Roma foi a capital de um dos maiores, mais poderosos e duradouros impérios que a humanidade já viu. Por mais de mil e duzentos anos, os romanos dominaram o mundo antigo, impondo sua cultura e seus costumes, e deixando um legado que se reflete ainda hoje no mundo moderno.
Uma questão acadêmica muito debatida, e ainda não encerrada, são as causas que levaram esse grandioso Império ao fim. Existe uma vasta historiografia nesse sentido, e, a cada fato novo ou pesquisa publicada, o debate fica ainda mais rico.
Duração do Império Romano
Roma foi fundada em 753 a.C., resultado da união de pequenas aldeias localizadas às margens do Rio Tibre. Com o tempo, a pequena cidade começou a se expandir, conquistando territórios próximos e aumentando seu poder.
Ao longo de sua história, Roma passou por várias fases: Reino, República e Império. Cada uma dessas fases agregou algum aspecto novo à cidade, que expandiu seu poder e sua influência, durante um longo período, até entrar em uma espiral de decadência e deixar de existir em 476 d.C.
Causas do Fim do Império Romano
É possível afirmar que o fim do Império Romano não foi provocado por um único fator, e sim por vários que, a partir do século III, contribuíram para a sua decadência. Dentre as principais causas, destaque para as mencionadas a seguir.
Economia
Uma das forças que impulsionava o sistema econômico romano era a escravidão. A expansão territorial romana garantia um fluxo constante de escravos, cuja mão de obra era explorada nos latifúndios – grandes propriedades de terra. A produção em geral era comercializada nas cidades, nas províncias e para outros territórios ao redor do Império. Essa dinâmica gerava grandes lucros para os latifundiários e comerciantes, e possibilitava uma grande soma em impostos para o governo.
A partir do século III, esse sistema econômico começa a entrar em colapso, à medida que o Império para de se expandir. A redução do número de escravos ocasiona uma queda na produção, maximizada, eventualmente, por questões climáticas.
Essa queda reduziu sobremaneira os lucros, tornando a manutenção dos escravos cada vez mais custosa. Consequentemente, o Estado romano era afetado com uma redução na arrecadação de impostos. Paulatinamente, o sistema escravista foi sendo substituído pelo Colonato, no qual grandes proprietários cediam parte de suas terras para pessoas pobres dos campos e das cidades. Em alguns casos, os escravos eram convertidos à condição de colonos, pois seus donos não tinham condições de sustentá-los. Em troca do lote de terras, os colonos deveriam ceder parte de sua produção agrícola.
Anarquia militar
O território dominado pelos romanos era imenso, e necessitava de um grande número de soldados para proteger as suas fronteiras. O custo para manter a máquina de guerra romana em funcionamento consumia boa parte dos recursos do Estado que, em épocas de crise, precisava aumentar os impostos para arcar com os custos. Além disso, os soldados veteranos, ao deixarem o serviço militar, deveriam receber terras, cada vez mais escassas com o fim das guerras de expansão.
A partir do século III, o Império Romano passou a se tornar um Império militar, com a grande maioria dos imperadores saindo do exército. Cientes do poder que vinha das armas, era comum que vários generais desafiassem o governo imperial, contando com o apoio de suas tropas para atingir o poder.
Essa dinâmica aumentou o poder dos generais, que recebiam grandes favores dos imperadores, e reduzia a participação do Senado, criando um grave distúrbio na administração do Império.
Pressão nas fronteiras
À medida que o exército romano se enfraquecia, devido à falta de recursos e às constantes lutas internas, crescia a pressão dos povos bárbaros nas fronteiras do Império. É importante lembrar que muitos desses bárbaros, mais especificamente os germânicos, já viviam dentro do território romano como povos federados. Muitos deles serviam no exército romano, nas chamadas tropas auxiliares, nas quais aprendiam todas as táticas e técnicas utilizadas pelo exército. Com a fragilidade do Império cada vez mais evidente, vários desses povos começaram a buscar a emancipação do poder romano, exercendo, de fato, o poder na região em que viviam.
Como exemplos da fragilidade militar romana no século IV, temos a grande invasão germânica, ocorrida em 406 d.C, o saque de Roma por parte dos Visigodos, em 410 a.C., e a guerra contra os hunos, em 451 d.C., que só foi vencida graças à ajuda de vários povos germânicos, mostrando que, naquela altura, Roma já não conseguia se defender sozinha.
Como vimos, o fim do Império Romano foi o resultado de um longo e complexo processo de desestruturação política, econômica, social e militar, que minou as bases do império e ocasionou a sua ruína. Outros fatores, tais como a ascensão do cristianismo, e a tentativa romana de combatê-lo, também podem ter contribuído. Vale lembrar que o Império Romano se dividiu em 395 d.C. A parte oriental só chegaria ao fim em 1453, com a conquista de Constantinopla pelos turcos-otomanos.
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