Otávio Augusto foi uma das figuras mais conhecidas e importantes da Roma Antiga. Considerado o primeiro imperador romano, sobrinho neto e herdeiro de Júlio César, Otávio fez parte do Segundo Triunvirato, e foi o governante romano que mais tempo ocupou o poder.
Juventude de Otávio Augusto
Caio Otávio nasceu em Roma, em 63 a.C. Oriundo de uma família do ramo dos Otavios, foi criado por sua avó, na cidade de Velistra, próxima de Roma. Seu pai foi um membro da Ordem Equestre (a Ordem dos Cavaleiros, uma das classes aristocráticas romanas), e sua mãe, Ácia, era sobrinha de César.
De volta a Roma, foi eleito para o Colégio dos Pontífices (um dos quatro colégios que cuidavam dos assuntos religiosos) aos 16 anos, e após começou a se aproximar de seu tio-avô, acompanhando César em uma campanha contra os filhos de Pompeu.
Com a morte de César, em 44 a.C., Otávio se tornou seu herdeiro, sendo nomeado sucessor em testamento, mas encontrou oposição tanto dos aliados de seu tio como de seus rivais. Buscando apoio tanto entre os militares quanto entre membros do Senado, consegue firmar sua posição, apesar dos atritos com Marco Antônio, um dos principais seguidores de César.
Segundo Triunvirato
Em 43 a.C, em meio às guerras contra os responsáveis pela morte de César, Otávio, Marco Antônio e Lépido formaram o Segundo Triunvirato, um acordo pelo qual, durante um período de cinco anos, o governo da República Romana seria dividido entre os três. O acordo foi visto como necessário devido ao caos que se instalou após o assassinato de César e, por isso, foi aprovado pelo Senado e pela Assembleia do Povo.
A primeira medida dos Triunviros foi perseguir e eliminar todos os que conspiraram contra César, entre eles o famoso filósofo e político Cícero. Esse governo foi marcado, desde o início, por atritos entre Otávio e Marco Antônio, que se odiavam. Ao final dos cinco anos, o Triunvirato foi renovado, mas as tensões entre Otávio e Marco Antônio se tornaram quase irreversíveis.
Após o afastamento de Lépido, os dois ficaram sozinhos no poder e a guerra entre eles se tornou inevitável, sobretudo devido à aproximação entre Antônio e Cleópatra, rainha do Egito e antiga amante de Júlio César.
Em 37 a.C., Antônio passa a viver em Alexandria. Ele e a esposa fazem planos de construir juntos um grande império. No entanto, Antônio nomeou os filhos como governantes de terras pertencentes a Roma, causando indignação por parte de Otávio, que consegue convencer os senadores de que Antônio havia se tornado um inimigo de Roma. O Segundo Triunvirato termina oficialmente em 33 a.C. Agora, Marco Antônio é um inimigo de Roma.
Em 31 a.C., Roma declara guerra a Antônio e Cleópatra. No mesmo ano, os dois exércitos se enfrentam na batalha de Actium, na Grécia. As tropas de Otávio vencem, mas Antônio e Cleópatra conseguem fugir de volta para Alexandria. Diante da derrota e da perspectiva de serem capturados, os dois acabam optando pelo suicídio, com o Egito se tornando uma província romana.
O governo de Otávio
Com a morte de Marco Antônio, Otávio se tornou o homem mais poderoso de Roma. Em 27 a.C., o Senado romano proclamou Otávio como Princeps de Roma (uma expressão que significa o “primeiro cidadão”), dando início ao período conhecido como Principado. Ao longo de seu governo, acumulou inúmeros títulos, sendo o mais conhecido deles Augusto (venerado). A concentração do poder nas mãos de uma só pessoa permitiu centralizar as atividades administrativas, garantindo coesão e controle ao Império.
Durante seu governo, Roma viveu um longo período de estabilidade, graças a uma série de reformas políticas, econômicas e militares. Por conta disso, esse período ficou conhecido como Pax Augusta. Mas isso não significa que os romanos não tenham se engajado em algum conflito. Ao contrário, foi também um período de grande expansão territorial, com conquistas ao norte da Hispânia (Espanha e Portugal), na Récia (Suíça e sul da Alemanha), na Ilíria e Panônia (região da antiga Iugoslávia, Albânia e Hungria) e também na África e no Oriente Médio.
Otávio morreu em 14 a.C., após 41 anos de governo, sendo o mês de agosto nomeado em sua homenagem. Sua figura foi, portanto, emblemática na história de Roma e fundamental para sua estabilidade e expansão.