O período misto é o tipo de período que é composto tanto por coordenação, quanto por subordinação. Trata-se de um período que possui ambas as formas de relação entre seus elementos, isto é, entre as orações que o constituem.
Para entender melhor, é importante relembrar que:
O período composto apenas por coordenação é aquele em que as orações são sintaticamente independentes, ou seja, ainda fazem sentido quando separadas. Já o período composto apenas por coordenação é aquele em que uma ou mais orações só fazem sentido quando ligadas a uma oração principal, o que significa, portanto, que elas possuem uma relação de dependência sintática.
Portanto, um período misto, que é composto por coordenação e subordinação simultaneamente, é um que possui essas duas relações em sua formação, tanto de dependência quanto independência sintática.
Composição do período misto
Agora, vejamos alguns exemplos para facilitar a sua compreensão:
- O menino foi à escola e compartilhou o lanche com os colegas que não tinham o que comer.
Aqui, “O menino foi à escola” é uma oração coordenada, bem como “compartilhou o lanche com os colegas”, ou seja, são orações que partilham o mesmo sujeito, mas possuem uma relação de independência, ou seja, tem sentidos completos sozinhas.
Já “que não tinham o que comer” é uma oração subordinada, pois não possui independência sintática das demais orações. Percebe como utilizamos essa estrutura mais do que imaginamos nas nossas falas e textos do dia a dia? Ficou mais claro? Ainda não? Então vamos para outro exemplo!
- Gostavam de viajar para lugares que tinham belas vistas, mas eram pouco visitados.
Nesse caso, “Gostavam de viajar para lugares” e “mas eram pouco visitados” são as orações coordenadas, que possuem independência sintática. Inclusive, “mas eram pouco visitados é uma oração coordenada adversativa, pelo uso da conjunção “mas”. Já “que tinham belas vistas” é a oração subordinada, que depende das outras para fazer sentido.
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Referências
CUNHA, C; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 7. Ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2017.
BECHARA, E. Moderna Gramática