Oscar Niemeyer foi um dos maiores nomes do desenvolvimento da arquitetura moderna e é considerado um dos maiores arquitetos não só do Brasil como do mundo.
Conhecido especialmente por participar da projeção de Brasília no governo JK, projetou, na verdade, uma série de edifícios que colaboraram com o desenvolvimento arquitetônico brasileiro.
Confira a trajetória e as principais obras dessa figura tão emblemática da arquitetura brasileira aqui, no Gestão Educacional!
Nascimento e primeiros anos Oscar Niemeyer
Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho, mais conhecido como Oscar Niemeyer, nasceu em 15 de dezembro de 1907, no Rio de Janeiro, então capital do Brasil, no bairro das Laranjeiras.
Foi filho de Oscar de Niemeyer Soares e Delfina Ribeiro de Almeida e neto de Antônio Augusto Ribeiro de Almeida, importante jurista brasileiro e ministro do Supremo Tribunal Federal de 1896 até 1913.
Niemeyer teve uma infância tranquila e despreocupada. Bem de vida, dedicou-se aos estudos e à boemia. Concluiu o curso secundário em 1928, mesmo ano em que se casou, aos 21 anos, com Annita Baldo.
Formação em engenharia e arquitetura
Um ano mais tarde, em 1929, matricula-se na Escola Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro (ENBA), no curso de Engenharia e Arquitetura, no qual se formaria em 1934.
No curso, teve contato com o que havia de mais moderno na arte e na arquitetura, graças ao então diretor do curso, Lucio Costa, que havia o atualizado e reestruturado com as Vanguardas Europeias.
Uma das inspirações inicias de Niemeyer foi justamente o arquiteto suíço Le Corbusier, importante nome do Purismo.
Em 1930, tem sua primeira e única filha, Anna Maria Niemeyer.
Primeiros e importantes trabalhos
Em 1932, Niemeyer começa a trabalhar no escritório de Lúcio Costa, antigo diretor da ENBA.
Seu chefe, Lúcio Costa, seria indicado, em 1936, pelo Ministro da Educação, Gustavo Capanema, para a construção da nova sede do Ministério da Educação e Saúde Pública. Ele então reúne uma série de jovens arquitetos para ajudar no desenvolvimento, com Niemeyer sendo incluído à equipe posteriormente.
Le Corbusier foi convidado em pessoa para ajudar no desenvolvimento. Niemeyer, portanto, trabalha lado a lado do importante arquiteto suíço. O papel do jovem arquiteto é bastante ativo, dando uma série de sugestões e inovações ao projeto original.
Niemeyer se envolveu tanto com o trabalho que, em 1939, após Lúcio Costa sair do projeto, Niemeyer assume a liderança. O projeto é concluído em 1943 e se torna um símbolo da arquitetura moderna. Um dos destaques da obra é a utilização de pilotes, cuja altura elevada foi sugerida pelo próprio Niemeyer, uma série de pilares que suspende o edifício.
Além disso, nesse meio tempo, mais precisamente em 1940, faz parte da equipe de criação do Conjunto de Pampulha, em Belo Horizonte, sendo convidado pelo então prefeito da cidade e futuro presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek.
Nesse trabalho, Niemeyer faz uso de algumas técnicas mais formais, misturando-as com técnicas puristas, o que o tornaria alvo de críticas por parte de alguns vanguardistas europeus mais radicais.
Em 1947, já gozando de certa fama internacional, Niemeyer é convidado para compor a equipe de arquitetos responsáveis pela projeção do edifício da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque.
Nessa mesma época, filia-se ao Partido Comunista Brasileiro.
O arquiteto já estabelecido
A partir de então, o nome de Niemeyer passou a se tornar cada vez mais conhecido, inclusive internacionalmente.
Em 1951, foi encarregado, pelo então governador de São Paulo, Lucas Nogueira Garcez, de projetar o Parque Ibirapuera, em comemoração ao 400º aniversário da cidade de São Paulo. Niemeyer também fez uso de pilotes, uma de suas tendências.
Nesse mesmo ano, projeta um dos cartões-postais de São Paulo: o Edifício Copan, um dos maiores marcos da arquitetura moderna brasileira. Feito de concreto, principal material de Niemeyer, é a maior estrutura feita desse material no Brasil, com 115 metros de altura, e chama a atenção pelas curvas suaves de sua fachada. Aqui, Niemeyer já havia abandonado as influências europeias em prol do desenvolvimento e da aplicação de sua própria arquitetura.
Em 1955, ele funda a revista Módulo, cujo tema é principalmente a arquitetura, o urbanismo, o design e a arte.
Projeção de Brasília
Em 1956, Juscelino Kubitschek é eleito presidente do Brasil e, um de seus planos, é mudar a capital para uma região mais ao interior do país. JK, que já conhecia Niemeyer, o escolhe para liderar o projeto.
Foi realizado um concurso público de Plano Piloto de Brasília, e o vencedor foi justamente Lúcio Costa, antigo chefe de Niemeyer. Com isso, Niemeyer projetaria os edifícios e Lúcio Costa o pano da cidade.
A cidade foi construída no período de um mandato, condizente com o slogan de JK “cinquenta anos em cinco”, sendo inaugurada ainda incompleta.
Da construção da cidade, Niemeyer é mais conhecido pelos projetos do Palácio do Planalto, a Catedral de Brasília, o Congresso Nacional, Palácio da Alvorada e o Palácio do Itamaraty.
Após a inauguração da cidade, em 1960, Niemeyer junta-se à Universidade de Brasília (UnB) como coordenador da Escola de Arquitetura.
O exílio
Após o golpe militar de 1964, instaurando a Ditadura Militar no Brasil, Niemeyer, assumidamente comunista, inclusive membro do Partido Comunista Brasileiro, viu-se obrigado a se exilar. Seu escritório é saqueado, a sede da revista Módulo, fundada por ele 1955, é destruída, e o arquiteto é cada vez menos contratado para novos serviços.
Em 1965, Niemeyer se demite da UnB, junto a outras centenas de funcionários, e exila-se em Paris, capital da França. Nessa fase, foi alvo de uma série de exposições, recebeu prêmios, como a medalha Juliot-Curie, e desenvolveu projetos para diversos países, abrindo até mesmo um escritório na capital francesa, na famosa avenida Champs-Élysées.
Alguns dos seus projetos mais importantes dessa época são a Universidade de Constantine e a Mesquita de Argel, na Argélia, e o Centro Cultural de Le Havre, em Paris.
Niemeyer permanece no exílio até o começo da década de 80.
Retorno ao Brasil, anos finais e morte
No começo dos anos de 1980, Niemeyer retorna ao Brasil e desenvolve uma série de importantes projetos arquitetônicos. Confira alguns deles:
- Sambódromo do Rio de Janeiro (1983-84);
- Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves (1985-86);
- Memorial da América Latina (1989);
- Museu de Arte Contemporânea de Niterói (1996);
- Museu Oscar Niemeyer (2002);
- Monumento da Paz (Paris, 2004);
- Parque Aquático de Potsdam (Alemanha, 2005);
- Complexo Cultural da República (2006);
- Cidade Administrativa de Minas Gerais (2010).
Em 2006, casa-se pela segunda vez, dessa vez com Vera Lúcia Cabreira, com quem fica até o final de sua vida.
Oscar Niemeyer morreu em 5 de dezembro de 2012, às 21:55 no horário de Brasília, vítima de uma infecção respiratória, aos 105 anos de idade.