Quando se trate de Oswaldo Cruz, você logo remete os pensamentos à faculdade paulista, aos laboratórios de mesmo nome ou ao homem que recebeu a homenagem desses locais?
Oswaldo Cruz foi, como a própria Faculdade Oswaldo Cruz afirma, uma das mais ousadas personalidades médicas da história brasileira. Portanto, usar seu nome é, basicamente, uma honra para a instituição.
O quanto você sabe sobre quem foi Oswaldo Cruz e o que ele fez para ser tão popular? Entenda sobre essa notória personalidade, agora mesmo!
Quem foi Oswaldo Cruz?
Oswaldo Cruz foi médico, bacteriologista e sanitarista brasileiro. Nascido em 5 de agosto de 1872, Oswaldo foi o primeiro filho (e único homem) do casal Bento Gonçalves Cruz e Amália Taborda Bulhões Cruz. Além dele, nasceram mais cinco irmãs – embora uma tenha falecido ainda quando criança.
A profissão de Oswaldo Cruz foi influenciada por seu próprio pai, que foi aluno da Faculdade de Medicina (mesmo que tenha largado o curso para lutar como voluntário do Exército Brasileiro na Guerra do Paraguai e dado continuidade posteriormente).
Até os 5 anos de idade, Oswaldo Cruz viveu em São Luís do Paraitinga, mas, em 1877, a família mudou-se para o Rio de Janeiro, com o pai trabalhando em consultório próprio, montado em casa.
No Rio de Janeiro, Oswaldo Cruz já era alfabetizado – aprendeu tudo com a mãe, não indo à escola ainda. Logo depois, foi matriculado e começou o primário. Posteriormente, estudou em um dos principais estabelecimentos de ensino do país, naquela época, onde conseguiu realizar os exames preparatórios para ingressar no ensino superior.
O pai de Oswaldo Cruz morreu em 8 de novembro de 1892, por nefrite (grave doença renal), mesmo dia em que Oswaldo formava-se em medicina. Além da mesma profissão, o pai fez com que Oswaldo herdasse interesse pela saúde pública.
Em 1893, Oswaldo Cruz se casou com Emília da Fonseca – namorada da adolescência. O pai de Emília, mesmo desconfiando de Oswaldo, no começo, afeiçoou-se facilmente pelo genro – tanto é que, como presente de núpcias, Oswaldo ganhou um laboratório completo de microbiologia, construído no térreo da nova casa em que iriam residir.
Foi, também, graças ao sogro que Oswaldo Cruz conseguiu realizar uma temporada de estudos no Instituto Pasteur de Paris, ficando por lá entre maio de 1897 a agosto de 1899. No tempo em que permaneceu em Paris, Oswaldo apaixonou-se por fotografia.
O casal Oswaldo Cruz e Emília tiveram seis filhos, sendo que uma menina faleceu ainda bebê. Por curiosidade, os três homens nascidos seguiram a mesma trajetória do pai e cursaram medicina, embora o mais velho, Bento, não tenha exercido a profissão.
Oswaldo Cruz faleceu no dia 11 de fevereiro de 1917, por conta de insuficiência renal, causada pela nefrite (mesma doença que acometeu seu pai).
Oswaldo Cruz e a Revolta da Vacina
Quando Oswaldo Cruz voltou da Europa, logo depois de ter se especializado em Bacteriologia, deparou-se com o Porto de Santos assolado pela epidemia de peste bubônica.
Logo, engajou-se no combate a essa doença, com a criação do Instituto Soroterápico Federal, em 1900 – a incidência da doença diminuiu em 1903, com o extermínio dos ratos, já que as pulgas é que transmitiam a doença.
Na mesma época, Oswaldo Cruz combateu a febre amarela, mas viu-se cercado de muitos problemas. Parte da população e dos médicos acreditava que a doença era transmitida pelo contato com roupas, sangue, suor e secreção de indivíduos doentes.
Entretanto, para Oswaldo Cruz, o transmissor da febre amarela era um mosquito. Por ter sido nomeado diretor geral de Saúde Pública (o que hoje se configura como o Ministro da Saúde), Oswaldo suspendeu as ações de desinfecções e começou a implantar medidas sanitárias, com brigadas que passaram de casa a casa, jardim a jardim, quintal a quintal, a fim de eliminar os focos de insetos.
A Revolta da Vacina aconteceu em 1904, por conta da incidência de surtos de varíola. Para Oswaldo Cruz, a ideia era simples: promover a vacinação em massa da população – por isso, a brigada sanitária iria na casa das pessoas e vacinava todos que lá estivessem, o que gerou grande indignação do povo.
Muitos movimentos populares aconteceram, por conta dessa atitude de Oswaldo Cruz, sendo que a Revolta da Vacina em si durou uma semana, com muitos feridos e pessoas presas. O que deu para se perceber era que a vacinação deveria acontecer de outra forma.
Embora tenha provocado esse desgaste, o prestígio de Oswaldo Cruz era incontestável. Sua figura ainda é destacada na reestruturação de todos os órgãos de saúde e higiene do país, na reformulação do Código Sanitário e no recebimento da medalha de ouro pelo trabalho de saneamento realizado no Rio de Janeiro. Já em 1913, ele foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.