Pedro Álvares Cabral – Quem foi? Biografia e Principais Feitos

A história de Portugal foi construída, em grande parte, pelo mar. O pequeno país construiu um império ultramarino, transformando-se em grande potência durante a chamada Era das Navegações.

Entre os tantos desbravadores que se lançaram ao mar, Pedro Álvares Cabral tem seu lugar na história, embora seja mais conhecido no Brasil do que em terras lusitanas.

Quem foi Pedro Álvares Cabral?

Pedro Álvarez Cabral foi um fidalgo, militar, navegador e explorador português, a quem se atribui o descobrimento das terras que viriam posteriormente a se tornar o Brasil, em 22 de abril de 1500.

Nasceu em Belmonte, pequena cidade próxima a Coimbra, em 1467 ou 1468. De origem nobre, foi mandado aos 12 anos para a corte do rei Afonso V, onde teve uma educação esmerada, aprendendo artes militares, técnicas de navegação e diplomacia.

Aos 17 anos recebeu do novo rei, Manuel I, o título de fidalgo, sendo nomeado Cavaleiro da Ordem de Cristo.

Viagem à índia

No início de 1500, Cabral foi nomeado capitão-mor de uma arriscada expedição à Índia. O objetivo da missão era estabelecer contatos comerciais que possibilitassem Portugal entrar no lucrativo comércio de especiarias, produtos raros na Europa e com alta demanda. Cabral tornou-se líder militar da expedição, que contava com navegadores experientes, como Nicolau Coelho, além de Bartolomeu Dias e seu irmão Diogo Dias.

A frota, composta de 13 navios, partiu de Lisboa em 9 de março de 1500. Após 13 dias de viagem, chegaram a Cabo Verde, já então uma colônia portuguesa na costa da África. Duas semanas depois, a frota cruzou a Linha do Equador, rumando na direção oposta ao continente africano, em uma técnica que consistia em navegar longe da costa para aproveitar os ventos no sentido sul.

A chegada ao Brasil

No dia 21 de abril, avistaram os primeiros sinais de terra para. No dia seguinte, encontraram terra firme, na altura da atual Santa Cruz de Cabrália, na Bahia. Cabral e seus homens estabeleceram contato amistoso com os habitantes locais, oferecendo alguns presentes.

Após alguns dias armazenando água e alimentos, Cabral e sua frota retomaram o caminho para as índias, enquanto um navio voltou para Portugal levando a notícia da descoberta de novas terras.

Chegada à Índia

Após enfrentarem uma violenta tempestade no atlântico Sul, onde naufragaram quatro embarcações, entre elas a de Bartolomeu Dias, finalmente chegaram a Calicute, Índia, em 13 de setembro.

A princípio, as negociações com o governo local ocorrerem bem, com os portugueses obtendo autorização para a criação de uma feitoria. Logo em seguida, entraram em conflito com comerciantes árabes, que não viam com bons olhos a concorrência portuguesa. O conflito resultou na morte de vários portugueses e no bombardeamento da cidade por parte de Cabral, por considerar que o governo local era cúmplice do ataque dos comerciantes árabes.

Após carregarem os navios com produtos, não só de Calecute, mas também de outras cidades, partiram rumo a Portugal em 16 de janeiro de 1501, chegando em Lisboa em 21 de julho.

Apesar das perdas humanas e dos vários navios naufragados, a quantidade de produtos trazidos por Cabral garantia o sucesso financeiro da missão. Além dos mais, Cabral havia encontrado uma nova terra para exploração, que permitiria a Portugal se tornar, em breve, uma potência da exploração marítima.

Os últimos anos

Apesar do sucesso da viagem, um desentendimento, nunca explicado entre Cabral e o rei Manuel I, acabou por afastar Pedro da corte. Em 1503, Cabral se casa com Inês de Castro, sobrinha de Afonso de Albuquerque, um dos maiores líderes militares portugueses do período. Tiveram seis filhos.

As informações a respeito de Cabral após seu afastamento da corte são muito escassas. Sabe-se que, com a saúde abalada, Cabral e a família se mudam para Santarém em 1509, onde o navegador veio a falecer, de causas não especificadas, em 1520.

A polêmica do “descobrimento”

A chegada de Cabral ao território brasileiro sempre foi motivo de muita discussão. Boa parte dos historiadores acredita que sua chegada foi intencional, pois os portugueses já sabiam da possibilidade de existir terras na região. Assim, o desvio da frota de Cabral não teria sido acidental, e sim uma extensão da missão inicial de chegar às Índias. Cabral deveria navegar pelo atlântico sul em busca de terras que estivessem dentro dos limites do Tratado de Tordesilhas.

Mesmo a ideia de Cabral ter sido o primeiro europeu a avistar o Brasil tem sido questionada. Embora nunca comprovada, existem hipóteses a respeito das possíveis chegadas do português Duarte Pacheco Pereira, em 1498 (descrita na obra Esmeraldo de Situ Orbis), e do espanhol Vicente Yáñez Pinzón, em janeiro de 1500.

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