Mario de Andrade foi um poeta, escritor, crítico, ensaísta, folclorista e musicólogo brasileiro, considerado um dos maiores nomes do modernismo brasileiro.
Com uma obra experimentadora e inovadora, Mário de Andrade fez parte da primeira fase do Modernismo, servindo de guia para toda uma geração de poetas, escritores e intelectuais.
Ficou interessado e quer saber um pouco mais da vida e da obra de Mário de Andrade? Pois continue lendo o resumo que nós, do Gestão Educacional, preparamos para você!
Nascimento e primeiros anos de Mario de Andrade
Mário Raul de Morais Andrade nasceu em 9 de outubro de 1893, em São Paulo, na Rua da Aurora. Foi filho de Carlos Augusto de Andrade e Maria Luísa.
Mário de Andrade fez o ensino secundário no Ginásio Nossa Senhora do Carmo. Após isso, por ser considerado um prodígio na música desde muito novo, ingressou no Conservatório Dramático e Musical, em 1911.
Em 1913, seu irmão mais novo, Renato, que na época tinha 14 anos, morreu devido a uma pancada que recebeu numa partida de futebol, motivo de grande amargura para Mário.
Apesar da formação em música, dava-se muito bem com história, arte, poesia e literatura. Aprendeu francês e teve contato com a literatura e a poesia francesa ainda novo.
Após se graduar, em 1917, passou a dar aulas particulares de música e a ministrar a disciplina de História da Música na própria instituição de sua formação.
Primeiras publicações
No ano de sua formatura, publica sua primeira obra: Há uma gota de sangue em cada poema (1917), publicado sob o pseudônimo de Mario Sobal. A coletânea de poemas, inspirada nos eventos e no impacto causado pela Primeira Guerra Mundial, teve inspiração nas vanguardas europeias, apesar de pouco inovar no estilo.
Foi nesse mesmo período que conheceu, nos círculos literários, proeminentes artistas, como Anita Malfatti e Oswald de Andrade.
Após essa publicação, deixou a capital e passou a viajar para o interior, passando a documentar a história e a cultura dos povos do Brasil, especialmente do folclore brasileiro.
Semana de 22
Integrando o chamado “Grupo dos Cincos”, formado por ele, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Tarsila do Amaral e Anita Malfatti, organiza a famosa Semana de Arte Moderna de 1922, cujo objetivo era a divulgação de criações modernistas nas mais diversas áreas: arte, música e literatura.
Ainda nesse ano, publica o seu famoso Pauliceia Desvairada (1922), coletânea de poemas modernistas, incluindo o famoso Ode ao Burguês, um dos mais famosos poemas do modernismo.
Em 1925, publica o ensaio A Escrava que não é Isaura (1925), uma espécie de introdução/manifesto à poesia modernista.
Macunaíma
Em 1928, participou da elaboração e publicação da Revista de Antropofagia, derivada do Manifesto Antropofágico, de Oswald de Andrade.
O ano de 1928 foi bastante emblemático para Mário de Andrade, pois foi também nele que o escritor lançou Macunaíma, considerada sua obra-prima e uma das maiores obras do modernismo brasileiro.
Em Macunaíma, o herói sem nenhum caráter (1928), considera uma rapsódia, uma espécie de composição livre, próxima do improviso. Mário de Andrade reúne as pesquisas historiográficas que realizou, os mitos indígenas e os folclóricos, os estudos antropológicos, etc. e conta a história do herói índio Macunaíma, do seu nascimento até a sua morte.
Com essa obra, de caráter nacionalista, Mário de Andrade cria uma nova linguagem literária, incorporando na obra a linguagem oral de diversas regiões do Brasil, além de ser um reflexo da cultura brasileira ao mesmo tempo em que tece críticas aos defeitos do país.
Anos finais
Em 1934, passa a dirigir o Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo, onde ficaria até 1937. No departamento, continua seu trabalho historiográfico, registrando e divulgando a cultura brasileira, especialmente da música e do folclore popular.
Em 1937, funda, com Rodrigo Melo Franco, o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Em 1938, muda-se temporariamente para o Rio de Janeiro, onde continua seus registros sobre a cultura brasileira.
Em 1940, após a passagem pelo Rio de Janeiro, é nomeado funcionário do Serviço do Patrimônio Histórico, mas já não trabalha com tanto vigor como antes.
Mário de Andrade morreu em 25 de fevereiro de 1945, aos 52 anos de idade, vítima de um infarto, em sua casa, São Paulo. Está enterrado no Cemitério da Consolação, e seu nome foi dado, posteriormente, à Biblioteca Municipal de São Paulo.
Obras publicadas
Mario de Andrade deixou uma vasta obra literária. Massaud Moisés afirma que sua obra, multimoda, “reflete uma curiosidade diversificada e um talento polimórfico, sem par em seu tempo” (MOISÉS, 2012, p. 412).
Algumas das obras de Mário de Andrade, incluindo coletâneas de poesia, obras em prosa e ensaios, são:
- Pauliceia Desvairada (1922);
- A escrava que não é Isaura (1925);
- Losango Cáqui (1926);
- Primeiro Andar (1926);
- Clã do Jaboti (1927);
- Amar, verbo intransitivo (1927);
- Macunaíma (1928);
- Compêndio de História da Música (1929);
- Remate de Males (1930);
- Belazarte (1934);
- O Aleijadinho e Álvares de Azevedo (1935);
- Namoros com a Medicina (1939);
- O Baile das Quatro Artes (1943);
- Aspectos da Literatura Brasileira (1943);
- Os Filhos da Candinha (1943);
- O Empalhador de Passarinho (1944);
- Lira Paulistana (1946);
- Contos Novos (1946).