Napoleão Bonaparte foi um dos personagens mais importantes da história francesa e europeia. Seus feitos ainda são motivo de estudo, inspirando intensos debates históricos, uma vez que sua trajetória causou profundas mudanças nos rumos do mundo ocidental.
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Quem foi Napoleão Bonaparte?
Napoleão Bonaparte foi um famoso líder político e general francês, nascido na Córsega, que levou a França à formação de um império logo após a Revolução Francesa.
Infância e início de carreira
Nasceu no ano de 1769, na cidade de Ajaccio, capital da Córsega. Oriundo de uma família de nobres de origem italiana, foi o segundo de um total de oito filhos do advogado Carlo Maria Bonaparte e Maria Letícia Ramolino.
Sua condição familiar lhe permitiu ter uma boa educação. Destacava-se em matemática, história e geografia, e desde criança já mostrava uma predileção pela carreira das armas. Aos 15 anos, entrou para a Escola Militar de Paris, com o objetivo de se tornar oficial de artilharia.
Após formar-se como segundo tenente, passou os anos seguintes servindo nas cidades de Valence, Auxonne, lutando na Córsega, e participando do cerco de Toulon.
Ascenção – Batalha do Egito
A ascensão na carreira de Napoleão começou em 1795, quando, após se destacar no cerco de Toulon, foi convidado por Paul Barras, um dos líderes da Convenção (grupo que estava no poder naquele momento) a comandar as forças de defesa contra as forças pró-monarquia.
Graças à liderança de Bonaparte, as forças realistas foram derrotadas, o que rendeu a Napoleão fama e poder.
O militar foi nomeado comandante do exército do interior, participando de grandes campanhas militares na Itália e enfrentando o poderoso exército austríaco.
Em 1798, Napoleão leva seu exército ao Egito, como forma de minar o poder inglês na região. Nessa expedição, foi encontrada a Pedra de Roseta, importante achado arqueológico que permitiu que os hieróglifos egípcios fossem decifrados posteriormente.
Golpe do 18 Brumário
Napoleão retorna do Egito com a popularidade extremamente alta e aclamado pela população. Ao mesmo tempo, encontra a França ainda sofrendo com sangrentas disputas entre burguesia, revolucionários e grupos monarquistas.
Adiante, um golpe é articulado entre os girondinos (a alta burguesia) e os militares, derrubando o governo vigente (chamado de Diretório) e instaurando um Consulado, tendo Napoleão como primeiro cônsul. O Consulado durou exatamente cinco anos, e Napoleão dividia o poder com outros dois cônsules. Foi nessa época que a Louisiana, território francês na América do Norte, foi vendida para os Estados Unidos.
O Império
Com sua popularidade cada vez mais alta e seu poder consolidado, Napoleão planejou o próximo passo em sua ambição: um plebiscito foi realizado, obtendo ampla aceitação para a transformação da França em um império, tendo como imperador o próprio Napoleão.
Napoleão colocou em prática seu plano de conquistar boa parte da Europa, entrando em conflito com as principais potências europeias que, temendo a expansão do poderio francês, criaram uma coligação internacional, formada por Inglaterra, Áustria, Rússia e Prússia.
Os franceses conseguiram vitória importantes contra os russos, prussianos e, principalmente, contra os austríacos, na Batalha de Austerlitz, mas foram derrotados pela marinha inglesa na famosa Batalha de Trafalgar.
Tendo como principal rival a Inglaterra, Napoleão ordenou um bloqueio continental na Europa, obrigando os países a fecharem os portos para os navios ingleses. Os ingleses, já envolvidos pelo intenso processo de Revolução Industrial, possuíam uma grande lista de produtos industrializados que necessitavam de mercado. Dessa forma, Napoleão tenta fragilizar a economia inglesa e consolidar a liderança francesa no continente.
Quem não aderisse ao bloqueio corria o risco de ser invadido, e foi isso que motivou a família real portuguesa a fugir de Lisboa para o Rio de Janeiro, em 1808. Como grandes aliados dos ingleses, o príncipe-regente Dom João VI optou por mudar a corte para o Brasil a se sujeitar às ordens de Napoleão. Esse episódio é visto como o início da derrocada de Napoleão, algo reconhecido por ele mesmo em suas memórias.
A queda de Napoleão
Em 1812, a Rússia decide romper o bloqueio continental imposto pela França, voltando a negociar com a Inglaterra. Em resposta, Napoleão invade a Rússia à frente de um poderoso exército de aproximadamente 600.000 mil homens. Lutando longe de casa, sem acesso a suprimentos, e enfrentando o rigoroso inverno russo, Napoleão e seus homens são derrotados, com o exército francês perdendo um quarto de suas tropas.
Uma nova derrota no ano seguinte, na Batalha de Leipzig, deixou a situação de Napoleão insustentável. Ele foi obrigado a abdicar do trono, sendo exilado na ilha de Elba, na costa italiana, para a qual fugiria no ano seguinte, voltando à França e iniciando o período chamado de Governo dos Cem Dias.
De volta ao poder, Napoleão teve que, de novo, enfrentar uma coligação formada por ingleses e prussianos, que o derrotaram, dessa vez de forma definitiva, na Batalha de Waterloo, em junho de 1815.
Exilado em Santa Helena, uma remota ilha no Oceano Atlântico, onde passou seus últimos anos, Napoleão veio a falecer em 1821. A causa de sua morte até hoje é motivo de controvérsia. Análises feitas em mechas de seu cabelo mostraram grandes quantidades de arsênio, uma espécie de veneno, o que levantou suspeitas de que ele possa ter sido envenenado. Por outro lado, atualmente sabe-se que Napoleão sofria de câncer no estômago, sendo essa a causa provável de seu falecimento.