Quando usamos o adjetivo “maquiavélico”, estamos o associando a algo maldoso. Mas, você sabia que essa palavra foi inspirada no nome “Maquiavel”? Exatamente, do próprio Nicolau Maquiavel – teórico, pensador político, historiador, filósofo, músico, diplomata e escritor italiano.
Conheça mais sobre a história de vida de Nicolau Maquiavel, quais foram seus ideais, o que defendia e quais são suas obras mais importantes e populares até hoje.
Quem foi Nicolau Maquiavel?
Nicolau Maquiavel nasceu na cidade de Florença, na Itália, no dia 03 de maio de 1469. Naquela época conturbada, o país estava dividido em quatro cidades-estados antagonistas.
Filho de um influente advogado, Maquiavel teve a sorte de observar todo o nascimento da cultura e do poder político da Florença, que estava sob direção política de Lourenço de Médici, o Magnífico. Também, presenciou a criação da verdadeira República Florentina – quando o filho de Lourenço e seu sucessor Piero de Médici foram expulsos.
Maquiavel é um dos pensadores mais originais do Renascimento, considerado uma figura brilhante e ao mesmo tempo trágica. Embora sua família não fosse rica, Maquiavel, desde cedo, aprendeu várias línguas e recebeu estímulo para estudar – formando-se na Universidade de Florença.
Com 29 anos é que Nicolau Maquiavel entrou para a política como secretário, ficando nesse cargo por 14 anos. Durante esse período, em que houve o exílio da família Médici, Maquiavel recebeu o apelido de “demoníaco”, pois gostava de chocar seus associados, dando a entender que era menos desavergonhado do que ele realmente era.
Não somente isso, mas Maquiavel teve uma grande carreira na política, ocupando cargos que eram indicados para que ele realizasse missões diplomáticas, como estabelecer tratados, alianças e relatórios, enxergar qualidades e defeitos nas artes de governar, além de conhecer o contexto de cada país, por exemplo.
No retorno da família Médici ao poder, Maquiavel acabou sofrendo torturas e encarceramento, sendo, posteriormente, banido da política.
Ao ficar longe de seu cargo – no período de reclusão -, Nicolau Maquiavel teve seu tempo muito bem aproveitado: leu a história romana e escreveu tratados políticos, incluindo a sua obra mais famosa até hoje.
É importante dizer que, durante os séculos XVI e XVII, o nome de Maquiavel tornou-se sinônimo de crueldade. Na Inglaterra, o nome ficou ainda mais popular com o diminutivo “Nick”, usando-o para nomear o próprio diabo. Isso tudo afirma o quanto Maquiavel era odiado e totalmente incompreendido como pensador. Isso tudo se deu justamente por meio de seu tratado mais influente e lido, “O Príncipe”.
Nicolau Maquiavel morreu em 21 de junho de 1527 e até hoje é designado como o pai da teoria política moderna.
Principais obras de Nicolau Maquiavel
Na biografia de Maquiavel, a obra mais importante a ser destacada é “O Príncipe”, livro endereçado a Lourenço de Médici, que abordava principalmente como a monarquia era a capacidade do homem de determinar seu próprio destino, ao contrário do poder da fé. Ou seja, o livro pontua que o homem pode recorrer a qualquer meio para estabelecer e preserva sua autoridade total.
Em suma, “O Príncipe” foi criado como um método de conquista e manutenção do poder político. Foi graças a essa obra que o principado de Médici concedeu perdão a Maquiavel, dando-lhe o título de historiador. Por outro lado, o papa da época, Clemente VIII, condenou o livro, por legitimar a manutenção do poder pelo medo.
Além de “O Príncipe”, Nicolau Maquiavel é lembrado pelas seguintes obras:
- “Decenal” (1506);
- “Relatos sobre os Fatos na Alemanha” (1508);
- “Retrato das Coisas da França” (1510);
- “Discursos sobre a Primeira Década de Tito Lívio” (1513 a 1521);
- “A Arte da Guerra” (1517 a 1520);
- “A Mandrágora” (1518).
Não somente sobre política, Maquiavel abordou vários assuntos em suas obras (assim como peças de teatro e contos), como a ética e a natureza humana.
Nicolau Maquiavel era um nome que ameaçava as bases morais da vida política, porém, embora tenha recebido essa visão “maquiavélica”, ele nunca chegou perto disso. Pelo contrário: por ser humanista, Nicolau Maquiavel deveria ser visto como realista e profundamente renascentista, pois estava interessado nas questões da época e em como o Estado era de fato – sem contar as suas possibilidades reais do que o mundo poderia e deveria ser.
Nesse caso, Maquiavel é visto por muitos estudiosos como um precursor do liberalismo. Era defensor dos ideais republicanos, pois sua teoria – em especial no que foi abordado no livro “O Príncipe” – tinha como base os princípios morais e éticos para a política.