José de Alencar – Quem foi? Biografia e Obras

José Martiniano de Alencar, mais conhecido apenas como José de Alencar, foi um político e escritor brasileiro, considerado pelos estudiosos da literatura como o fundador do romance de temática nacional e um dos maiores nomes do romantismo brasileiro.

Nascimento e primeiros anos

José de Alencar

José Martiniano de Alencar nasceu em Mecejana, Ceará, em 1º de maio de 1829. Seus pais foram José Martiniano Pereira de Alencar e a prima deste, D. Ana Josefina de Alencar. A relação entre os dois causou escândalo na época, uma vez que seu pai era sacerdote da Igreja Católica. Anos mais tarde, ele abandonaria o sacerdócio para ingressar na política, tornando-se primeiramente senador e posteriormente governador do Estado do Ceará.

Em 1940, aos onze anos, José de Alencar mudou-se para o Rio de Janeiro e terminou seus estudos iniciais. Nesse período, acompanha o pai, já senador, tendo seus primeiros contatos com a política. Terminado os estudos, voltou-se a ingressar no curso de Direito da Faculdade de Direito de São Paulo, iniciando em 1946 e terminando em 1850.

Formado, retorna ao Rio de Janeiro para exercer a advocacia e o jornalismo.

Primeiras obras

Em 1856, publica sua primeira obra: Cinco Minutos. Um ano mais tarde, lança um de seus romances mais consagrados, que lhe concede notoriedade instantânea: O Guarani, publicado primeiramente em folhetins e posteriormente em volume único. A história se passa no início do século XVII, na Serra dos Órgãos, interior do Rio de Janeiro, e tem caráter indianista, mas também contém caráter histórico.

Ainda em 1857, lança uma peça teatral: A noite de São João. Um ano mais tarde, lança uma de suas obras mais debatidas, O Demônio Familiar (1858).

Carreira política

Em 1860, ano da morte de seu pai, elege-se Deputado Estadual pelo Ceará, pelo Partido Conservador do Brasil Império. Em 1868, torna-se Ministro da Justiça do reinado de Dom Pedro II, cargo que ocuparia até 1970.

Posteriormente, afastou-se da política, recolhendo-se à vida particular, por não conseguir o cargo de senador. José de AlencarAlencar estava certo de que o cargo lhe seria concedido, mas Dom Pedro II não o escolheu pelo fato de ser muito jovem.

Vasta produção literária

No tempo em que esteve envolvido com política, não deixou de dedicar-se à literatura. Lançou, nesse tempo, diversos romances, alguns muito importantes e consagrados, como As Minas de Prata (1862), Lucíola (1862), Iracema (1865), O Gaúcho (1870) e A Pata da Gazela (1870).

Continuou, também, dedicando-se ao teatro, escrevendo As Asas de um Anjo (1860), Mãe (1862), O Jesuíta (1875), etc., além de diversas obras de outros gêneros, como crônicas, ensaios, biografias e doutrinas políticas.

No período de reclusão à vida particular, lançou, especialmente, O tronco do Ipê (1871), Sonhos d’Ouro (1872), Til (1872), Ubirajara (1874), Senhora (1875), O Sertanejo (1875), dentre outros.

Morte

José de Alencar faleceu em 1877, aos 48 anos, no Rio de Janeiro, vítima de tuberculose. Machado de Assis, admirador e colega de Alencar, compareceu ao velório.

Ele foi sepultado no Cemitério de São Francisco Xavier, no Rio de Janeiro, mas foi transferido, posteriormente, para o Cemitério de São João Batista, também no Rio.

Divisão de suas obras

  • Romances urbanos ou sociais: Cinco Minutos (1856), A viuvinha (1860), Lucíola (1862), Diva (1864), A pata da gazela (1870), Sonhos d’ouro (1872), Senhora (1875), Encarnação (1893);
  • Romances indianistas: O Guarani (1857), Iracema (1865), Ubirajara (1874);
  • Romances históricos: As Minas de Prata (1865), Guerra dos Mascates (1873);
  • Romances regionalistas: O gaúcho (1870), O Tronco do Ipê (1871), Til (1872), O Sertanejo (1875).

Curiosidades de José de Alencar

  • Há uma lenda de que a mulher de Alencar, Georgina Augusta Cochrane, traíra o marido com ninguém mais ninguém menos que Machado de Assis. A relação extraconjugal, segundo essa lenda, teria gerado Mário de Alencar, filho de que Alencar tornou-se pai em 1872;
  • Segundo essa mesma lenda, essa suposta relação extraconjugal inspiraria o enredo de Dom Casmurro, uma das mais famosas obras de Machado de Assis;
  • No velório, diz-se que Machado de Assis impressionou-se com a pobreza da família de Alencar;
  • Machado, amigo próximo de Alencar, nomeou este como patrono da cadeira número 23 da Academia Brasileira de Letras.

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