Os ecossistemas são formados das interações entre os componentes bióticos e abióticos. Além dessas interações, as espécies também interagem umas com as outras, formando uma rede de interações ecológicas.
No entanto, há relações que são prejudiciais para pelo menos uma das espécies ou para ambas, como a predação e a competição. Porém, há relações que são benéficas, como as associações mutualísticas.
Um tipo de associação mutualísticas é o líquen. Os líquens são distribuídos globalmente, podendo ocorrer até mesmo em ambientes inóspitos, como desertos e regiões polares. Confira, abaixo, maiores detalhes sobre eles só aqui, no Gestão Educacional!
O que são líquens?
Líquens são definidos como a associação entre um fungo (parte micobionte) e uma alga (parte fotobionte). Esta última pode ser uma alga verde ou uma cianobactérica.
A associação é simbiótica mutualística, ou seja, ambos os organismos são beneficiados. O fungo fornece água, sais minerais e proteção para a alga, enquanto essa fornece carboidratos e também nitrogênio fixado, se for o caso de uma cianobactéria.
Classificação
A classificação dos líquens se baseia no tipo de organismo micobionte da interação. A maioria dos fungos que se associam às algas pertence ao filo Ascomycota e alguns são Basidiomycota. Já as algas, em geral, são Trebouxia, Pseudotrebouxia, Trentepohlia e Nostoc.
Assim, o tipo de substrato sobre o qual o micobionte se desenvolve é importante para a identificação do líquen. Sendo que estes crescem sobre:
- Córtex das árvores → cortícolas ou corticícolas;
- Rochas → saxícolas (saxon = rocha);
- Solo → terrícolas;
- Junto a musgos → muscícolas;
- Folhas → foliícolas.
Importância ecológica e econômica
Dentre as principais importâncias ecológicas dessa interação, está o seu papel na colonização de novos ambientes, afinal, esse é um dos primeiros organismos a surgirem após a abertura de uma clareira, no processo de sucessão ecológica. Assim, são chamados de organismos pioneiros.
Além disso, os líquens são amplamente utilizados nos dias atuais para monitorar a qualidade do ar. Após a Revolução Industrial, notou-se um grande declínio na população desses organismos, e estudos comprovaram sua relação com o ar puro.
Diversos tipos de líquens são sensíveis a poluentes como o dióxido de enxofre (SO2), pois não possuem mecanismos de excreção, acumulando substâncias tóxicas no organismo. Quando essas populações desaparecem totalmente da região, o fenômeno é chamado de “deserto liquênico”. Assim, estão sendo estudados para o monitoramento do aquecimento global.
Sua importância econômica se deve, em pequena escala, ao seu uso na alimentação por alguns povos japoneses. Em outras regiões, como no Uruguai, uma espécie de líquen é empregada como medicamento, tendo atividade antibióticas e antitumorais.
Além disso, são importantes para a indústria cosmética, principalmente na formulação de perfumes e na produção de corantes.