Platão foi um filósofo e matemático importante do período da Grécia Antiga. Durante sua vida, escreveu diversas obras, chamadas de Diálogos, que são consideradas base da ciência e da filosofia ocidental.
Curiosamente, Platão tinha como mentor Sócrates (outro importante fundador da filosofia ocidental). Além disso, Aristóteles (filósofo grego, famoso por suas obras sobre diversos assuntos naturais e científicos) era seu pupilo.
Conheça, a seguir, a história desse importante filósofo grego e entenda quais foram suas principais contribuições, especialmente no campo da filosofia e do estudo de ciências.
Vida de Platão
1. Nascimento
Platão nasceu em 428/427 antes de Cristo (data estimada) e veio a falecer em 347 antes de Cristo, filho de Perictíone e Ariston – filósofo e descendente do rei Codro, o último monarca de Atenas. Teve três irmãos, que mais tarde apareceriam em suas obras / Diálogos.
Acredita-se que seu nome de nascimento é Arístocles, em homenagem ao seu avô. O apelido Platon (Platão), que significa grande, veio de seu treinador de luta, numa referência à aparência física do filósofo, que tinha a fronte larga.
2. Infância e adolescência
Durante sua infância e adolescência, Platão foi instruído em música, gramática e ginástica, além de ter realizado cursos de filosofia. Na época, foi elogiado pelos professores pela rapidez mental e pelo ótimo desempenho nos estudos.
O filósofo viveu, na juventude, um período repleto de agitações e instabilidades políticas, provocadas pela Guerra do Peloponeso, seguidas de outros eventos históricos importantes, como Oligarquia dos Quatrocentos e o período dos Trinta Tiranos, que marcaram a frágil democracia da época.
3. Fase adulta
Com o fim da Guerra de Peloponeso, Platão foi convidado a participar da nova política vigente, porém declinou a proposta porque considerava o regime criminoso. Houve, ainda, um agravante: em 399 antes de Cristo, Sócrates, seu professor, foi executado, o que fez com que desgostasse ainda mais da política.
A partir de então, tornou-se crítico severo do sistema político, considerando este defeituoso e imoral, e passando a demandar um estado que fosse governado por filósofos.
Em 388 a. C., iniciou uma série de viagens à Sicília, numa tentativa de influenciar Dionísio I (tirano de Siracusa) sobre sua proposta de um rei filósofo. Entretanto, não obteve sucesso na primeira vez e foi expulso da região.
No mesmo ano, comprou um ginásio próximo à Colona (noroeste de Atenas), ampliou a estrutura e construiu alojamentos para estudantes, local que ficou conhecido como Academia, mais tarde, Escola de Platão.
Inclusive, a Academia é considerada a primeira instituição de educação superior do ocidente e seus integrantes estudavam filosofia e praticavam ginástica. Foi na Academia que Platão escreveu vários de seus Diálogos, como Fédon e Banquete, além de ter começado a elaborar A República, uma de suas obras mais famosas, narrada em primeira pessoa por Sócrates.
Em 366/367 e 361 a. C., Platão fez mais duas viagens à Sicília, com intenções políticas, mas não teve sucesso nas empreitadas e retorna para Atenas, em 360 a.C.
3. Morte
Após seu retorno, Plantão volta à Academia e escreve obras até sua morte, cerca de 348 a.C. Acredita-se que seu corpo tenha sido sepultado na própria Academia.
Feitos e importância de Platão para a filosofia
1. Obras
Um dos principais feitos e importância de Platão é sua obra, que foi escrita ao longo de 50 anos. Trata-se do primeiro filósofo antigo a ter obras completas e preservadas até os dias atuais, o que possibilitou conhecer o pensamento não só dele, mas de Sócrates e outros como Heráclito, Pitágoras e Parmênides.
2. Diálogo na filosofia
Platão foi o criador e introdutor do método de Diálogo, característica marcante de sua obra, que era utilizado como forma de expressão e transmissão de seu pensamento filosófico.
3. Filosofia política ocidental
Com a obra A República, Platão fundou a filosofia política do ocidente. Trata-se de um Diálogo importantíssimo, no qual se busca uma fórmula que consiga garantir uma administração harmoniosa à cidade, livre do caos e dos interesses particulares.
4. O mito da caverna
O mito da caverna é uma das alegorias mais famosas da filosofia de Platão, presente em A República e utilizada para explicar como se dá a aquisição de conhecimento, desde a ignorância (caracterizada pelas sombras dentro da caverna) até o mundo das ideias (representado pelo sol fora da caverna, ou seja, pela luz, pelo esclarecimento).
Esse mito mantém-se contemporâneo em diversas sociedades ao redor do mundo, que permanecem alheias ao pensamento crítico na tentativa de libertar os homens dos seus grilhões.
No Brasil, ainda estamos procurando este estadista ou governante platônico. Não é utopia, e sim pura ilusão do irrealizável, já que na utopia existe a possibilidade de projeção e realização da esperança.
Para você entender – FAQ resumo sobre “Platão”
Entenda mais sobre Platão! Essas perguntas são as mais comuns entre as pessoas que buscam entender mais sobre esse assunto.
Qual o pensamento de Platão?
O pensamento de Platão é o idealismo platônico, que possui base na noção em que o conhecimento das ideias ou formas puras, imutáveis e perfeitas é o único conhecimento verdadeiro, ou seja, aquele obtido pelo intelecto.
Platão afirma que o nosso conhecimento sobre a matéria – aquela obtida pelos sentidos, é enganoso.
Qual a contribuição de Platão para a filosofia?
Ele foi responsável por criar o chamado mundo das ideias e das formas, fundando o pensamento metafísico. Platão escreveu vários diálogos filosóficos e fundou a Academia em Atenas, ele é considerado o precursor do ensino superior no mundo ocidental.