas políticas para realizar o que chamavam de “higiene ou profilaxia social”. O objetivo era impedir que pessoas com doenças físicas ou mentais, e que eram passíveis de serem transmitidas para os filhos, se reproduzissem.