Império Bizantino é como ficou conhecido o Império Romano do Oriente, um vasto território que surgiu como resultado da divisão do Império Romano, que aconteceu em 395.
O Império Bizantino, que ficou conhecido por esse nome devido à capital do império estar localizada na antiga cidade grega de Bizâncio, durou mil anos a mais que o Império do Ocidente, sendo conquistado pelos turcos-otomanos, evento que é utilizado para marcar a passagem da Idade Média para a Idade Moderna.
Breve história do Império Bizantino
Em 395, como forma de facilitar a administração do vasto território romano, o imperador Teodósio dividiu o império em duas partes, uma com a capital em Roma (Império Romano do Ocidente) e outra com capital em Constantinopla (Império Romano do Oriente).
Constantinopla, a antiga cidade grega de Bizâncio, rebatizada em homenagem ao Imperador Constantino, ficava no Estreito de Bósforo, uma passagem estratégica, tanto do ponto de vista comercial quanto militar, ponto de passagem entre o ocidente e o oriente, por isso foi escolhida como capital do novo império.
Após o fim do Império Romano do Ocidente, os bizantinos se colocaram como verdadeiros donos do território na condição de herdeiros do império e, dessa forma, trataram de retomar seu poder na Itália e em demais territórios. Zenão acabou com a divisão, declarando-se imperador de um império reunificado.
Durante algum tempo, os reinos germânicos que surgiram no vazio deixado por Roma reinavam na condição de vassalos do imperador bizantino, mas, na prática, tinham total autonomia.
Em 527, com a ascensão de Justiniano ao poder, os bizantinos passaram a, de fato, buscar a retomada dos territórios onde outrora existiu o grandioso império. Belisário, principal general de Justiniano, derrotou os Vândalos no norte da África, em 534, retomando o controle da região. Anos depois, foi a vez do general Narses derrotar o Reino Ostrogodo, no norte da Itália. Além disso, também reconquistaram uma parte da Hispânia, Dalmácia e Panônia e o sul da Itália.
Justiniano morreu em 565, sendo sucedido por Justino II. Os sucessores de Justiniano foram incapazes de manter os territórios conquistados e, em pouco menos de um século, a maioria desses territórios já haviam sido perdidos. O império voltaria a crescer com Basílio, que governou entre 976 e 1025. Após sua morte, o Império Bizantino começa a viver uma lenta decadência.
A grande cisma
As relações entre as igrejas do Oriente e do Ocidente vinham há muito tempo se desgastando, por conta de disputas eclesiásticas e teológicas. Sobretudo, havia questões sobre a fonte do Espírito Santo, sobre o uso de pão fermentado ou não fermentado na eucaristia, alegações do papa de primazia jurídica e pastoral, entre outros, que não permitiam um desentendimento entre as igrejas.
O distanciamento entre as duas igrejas cristãs começou justamente com a divisão do império, fazendo com que as duas instituições apresentassem diferenças culturais e políticas muito profundas. A cultura bizantina, apesar de refletir profundas influências romanas, sofreu claras influências da Cultura Helenística. Os bizantinos adotaram o grego como idioma oficial e mantinham constantes relações com os povos asiáticos, com reflexos na arte e cultura.
A tensão aumentou até chegar a um ponto insustentável, que resultou na excomunhão, de forma bilateral, entre os dois principais líderes. Dessa forma, a partir de 1054, a Igreja Católica Apostólica Romana e a Igreja Católica Apostólica Ortodoxa se separaram, condição que permanece até hoje.
O Fim do Império Bizantino
O início do século XIV foi marcado por guerras civis que arruinaram o império. A decadência dos bizantinos coincide com o crescimento do poder dos turcos-otomanos, que passam a assediar o território bizantino, atacando vários territórios do império.
O embate entre turcos e bizantinos se deu ao longo do século XIV, com os bizantinos perdendo vários de seus territórios. Por fim, cercados por todos os lados, o império caiu em 2 de abril de 1453, quando a cidade de Constantinopla foi conquistada, e o último imperador, Constantino XI, foi morto em combate. A queda de Constantinopla marca o fim da idade Média e o início da Idade Moderna.