A Sociologia compõe as Ciências Sociais, assim como a Antropologia e as Ciências Políticas. O objetivo desses estudos é compreender os mecanismos que envolvem a vida social. Enquanto a Antropologia foca no estudo das pessoas e de suas formas de organização e as Ciências Políticas se aprofunda nos fenômenos políticos produzidos pelo Estado, a Sociologia se debruça especificamente no comportamento e no funcionamento da sociedade.
Tal área de estudo já abarcou diversos temas, sendo importante no sentido de compreender melhor alguns fenômenos que têm provocado transformações relevantes na vida em sociedade. Mas, para se chegar a esse caminho, é necessário compreender a sua história e o que os principais autores buscaram tratar neste campo do conhecimento.
O que é a Sociologia?
O foco da Sociologia é a sociedade, certo? Mas, para além disso, tal disciplina visa explicar as relações entre os indivíduos e também entender as culturas de cada sociedade e a interação entre elas.
A formação da Sociologia se deu dentro de um contexto histórico em que o mundo vivia na época, em especial, impactada pela Revolução Francesa e pela Revolução Industrial, que mudaram bastante as formas de trabalho e as relações sociais e econômicas. Isso fez com que a área do conhecimento nascesse, fazendo uma reflexão profunda a respeito daquela nova configuração da sociedade.
Em meio a uma época de muitos confrontos no campo teórico, em especial devido às visões de mundo dos liberais, socialistas e conservadores, a Sociologia buscou sempre se diferenciar dessas correntes e se colocar como uma alternativa científica e crítica da sociedade em comparação a tais modelos.
História da Sociologia
Apesar de ter surgido a partir da Revolução Francesa, foi no século XIX que a Sociologia tomou corpo e ganhou espaço, muito por conta da Revolução Industrial, que ajudou a levar a sociedade da era pré-capitalista para a fase moderna. Isso proporcionou, consequentemente, profundas transformações no tecido social.
Um caso emblemático é o da própria Revolução Francesa, que opôs a nobreza e o clero, detentores dos privilégios, aos pequenos proprietários que vivam assolados pelo trabalho e pela miséria. E a própria Revolução Industrial, que desenvolveu a criação de produtos manufaturados, o que alterou fortemente a sociedade da época, com artesãos deixando de fazer a sua atividade para trabalhar em fábricas e receber pouco por muitas horas.
Como resultado de tudo isso, surgiu a burguesia como predominante nesse novo processo, tendo os trabalhadores assalariados como novos atores representantes dos “de baixo”.
A Sociologia surge nesse processo de constante transformação da sociedade, da economia, do mundo do trabalho etc., sempre na tentativa de interpretar e de explicar os fenômenos vivenciados a partir daquele período.
Principais pensadores envolvidos
Auguste Comte (1798-1857) é indicado como o pai da Sociologia, pois foi com ele que esta ciência começou a ser sistematizada, a partir de um desejo de unificar diversos estudos relacionados às Ciências Humanas. Para o estudioso, criador da teoria do Positivismo, os fenômenos sociais eram pautados por leis fixas e naturais, assim como as leis da física e da química.
Émile Durkheim (1858-1917) bebeu na fonte de Comte, mas apontou para outro caminho. Na visão dele, a Sociologia está relacionada com o estudo dos fatos sociais, que são as formas e os padrões de um grupo social. Foi a partir dele que a Sociologia passou a ser considerada uma ciência de fato.
Já Max Weber (1864-1920) focava na necessidade de se compreender o fenômeno em si já como um fato com muito sentido. Ele pretendia ir no cerne da questão, adotando a objetividade ao método científico como premissa. Seu trabalho ajudou a dar um direcionamento mais imparcial à Sociologia, o que levou a facilitar, inclusive, o surgimento da profissão de sociólogo.
Karl Marx (1818-1883) foi um pensador importante para a Sociologia, ainda que não fosse foco dele estabelecer ideias sobre esse campo de conhecimento. Sua meta sempre foi entender, analisar e explicar os problemas sociais do período, como desemprego, fome e desigualdades sociais.
Sua ênfase crítica se distinguiu de outros pensadores da Sociologia, mas foi importante para compreender o funcionamento do capitalismo, bem como a proposição de alternativas a esse modelo.
Obras mais famosas da Sociologia
Um dos trabalhos mais famosos do campo da Sociologia é o escrito por Max Weber: A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, de 1903. Weber também tem os livros Estudos sobre a Sociologia e a Religião (1921) e Política como Vocação (1919), como outras obras relevantes.
Criador da corrente positivista, Auguste Comte tem entre suas obras mais famosas o Discurso sobre o Espírito Positivo (1848), entre outros textos que abordavam a mesma ideia.
Por sua vez, Émile Durkheim escreveu Da Divisão do Trabalho Social (1893) e Regras do Método Sociológico (1895), entre outras obras que ajudaram a indicar o caminho da Sociologia. Já Karl Marx tem no livro O Capital, cujo primeiro foi publicado em 1867, a sua obra de maior fôlego, que buscou analisar o capitalismo e mostrar os seus problemas.