Você sabia que toda mulher daltônica terá filhos (sexo masculino) daltônicos? Essas doenças são caracterizadas por uma alteração de origem genética, na qual o portador não é capaz de identificar certas cores.
Alterações assim e muitas outras podem ser explicadas pela genética. E quando tratamentos desse assunto, logo nos vem à mente Gregor Mendel. Esse cientista é conhecido como o Pai da Genética e foi ele quem desenvolveu duas leis importantes a respeito de como uma transmissão é passada de geração em geração.
O que são as Leis de Mendel?
Os achados de Mendel ficaram conhecidos como Leis de Mendel e buscam explicar os mecanismos da transmissão hereditária nos organismos durante as gerações.
Os estudos de Gregor Mendel foram realizados com pesquisas em ervilhas de cheiro (Pisum sativum). A escolha destas se deu porque são de fácil cultivo, ciclo de vida curto, podem gerar muitos descendentes e, principalmente, são capazes de realizar autofecundação.
Gregor Mendel realizou cruzamentos de linhagens de plantas puras (geração parental – P). Após a obtenção das gerações puras, o cientista promoveu uma fecundação cruzada entre características diferentes (por exemplo, utilizou uma linhagem de planta com semente verde pura com uma linhagem de planta com semente amarela pura).
Curiosamente, todos os descendentes dessa geração (chamada de geração primária – F1) tinham sementes amarelas, demonstrando, assim, um grau de dominância.
Para finalizar, Mendel desenvolveu uma autofecundação da geração primária. Essa segunda geração (chamada de geração – F2) apresentava diferentes resultados, entre eles o reaparecimento de sementes verdes (em proporção de 25%).
Cabe lembrar que Mendel não usou somente a presença da cor na semente, mas também outras características, tais como: altura das flores, cor da vagem, textura da semente, entre outros fatores. Após todos esses resultados, começaram as postulações das duas leis que fundamentaram os estudos da genética.
Primeira Lei de Mendel
Os resultados de Mendel mostraram que a geração F1 (cruzamento de plantas com sementes amarelas x plantas de sementes de cor verde) foi de 100% amarela, demonstrando assim um caráter chamado de dominância, ou seja, a característica amarela é dominante em relação à característica verde.
Já na autofecundação (duas plantas amarelas híbridas – oriundas da geração P) o resultado foi inesperado: 75% dos descendentes possuíam sementes amarelas, e 25% dos descendentes semente verde. Assim, Mendel considerou que existe uma característica dominante que foi separada na produção dos gametas, mas foi restabelecida na fecundação, assim como existem características que não dominam, ou seja, não expressam no ser vivo.
Essa falta de dominância passou a ser chamada de Recessividade, assim uma característica recessiva só se manifestaria na ausência de qualquer fator dominante.
Para facilitar ao entendimento dos resultados, utilizamos o padrão Aa ou AA para identificar dominância e aa para identificar recessividade.
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Essa primeira observação ficou conhecida como “lei da segregação dos fatores” ou ainda, chamada de Monoibridismo, que para o próprio Mendel era definido como:
“Cada caráter é determinado por um par de fatores separados na formação dos gametas, indo um fator do par para cada gameta, que é, portanto, puro”.
Segunda Lei de Mendel
Na primeira lei, Mendel cruzava apenas uma característica, ou seja, um fator era avaliado por geração. Com o passar dos anos, ele passou a estudar mais de uma característica no mesmo cruzamento.
Para tanto, Mendel analisou duas características simultaneamente. Por exemplo, ele cruzou plantas amarelas e com sementes lisas (linhagem pura e dominante) com plantas verdes e sementes rugosas (característica recessiva). Apesar do resultado esperado (100% das plantas eram amarelas e lisas) o que surpreendeu foi a autofecundação da geração F1, cujos resultados com 16 descendentes foram na proporção: 9 dos descendentes possuíam sementes lisas e amarelas; 3 dos descendentes possuíam sementes lisas e verdes; 3 dos descendentes possuíam sementes rugosas e amarelas; e 1 possuía semente rugosa e verde.
Com esses resultados, iniciou-se a formulação da Segunda Lei de Mendel, ou “lei da segregação independente”, na qual se diz que dois, três ou mais fatores separam-se de forma independente, mas voltam a se combinar na fecundação.
A segunda lei de Mendel também passou a ser chamada de Diibridismo, que para o próprio Mendel era definido como:
“Características diferentes são herdadas independentemente das diferenças em outras características observadas”.
Apesar dos trabalhos de Gregor Mendel não terem sido reconhecidos no início, após alguns anos, ganharam notoriedade e até hoje são utilizados para entender processo de heranças genéticas, doenças hereditárias e alterações populacionais.
Exercícios Resolvidos
1. Dizemos que um determinado gene é recessivo quando sua expressão (fenótipo):
a) só acontece em heterozigose.
b) só ocorre quando em dose dupla.
c) reproduz uma característica provocada pelo ambiente.
d) independe da presença de seu alelo.
2. Casais de pigmentação de pele normal, que apresentam genótipo ______(I)______ podem ter filhos albinos. O gene para o albinismo é ______(II)_________ e não se manifesta nos indivíduos ______(III)______. São albinos apenas os indivíduos de genótipo _____(IV)______. “
No trecho acima, as lacunas I, II, III e IV devem ser preenchidas correta e respectivamente por:
a) AA, dominante, homozigotos e aa;
b) Aa, dominante, heterozigotos e aa;
c) Aa, recessivo, heterozigotos e aa;
d) AA, recessivo, homozigotos e Aa;
3. A probabilidade de um casal albino ter uma criança do sexo feminino, também albina, é:
a) 100%
b) 50%
c) 25%
d) 12,5%
RESPOSTAS:
1. B
2. C
3. B