Galáxias são sistemas estelares separados por matéria interestelar. Essa matéria é formada pela matéria escura, pela poeira e pelos gases interestelares. Em certas regiões das galáxias, podemos encontrar nuvens de gás e poeira cósmica, chamadas nebulosas. Ou seja, galáxias são formadas por agrupamentos de vários corpos celestes, principalmente por planetas, estrelas e poeira cósmica.
Em suas observações do céu noturno, os povos da antiguidade já haviam notado a presença de uma extensa região de aspecto nebuloso. Mais tarde, essa faixa foi denominada Via Láctea, pelos romanos. O estudo sobre galáxias continuou e, no início do nosso século, foi descoberta a existência de outras galáxias. A seguir, conheça mais sobre elas.
Como surgem as galáxias?
Ainda nos primórdios do universo, átomos de hidrogênio e hélio se atraíam mutuamente e ambos sofriam ação gravitacional da matéria escura. Durante centenas de milhões de anos, esses gases “coagularam” e formaram nuvens de gás que se transformam em galáxias individuais.
Em regiões mais densas, a expansão teria se retardado, provocando o começo de uma nova explosão. Quando essa região entrasse em colapso, o impulso da matéria para fora desse local faria giraria levemente.
À medida que essas regiões se tornavam menores, girariam cada vez mais rápido, até se equilibrarem com a atração da gravidade, formando diferentes galáxias rotativas. As regiões que não entraram em rotação se tornaram galáxias elípticas.
Porém, existem duas teorias para essa formação:
- Teoria “Top Down”: filamentos de gás se fragmentaram, formando nuvens menores. Esses filamentos definem o tamanho dos aglomerados antes mesmo da nuvem de gás virar uma galáxia;
- Teoria “Bottom Up”: essas galáxias estavam espalhadas aleatoriamente, mas a gravidade as uniu, formando aglomerados e superaglomerados.
Quantas galáxias existem no universo?
No universo visível, existem cerca de 100 bilhões de galáxias. Entretanto, como essas galáxias podem ser tão únicas e assumirem de diferentes formas?
Inicialmente, achava-se que as galáxias, quando eram mais jovens, possuíam a forma de espirais e, com o tempo, evoluíam para formas elípticas. Porém, hoje sabemos que todas as galáxias que vemos começaram a se formar mais ou menos na mesma época da história do universo, tendo, portanto, praticamente a mesma idade.
Sobre sua denominação, todas as galáxias possuem uma denominação que começa com M. Esse M vem de Charles Messier, um buscador de cometas que registrou 103 nebulosas. De todo modo, galáxias possuem importantes características, que são usadas para estudos.
Quais são as características da galáxia?
A maioria das galáxias tem formas semelhantes e pode ser enquadrada em duas classes gerais: espirais e elípticas.
As galáxias foram classificadas por Edwin Powell Hubble, nos anos 1920, em quatro diferentes categorias: elípticas, espirais, espirais barradas e irregulares, que não possuem nenhuma forma definida.
Espirais
As galáxias em espirais, quando vistas de frente, apresentam uma clara estrutura em espirais. A nossa própria galáxia, a Via Láctea, é em espiral.
As galáxias dessa classificação possuem:
- Núcleo;
- Disco;
- Halo;
- Braços espirais.
Algumas galáxias dessa categoria podem não ter traços de estrutura em espiral, sendo chamadas de lenticulares.
Nos braços das galáxias espirais, podemos observar, geralmente, o material interestelar, as nebulosas gasosas, a poeira e as estrelas jovens. As estrelas que formam essas galáxias costumam ser estrelas jovens e velhas.
Alguns exemplos são:
- Via Láctea (nossa galáxia);
- Galáxia de Andrômeda;
- Galáxia do Triângulo;
- Galáxia de Bode (Messier 81).
Elípticas
Esse tipo de galáxia não tem espiral e sua estrutura é esférica ou elipsoidal. Elas variam muito de tamanho, podendo ser supergigantes e até mesmo anãs. As supergigantes são raras, porém as anãs são bem comuns e abundantes.
Alguns exemplos são:
- Galáxia Ana da Ursa Maior;
- Galáxia Anã de Cetus;
- Centaurus A.
Irregulares
Hubble classificou como galáxias irregulares aquelas não possuíam simetria e apresentavam uma estrutura caótica ou irregular. A aparência dessas galáxias é determinada pela intensa formação estelar que está acontecendo, portanto, são caracterizadas por estrelas jovens brilhantes e nuvens de gás ionizadas.
Os dois exemplos mais famosos de galáxias irregulares são a Grande e a pequena Nuvens de Magalhães. Essas duas galáxias são as mais próximas da Via Láctea e são visíveis a olho nu no Hemisfério Sul.
A Grande Nuvem de Magalhães possui uma barra e orbita a Via Láctea. Além disso, nela está presente o complexo 30 Doradus, um dos maiores e mais luminosos agrupamentos de gases e estrelas supergigantes.
A Pequena Nuvem de Magalhães pode ter sido formada a partir de uma colisão com a Grande Nuvem, tendo uma forma alongada e menos massiva.
Alguns exemplos são:
- NGC 6822 (Galáxia de Barnard);
- Grande Nuvem de Magalhães;
- Pequena Nuvem de Magalhães.
Curiosidades sobre galáxias
- Galáxias tendem a existir em grupos e não estão distribuídas aleatoriamente no céu. O grupo de galáxias que a Via Láctea, as Nuvens de Magalhães e a Andrômeda pertencem se chama Grupo Local;
- Existem estruturas maiores no Universo, chamadas de O mais bem estudado é o Supercúmulo local, pois estamos nele. Entre os superaglomerados, existem regiões sem galáxias, portanto, as galáxias não são distribuídas uniformemente, mas formam filamentos;
- Como as galáxias de aglomerados estão relativamente próximas umas das outras, elas interagem entre si, devido a um efeito que chamamos de maré gravitacional;
- A interação de galáxias de tamanhos semelhantes é chamada de fusão de galáxias;
- Galáxias podem destruir outras: a interação entre uma galáxia menor e outra muito maior faz com que as forças de maré da galáxia maior destruam a galáxia menor. Esse processo é chamado de canibalismo galáctico;
- Existem galáxias ativas que emitem uma quantidade gigantesca de energia. Essas galáxias são as Seyfert, radio-galáxias e os objetos mais luminosos de todo o universo: os quasares;
- Todas as galáxias ativas possuem um buraco negro central, responsável pela grande quantidade de energia que elas emitem.