Friedrich Wilhelm Nietzsche foi um filósofo, músico, poeta e crítico cultural alemão e um dos pensadores mais influentes do século XIX. Polêmico, pautou sua filosofia com críticas à religião, moral, sociedade e cultura, influenciando diversos autores.
Biografia de Nietzsche
Nietzsche nasceu em 15 de outubro de 1844, na cidade de Röcken, então Reino da Prússia, filho de pastores luteranos. A princípio, Nietzsche pretendia seguir o exemplo do pai, mas acabou desistindo da ideia.
Aos 20 anos, ingressou na Universidade de Bonn, onde estudou filologia clássica e teologia evangélica. Transferiu-se depois para a Universidade de Leipzig, onde conheceu as obras de Schopenhauer, filósofo que muito o influenciou.
Após formado, assume como professor de filologia na Universidade de Basileia, na Suíça, tendo como colega Jacob Burckhardt, famoso historiador da arte. Tornou-se grande amigo do compositor Richard Wágner, afastando-se mais tarde por conta do antissemitismo que este possuía.
Em 1870, atuou como voluntário médico na Guerra Franco-Prussiana, fato que o marcou de forma profunda.
Em 1879, problemas de saúde fizeram Nietzsche desistir da carreira de professor. Passa, então, a se dedicar à escrita, em um período intenso de aproximadamente 10 anos, ao mesmo tempo em que se mantém em constante mudança, na busca de um local com clima favorável para a sua saúde.
Em 1889, sua saúde se deteriora e passa a sofrer distúrbios mentais, tendo que viver sob os cuidados da irmã. Faleceu na cidade de Weimar, em 25 de agosto de 1900.
O pensamento de Nietzsche
A filosofia de Nietzsche estava centrada na dicotomia razão/emoção, representadas, respectivamente, nas figuras de Apolo e Dionísio. Para ele, o homem foi tomado pela razão, deixando de lado a emoção.
Mas, era preciso um equilíbrio entre Apolo e Dionísio, ou seja, entre razão e emoção. Daí deriva sua crítica a Sócrates, grande defensor da razão.
Da mesma forma, Nietzsche criticava a moral cristã, a qual considerava, assim como a razão, uma máquina criada para dominar o outro, ideia explicita em sua obra O Anticristo.
Niilismo é um conceito filosófico que diz respeito à descrença ao sentido das coisas e às interpretações da realidade. Nietzsche tinha uma concepção própria do Niilismo, a qual divide em dois tipos: o niilismo passivo, em que para o ser humano nada mais faz sentido, e o ativo, no qual o niilismo abre as portas para a criação de valores novos, com o homem elevando-se para além de todo e qualquer modelo imposto.
Principais obras
A gaia ciência
Publicado em 1882, essa obra é composta de cinco capítulos divididos em 368 aforismos, em que o autor expõe suas ideias a respeito de arte, moral, história, política, conhecimento, religião, mulheres, guerras, ilusão e verdade.
É nesse livro que o filósofo expõe a ideia polêmica de que Deus está morto. Quando Nietzsche afirma isso, faz referência à morte da ideia de Deus como verdade absoluta.
Assim falou zaratustra
Publicado em 1883 e 1885, esse livro tem como ideia central a noção de que os seres humanos são uma
transição entre as espécies pré-históricas e o homem superior, normalmente traduzido como super-homem.
Segundo Nietzsche, para atingir o estágio de super-homem, era preciso criar seus próprios valores, eliminando, dessa forma, o Cristianismo, que impõe valores metafísicos que levam o homem a se afastar da realidade.
Ecce Homo
Essa obra é uma autobiografia escrita em 1888, quando Nietzsche já sofria com os efeitos dos distúrbios mentais que o acometeram. Nesse livro, o autor faz uma reflexão sobre si mesmo e sobre suas ideias, com o objetivo de não ser mal interpretado.
Também reflete a respeito de suas obras concluídas e de outras que nem chegou a escrever.
A polêmica do Nazismo
Além de seus escritos polêmicos, o nome de Nietzsche acabou sendo envolvido em outras questões. Sua irmã, Elisabeth Föster-Nietzsche, ficou responsável por sua obra após sua morte.
Dado que Nietzsche não era um filosofo muito conhecido, sua obra foi apresentada por sua irmã como sendo antissemita (ela mesma era antissemita), sendo posteriormente apreciada pelos nazistas na década de 20.
Nietzsche carregou, durante muito tempo, a pecha de ser o filósofo do nazismo, mas ele, de fato, nunca compactuou com essas ideias, ao contrário, sempre criticou tal pensamento, inclusive rompendo com seu grande amigo Wágner por conta disso.