A mudança social e política depende de uma série de fatores para ser desenvolvida. Ela pode ocorrer tanto a partir de movimentos realizados dentro do sistema e pela própria sociedade como a partir de eventos mais traumáticos e que visam a dissolução do estado das coisas atuais por meio da revolução.
A compreensão desses movimentos e fenômenos é vista pelos sociólogos como fundamental para analisar os processos que acontecem na sociedade. É a partir dos avanços e retrocessos das lutas por melhorias e mudanças por parte dos atores sociais que se pode perceber o quão evoluído é cada Estado e o que ainda precisa ser feito para que tais situações ocorram em benefícios de cada vez mais cidadãos.
Vamos entender melhor esse item, suas características, causas e ver exemplos que ilustrem a teoria, só aqui no Gestão Educacional!
O que é mudança social e política?
Para haver mudança social, é necessário que ocorram atos políticos que aglutinem pessoas a um mesmo interesse e que essas passem a atuar visando a ocorrência de melhorias e as mudanças necessárias que atendam aos seus anseios.
Para isso, é essencial que elas sejam ouvidas junto às instituições governamentais, que poderão compreender tais necessidades e agir ou não para resolver tais pleitos.
Essa descrição do uso da política no âmbito das normas e regras diz respeito ao aspecto mais comum de mudança social política, em que atores se unem em grupos, associações ou movimentos sociais diversos para reivindicar algo e buscam espaços dentro da sociedade para serem ouvidos e atendidos.
Vale dizer que essa abordagem da política pode ocorrer também apenas de forma mais vertical e menos participativa, com a atuação mediada por políticos eleitos, como vereadores, deputados e senadores que são escolhidos pelo povo para representar suas demandas junto ao Poder Executivo.
Outra maneira de transformação social e política é a revolução, quando a mudança ocorre de forma extrema e destrói todos os paradigmas sociais instituídos até então, rompidos a partir da derrubada violenta da ordem política estabelecida. Em geral, trata-se de um evento traumático e bem violento, marcado pela participação popular que, com as próprias mãos, toma o poder e derruba os que comandavam o Estado, tudo isso após inúmeros conflitos e derramamento de sangue.
Mas, é importante lembrar que, ao contrário das reivindicações dos movimentos sociais dentro da ordem estabelecida, as revoluções são mais raras e se formam apenas em momentos específicos da história da humanidade.
Características
No texto A Mudança Social no Contexto de uma Pluralidade de Sujeitos Políticos: contribuições teóricas de Ernesto Laclau, Chantal Mouffe e Slavoj Zizek para a Psicologia Política, Frederico Costa traz observações a respeito das visões dos referidos autores sobre as características da mudança social e política, importantes para compreender esse universo.
Na visão de Zizek, a mudança social parece “girar em torno da existência de um fundamento último da luta política (economia) e, consequentemente, do privilégio da luta de classe”. Diante desse pensamento, Zizek defende que aqueles que buscam mudanças dentro da democracia liberal são verdadeiros utopistas, e não aqueles que querem a revolução social para suplantar o capitalismo.
Já Laclau e Mouffe se posicionam de forma contrária à teoria de Zizek, por compreenderem que a mudança social como um projeto que faz parte da construção de uma hegemonia de um grupo em relação ao outro. Eles também enfatizam a importância das relações sociais para a construção desse processo.
Causas e exemplos
As causas para o desejo de mudança social e política estão basicamente na luta por melhorias nas condições de vida e por mais direitos. Essa insatisfação e vontade de mudar é o que leva as pessoas a se organizarem para buscar um maior bem-estar.
Um exemplo disso é o movimento feminista, que foi responsável por uma série de transformações a partir do século XIX que têm influenciado até os dias de hoje a sociedade, com ganhos significativos para as mulheres. Basta dizer que o sufrágio universal que existe em grande parte dos Estados democráticos é graças à luta das mulheres pelo direito ao voto.
Os movimentos de trabalhadores que sempre buscam melhores condições de trabalho e maiores salários também se enquadram nesse processo de luta por mudança social e política.
Outro claro exemplo é o de movimentos negros que combatem o racismo e a segregação racial em escolas, ambiente de trabalho e sociedade como um todo, reflexos da escravidão que subjugou os negros no passado.
No que tange às revoluções que quebraram os paradigmas e implantaram novas realidades sociais e políticas podemos observar a Revolução Francesa de 1789 e a Revolução Russa de 1917. A primeira derrubou a monarquia na França e foi o estopim para o “boom” do capitalismo; e a segunda colocou em prática a utopia comunista no século passado.
Conclusão
Como vimos neste artigo, a mudança social e política depende de um ato político por parte dos atores sociais. Eles podem se reunir em grupos, movimentos sociais e associações para reivindicar, junto ao governo, uma série de coisas, seja por meio dos congressistas eleitos ou diretamente por meio de manifestações e articulações junto ao Estado.
Há, também, movimentos mais complexos, como a revolução social, que depende de uma série de fatores e combinações históricas para levar a uma ruptura total do paradigma atual para a construção de algo novo, a partir de uma enorme insatisfação levada à ação por parte dos indivíduos.
De qualquer forma, ambas as formas fazem parte da vida em sociedade e da busca constante dos cidadãos por uma vida mais digna.
