Martin Luther King Jr era pastor protestante, ficando mundialmente conhecido pelo seu ativismo político na luta pela igualdade dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos da América.
Ele usava como base o argumento de revolução sem o uso de violência, sempre pregando o amor ao próximo. Leia, aqui, informações completas sobre quem foi e sua história.
Martin Luther King Jr: vida
Essa figura histórica nasceu no dia 15 de janeiro de 1929, na cidade de Atlanta, Geórgia. Ele era o filho do meio, tendo uma irmã mais velha e um irmão mais novo.
Sempre envolvido com a religião, cantou no coro da igreja na estreia do filme E o Vento Levou, tendo, mais tarde, decidido entrar para a faculdade de Teologia Sistemática na Universidade de Boston, onde conheceu sua mulher, Coretta Scott King.
Ele tinha várias dúvidas quanto à religião, inclusive, ainda pequeno, questionava a ressurreição corporal de Jesus Cristo.
Início do ativismo político
Martin Luther King liderou uma campanha contra a segregação racial – separação essa que era muito forte no sul dos Estados Unidos. O evento desencadeador do protesto foi quando Rosa Parks, uma mulher negra, não cedeu seu lugar no ônibus para uma mulher branca, sendo, posteriormente, presa por isso.
Os maiores líderes da cidade lideraram um boicote aos ônibus que durou cerca de 382 dias. Várias ameaças de morte foram realizadas, sendo que Martin foi preso e sua casa atacada. O protesto só acabou quando a Suprema Corte Americana concordou em tornar ilegal a diferença de raças no transporte público.
Depois disso, King ajudou a fundar a Conferência da Liderança Cristã no Sul (CLSC), no ano de 1957, que tinha como intuito continuar com o ativismo nas questões dos direitos civis. O ativista participou desse movimento até o dia de sua morte.
A CLSC era, em sua maioria, composta pela comunidade negra ligada às igrejas batistas. King tinha como base de pensamento a desobediência civil (conceito de Mahatma Gandhi), sob a qual, com movimentos pacíficos a favor dos direitos dos negros, enfrentando ataques violentos do governo, teriam vantagem em relação aos direitos civis igualitários, pela propagação dos conflitos pela mídia.
Martin Luther King foi um dos principais organizadores de marchas pelo direito ao voto e fim das discriminações no trabalho e em outros âmbitos básicos. Mais tarde, esses direitos foram todos incluídos na Lei de Direitos Civis (1964) e Lei de Direitos Eleitorais (1965).
O CLCS promovia vários protestos e diversas marchas ao longo do país, porém, no dia 25 de Março de 1965, o movimento tentava promover uma marcha na cidade de Selma até Montgomery, no Alabama, entretanto, foram interrompidos por uma intervenção policial truculenta. As cenas de violência que aconteceram foram disseminadas pela mídia em todo país e mundo afora – ganhando o nome de Domingo Sangrento. A marcha só concretizou-se em sua terceira tentativa, com a permissão do presidente Lyndon Johnson.
Foi nesse protesto que o termo “Black Power” surgiu, pelas palavras de Stokely Carmichael, que no futuro seria líder do partido político Panteras Negras. Inclusive, esse ato de resistência pode ser conferido no filme Selma: uma luta pela igualdade (2014).
Foi no ano de 1963 que King organizou uma marcha de protesto com John F. Kennedy, que, posteriormente, se tornaria uma celebração das conquistas do movimento negro.
No ano de 1964, Martin Luther King ganhou o Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho tão importante para a humanidade, tendo, no ano seguinte, criticado o papel dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã.
No ano de 1968, o líder ativista e a SCLC organizaram uma campanha contra a pobreza e a favor da justiça econômica. O objetivo era dar destaque para as comunidades mais fracas dos EUA.
King tinha ideias socialistas democráticos, porém não deixava claro esse pensamento, devido ao sentimento anticomunista que se disseminava pela América, principalmente no período da Guerra Fria. Ele acreditava que o capitalismo não poderia ser a solução para a miséria nos EUA, principalmente na comunidade negra.
Envolvimento do FBI
Martin Luther King foi considerado por John Edgar Hoover – policial norte americano – como um radical, tendo, dessa forma, a sua vida toda investigada pelo FBI. Suas ligações eram gravadas e seus passos vigiada em busca de ligações comunistas.
Assassinato
Odiado em larga escala pelos segregacionistas do sul dos EUA, ele foi assassinado no dia 4 de abril de 1968, antes do início de uma marcha na cidade de Memphis, Tennessee. O líder ativista levou um tiro quando estava na sacada de um hotel, descansando. James Earl Ray assumiu o crime, porém anos depois, negou.
Sua viúva, em conjunto com o resto da família King, ganharam um processo contra Loyd Jowers, homem que afirmou ter oferecido 100 mil dólares pela morte do ativista.
No ano de 1986, um feriado nacional foi estabelecido nos Estados Unidos, conhecido como Dia de Martin Luther King – comemorado na terceira segunda-feira do mês de janeiro.
Seu posicionamento despertou o ódio de muitos movimentos anti raciais, como KKK – Ku Klux Klan, que pregava o uso da violência contra negros. A resistência também surgiu em grupos como os Panteras Negras e com o líder Malcon X.
Eu tenho um sonho
No ano de 1963, ocorreu um dos momentos mais marcantes da trajetória de Martin Luther King: seu discurso em Washington – leia, abaixo:
Digo-lhes, hoje, meus amigos, que apesar das dificuldades e frustrações do momento, ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.
Tenho um sonho que um dia esta nação levantar-se-á e viverá o verdadeiro significado da sua crença: Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais.
Tenho um sonho que um dia, nas montanhas rubras da Geórgia, os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos proprietários de escravos poderão sentar-se à mesa da fraternidade.
Tenho um sonho que um dia o estado do Mississipi, um estado deserto, sufocado pelo calor da injustiça e da opressão, será transformado num oásis de liberdade e justiça.
Tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos viverão um dia numa nação onde não serão julgados pela cor da sua pele, mas pela qualidade do seu caráter.
Tenho um sonho, hoje.
Esta é nossa esperança. Esta é a fé com a qual regresso ao Sul. Com esta fé seremos capazes de retirar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé poderemos transformar as dissonantes discórdias de nossa nação numa bonita e harmoniosa sinfonia de fraternidade. Com esta fé poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, ir para a prisão juntos, ficarmos juntos em posição de sentido pela liberdade, sabendo que um dia seremos livres.
Esse será o dia quando todos os filhos de Deus poderão cantar com um novo significado: “O meu país é teu, doce terra de liberdade, de ti eu canto. Terra onde morreram os meus pais, terra do orgulho dos peregrinos, que de cada localidade ressoe a liberdade”.
King e outros representantes foram recebidos por John F. Kennedy, que prometeu agilizar a política contra a segregação das escolas e outras questões cotidianas.