Jesus é a figura central do Cristianismo, a religião com o maior número de adeptos no mundo, atualmente. Ele foi um pregador que viveu na Galileia do século I, e que ousou, por meio de uma mensagem de paz e amor, o poder das autoridades judaicas e do Império Romano.
O nome
O nome Jesus é a forma latina do hebraico Yehoshua, enquanto Cristo, do grego christos, é normalmente traduzido como “Messias”, ou seja, o ungido. Os seguidores de Jesus acreditavam que ele era o messias profetizado na Bíblia, por isso o chamavam de Cristo.
Breve história
Embora seja uma das pessoas mais conhecidas da história da humanidade, a vida de Jesus é um grande mistério, cheia de lacunas as quais os estudiosos têm tentado preencher.
O que se sabe é que era de origem simples, filho de José e Maria. Teria nascido em Belém, por volta do ano 6 a.C., e desde criança teria se dedicado a aprender o ofício do pai, que era carpinteiro. Cresceu na cidade de Nazaré, motivo pelo qual também era chamado de “nazareno”.
Jesus foi batizado no rio Jordão por João Batista, que é mencionado em algumas passagens do Novo Testamento, na Bíblia (livro cristão), como seu parente. Após o batismo, Jesus teria vagado por quarenta dias e noites no deserto, onde resistiu às tentações do diabo. Ao voltar, já com trinta anos, começa a pregar a palavra de Deus.
Após algum tempo pregando e realizando milagres, Jesus vai até Jerusalém, onde suas ideias o fazem entrar em conflito com as autoridades locais. Em vista disso, é traído por Judas Iscariotes, preso e torturado pelos romanos, e, por fim, crucificado.
Os milagres de Jesus
Antes de morrer, segundo os Evangelhos, Jesus realizou alguns milagres que aumentaram a crença de que ele era o Messias, entre eles:
- Curou um leproso após voltar da montanha;
- Alimentou uma multidão de pessoas que o seguiram até Betsaida, multiplicando pães e peixes, mesmo dia em que caminhou sobre as águas;
- Ressuscitou Lázaro, que voltou à vida após quatro dias.
Do cristianismo ao catolicismo
Jesus tinha 12 apóstolos que o seguiam a todo instante, e que conheciam a fundo suas palavras: Pedro, João, Mateus, Tiago (filho de Zebedeu), André, Tiago (filho de Alfeu), Bartolomeu, Simão, Filipe, Tomé, Judas Tadeu e Judas Iscariotes.
Após a morte de Jesus, esses apóstolos continuaram a difundir as suas palavras. Assim como Jesus, seus seguidores eram judeus, e pregavam para judeus. Tudo começa a mudar a partir da chegada de Paulo de Tarso, um judeu que, antes de se converter, perseguia cristãos.
Paulo defendia a expansão daquele pequeno grupo, e, para isso, era preciso pregar para os gentios, ou seja, para os não judeus, algo que a maioria dos apóstolos não concordava. Dessa forma, Paulo vai pregar em Roma, e a partir daí as ideias dos seguidores de Cristo vão seguir um caminho próprio, distanciando-se paulatinamente do judaísmo dos seguidores originais.
É em Roma que os ensinamentos dedicados àquele pequeno grupo de seguidores vão crescer, tomar corpo e se tornar a religião com mais seguidores no mundo.
Historicidade de Jesus
Hoje em dia, a maior parte dos acadêmicos acredita que Jesus é um personagem histórico, o que não significa que não existam polêmicas e dúvidas a esse respeito. Muitos têm tentado separar o Jesus histórico do Jesus bíblico, uma tarefa das mais difíceis, devido à escassez de fontes e às divergências do próprio relato bíblico.
As fontes
Existem pouquíssimas fontes a respeito de Jesus além dos relatos dos evangelhos. A fonte mais antiga é um curto relato que o historiador judeu Flávio Josefo faz em sua obra Antiguidades Judaicas, escrita por volta de 93 d.C., na qual cita a morte de Jesus na cruz.
Outro que também cita brevemente Jesus é o historiador romano Tácito em sua obra Anais, publicada por volta de 116 d.C., na qual cita a perseguição que Nero empreendeu contra os seguidores de Cristo.
Os evangelhos
As principais fontes de informação sobre a vida de Jesus são os Evangelhos, mas mesmo eles são um problema. Segundo os especialistas, os Evangelhos foram escritos posteriormente aos acontecimentos citados e, provavelmente, foram escritos por autores anônimos. Vale lembrar que, além destes, haviam vários outros evangelhos circulando até o Concílio de Cartago, em 397 d.C., quando foram declarados Evangelhos canônicos, ou seja, os únicos oficiais.
Curiosidades
A data de nascimento de Jesus é uma das grandes controvérsias a seu respeito. O nosso calendário começa no ano em que se acreditava ser o ano de seu nascimento. Pesquisas posteriores revelaram que a data correta seria entre 4 e 6 a.C. A data de seu nascimento como sendo em 25 de dezembro também é um problema. Não se sabe ao certo a data de seu nascimento, e a data atual só passou a ser aceita pela igreja no século IV.
Já o visual com a qual normalmente é representado só surgiu muito tempo depois. Sendo um judeu vivendo no século I, é provável que Jesus tivesse uma aparência próxima a das pessoas da região, ou seja, baixa estatura, pele morena e olhos e cabelos pretos. A representação de Jesus como um homem branco, de olhos azuis e cabelos claros e lisos é uma construção da Idade Média.