Na língua portuguesa, existem características que a fazem ser ainda mais incrível de ser estudada. Por exemplo, quando você lê uma determinada frase, já parou para analisá-la de trás para frente (da direita para a esquerda)?
Segundo o dicionário, o que se mantém idêntico mesmo quando lido na ordem inversa é conhecido como palíndromo. Entenda mais a respeito dele, do seu conceito, de quais são os exemplos mais curiosos e de outras informações interessantes, aqui no Gestão Educacional!
O que é Palíndromo?
Palíndromo é uma palavra originária do grego palindromos, que significa “repetição, volta”, sendo basicamente o seu conceito de indicar as palavras, frases ou mesmo números que são iguais quando lidos da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda.
Ou seja, palíndromo é qualquer sequência de unidades que tenha como aspecto o mesmo sentido quando lida de frente para trás e de trás para frente.
Cabe mencionar que nos palíndromos se desconsideram os espaços, as pontuações e os acentos. Isso quer dizer que, ao ler um palíndromo, se faz a consideração apenas de letras/palavras.
Palíndromo também pode ser chamado de bifrente ou anacíclico (que volta em sentido inverno, que refaz o ciclo de maneira inversa).
Registros de palíndromos
Um dos registros mais antigos de palíndromos no mundo está justamente nas Escrituras Sagradas, em que, supostamente, Adão havia dito sua primeira frase à Eva: “Madam, I’m Adam” (tradução: “Senhora, eu sou Adão”). Note que a frase é justamente a mesma quando lida ao contrário.
Outro palíndromo bastante antigo e bem popular é em latim, provavelmente criado entre os séculos II e V, de acordo com opiniões de pesquisadores: “Satorarepotenet opera rotas”, que significa “O lavrador diligente conhece a rota do arado”.
Por curiosidade, essa sentença é considerada um palíndromo perfeito, pois, além de ter o mesmo sentido da direita para a esquerda e da esquerda para a direita, pode ser lida de cima para baixo ou de baixo para cima:
S A T O R
A R E P O
T E N E T
O P E R A
R O T A S
O palíndromo mais longo que se tem conhecimento vem do finlandês: são dezenove caracteres que têm como significado “vendedor de soda cáustica”: “saippuakivikauppias”.
Na língua portuguesa, o palíndromo mais extenso é “omissíssimo”, que é o superlativo de omisso. O registro mais antigo no português está no primeiro dicionário publicado no Brasil, datado no ano de 1789. No verbete “palíndromo”, se encontra o exemplo Roma me tem amor”.
Números palíndromos
Os palíndromos também acontecem com os números, mas possuem uma denominação própria: capicua – que indica os números que podem ser lidos da esquerda para a direita e vice-versa.
São exemplos de números palíndromos:
- 111;
- 121;
- 15551;
- 96569;
- 420024.
Datas também podem se classificar nesse conceito, como é o caso de “20/02/2002”. Embora muitos acreditem que tais datas sejam supersticiosas, a numerologia considera apenas como uma curiosidade.
Exemplos de outros palíndromos
Os palíndromos podem fascinar muitas pessoas. E o mais surpreendente é que, às vezes, nem nos damos conta de que estamos diante de palíndromos quase o tempo todo – isso porque várias palavras comuns do português se configuram como tais.
Confira alguns exemplos bastante usados no dia a dia:
- Arara;
- Ele;
- Matam;
- Mirim;
- Osso;
- Radar;
- Raiar;
- Reger;
- Reler;
- Reviver;
- Rir;
- Saias;
- Salas;
- Sós.
As frases formadoras de palíndromos, geralmente, não levam em conta o sentido da frase, mas sim do palíndromo em si. Por isso, certas sentenças podem não ter interpretação plausível, mas o que importa é que elas podem ser lidas dos jeitos que configuram um palíndromo.
São exemplos delas:
- “A grama é amarga”;
- “A mala nada na lama”;
- “Adotaram a data da maratona”;
- “Após a sopa”;
- “Até o poeta”;
- “Eva, asse essa ave!”;
- “Missa é assim”;
- “O céu sueco”;
- “Olé! Maracujá, caju, caramelo!”;
- Socorram-me, subi no ônibus em Marrocos!”.
Alguns palíndromos famosos que valem conhecer são:
- “O romano acata amores a damas amadas e Roma ataca o namoro” (Autor desconhecido);
- “Lá vou eu em meu eu oval” (Marina Wisnik, escritora brasileira);
- “Seco de raiva, coloco no colo caviar e doces” (Rômulo Marinho, escritor brasileiro);
- “Rir, o breve verbo rir” (Laerte, cartunista brasileira).
No inglês, um palíndromo seria “Was it a caror a cat I saw?” (“Foi um carro ou um gato que eu vi?”, traduzido ao português).