A Sociologia é uma disciplina muito importante no estudo do funcionamento das sociedades e das leis que fundamentam as relações sociais, as instituições, enfim, tudo aquilo que compõe nossa vida social. Ela surgiu a partir da tentativa do pensador francês Auguste Comte (1798 – 1857) de unificar os estudos relacionados às ciências humanas. Outros nomes também deram sua contribuição para essa disciplina. Entre eles: Jean-Jacques Rousseau, Charles Montesquieu, Alexis de Tocqueville, Gabriel Tarde, Vilfredo Pareto.
Mas, apesar de todos eles, a Sociologia foi ser sistematizada apenas a partir de outros filósofos, que contribuíram decisivamente para dar uma cara mais científica à disciplina. Em especial, podemos destacar três nomes como os principais pensadores da Sociologia, que fundamentaram as bases dessa ciência como a conhecemos hoje: Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx. A seguir, vamos conhecer um pouco mais deles e suas contribuições.
Émile Durkheim (1858 – 1917)
É possível dizer que o filósofo, antropólogo e cientista político francês Émile Durkheim se utilizou das ideias de Comte para poder criar a teoria que conhecemos hoje como Sociologia, ou ao menos os seus fundamentos. É a partir dele que a Sociologia se transformou, de fato, em uma ciência. De acordo com Durkheim, a Sociologia diz respeito ao estudo dos fatos sociais, que são as formas e também os padrões pré-estabelecidos por um grupo social.
Há três características marcantes dos fatos sociais: coerção social, exterioridade e poder de generalização. Para o autor, os fatos sociais têm vida própria e são exteriores aos sujeitos sociais, sendo introjetados neles até virarem hábitos.
Há que se destacar uma de suas principais obras, denominada As Regras do Método Sociológico. Nela, o pensador define um método objetivo para a disciplina: os fatos sociais devem ser estudados como coisas, isto é, de maneira bastante objetiva, com a apresentação de dados para ajudar na compreensão e na interpretação da teoria.
Karl Marx (1818 – 1883)
O intelectual e revolucionário alemão Karl Marx não tinha como objetivo fundar as bases da Sociologia. A meta do criador da doutrina comunista era analisar as causas dos problemas sociais da época, como desemprego, miséria, desigualdade social etc., coisas que seguem afligindo a humanidade. Mas, sua crítica à sociedade capitalista queria ir além da análise. Pretendia fornecer as chaves teóricas para a sua superação, rumo ao Socialismo.
Para Marx, a sociedade é dividida em suas classes antagônicas: os capitalistas, que possuem os meios de produção, e o proletariado, que tem apenas como opção vender a sua força de trabalho para o capital. Os interesses de ambos seriam irreconciliáveis, sendo esse antagonismo e tal debate a essência de seu pensamento, tendo como resultante final a luta de classes, levando os trabalhadores para o controle dos meios de produção e a implantação do Comunismo como fase final da sociedade humana.
Ainda que parte de suas ideias não tenham sido confirmadas diante dos acontecimentos da história, nota-se a grande contribuição que Marx forneceu à intelectualidade, que ainda estuda seus escritos, em especial no que se refere à teoria das classes sociais, à exploração da força de trabalho assalariada e à formação histórica do capitalismo.
Max Weber (1864 – 1920)
O economista, jurista e intelectual alemão Max Weber possuía uma linha de pensamento semelhante à de Durkheim, ao menos no que tange à objetividade com relação ao método científico. Conhecedor de Comte, Durkheim e Marx, ele fez apontamentos críticos a seus antecessores. Por exemplo, Weber não cria num funcionamento harmonioso e simples da sociedade, como enxergariam Comte e Durkheim. Contudo, ele não propôs uma revolução tal e qual seu conterrâneo.
Segundo Weber, é papel da Sociologia observar e analisar os fenômenos da sociedade, procurando extrair deles os ensinamentos necessários, para serem sistematizados para um melhor entendimento. Não à toa a sua Sociologia é denominada de compreensiva. Ele ajudou decisivamente no sentido de tornar essa área uma profissão, ao direcioná-la rumo a uma maior imparcialidade.
A ação social é um conceito chave para a sua teoria, sendo a ação um comportamento humano em que as pessoas acabam por se relacionar de maneira subjetiva, fazendo com que o sentido seja determinado pelo comportamento alheio. Vale dizer, porém, que esse comportamento só pode ser ação social no momento em que o ator atribui um significado ou sentido próprio à sua conduta, além desse sentido se relacionar ao comportamento de outros indivíduos.