Quando tratamos de índice de indeterminação do sujeito, estamos falando especificamente do contexto em que a partícula “se” é empregada com o intuito de indeterminar o sujeito, sendo esta uma de suas várias funções. Isso ocorre quando a partícula se junta a determinados tipos de verbos, conjugados na terceira pessoa do singular.
Nem todo tipo de verbo, como veremos, pode receber a partícula “se” com esse propósito, entretanto, exigindo atenção por parte do estudante.
“Se” como índice de indeterminação do sujeito
O emprego da partícula “se” é uma das formas de se indeterminar o sujeito na oração. Nesse caso, dizemos que ela funciona como índice de indeterminação do sujeito.
Relembrando: sujeito indeterminado é aquele que, ao contrário do sujeito determinado, não pode ser identificado na oração (não confundir com o sujeito oculto, pois este, apesar de oculto, ainda pode ser determinado). Ainda assim, o sujeito indeterminado continua sendo um sujeito existente, opondo-se, também, ao sujeito inexistente, uma vez que este nem ao menos existe na oração.
Como indeterminar o sujeito?
Há duas formas de se indeterminar o sujeito:
Colocando o verbo na 3.ª pessoa do plural
Nesse primeiro caso, não é necessário empregar a partícula “se”: o próprio verbo, conjugado na terceira pessoa do plural, já é suficiente para indeterminar o sujeito. Confira um exemplo:
- “Encontraram um gatinho no meio do mato”.
Perceba que, nessa oração do exemplo, sabemos que os sujeitos existem: alguém encontrou um gatinho no mato, apenas não sabemos quem foi. Temos, portanto, um caso de sujeito indeterminado.
Colocando o verbo na 3.ª pessoa do singular
Faz-se colocando o verbo na 3ª pessoa do singular, seguido do pronome “se”, que ajuda a indeterminar o sujeito.
Nesse caso, o “se” desempenha a função de partícula de indeterminação do sujeito, acompanhando o verbo conjugado na 3.ª pessoa do singular. Porém, nem todo tipo de verbo pode receber o “se” como partícula de indeterminação do sujeito.
Que tipos de verbo podem receber o “se”?
O “se” só desempenha a função de índice de indeterminação do sujeito com alguns tipos de verbos. São eles:
Verbo transitivo indireto
Um verbo é transitivo quando exige outros elementos que completem o seu sentido. Ou seja, o sentido do verbo não reside nele mesmo: ele vai além do verbo, exigindo a presença de outros termos. Ele é “indireto” quando exige a presença de uma preposição para ligar o verbo com os demais elementos que completam o seu sentido.
Verbo intransitivo
Um verbo é intransitivo, por outro lado, quando não exige outros elementos que completem o seu sentido, pois a significação do verbo já está contida nele mesmo.
Verbo de ligação (ou “verbos copulativos”)
Verbos de ligação são aqueles que não trazem uma nova significação ao sujeito (opondo-se aos “verbos significativos”). Servem apenas para estabelecer uma união entre dois termos ou expressões de natureza nominal, indicando não uma ação verbal, mas um estado ou uma mudança de estado.
Confira alguns exemplos do “se” como índice de indeterminação do sujeito com cada um desses tipos de verbo:
- “Precisa-se de novos funcionários” (Verbo transitivo indireto, regido pela preposição “de”);
- “Aqui é seguro, brinca-se até tarde na rua” (Verbo intransitivo);
- “Sempre se é recompensado quando se faz o bem” (Verbo de ligação).