Poesia Concreta: o que é, características, exemplos e mais

A poesia concreta surgiu a partir do movimento concretista, uma vanguarda literária que alterou profundamente o contexto do fazer poético brasileiro em meados dos anos 1950.

Primeiramente, foi o primeiro movimento literário a nascer no Brasil, exportando suas ideias e conceitos para o exterior, sendo assim inspiração para ,e não inspirado por vanguardas europeias ou norte-americanas.

Surgiu a partir da obra e trajetória de seus cocriadores: Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari, que escreveram o manifesto “Plano-piloto para a poesia concreta” em 1952.

Suas experimentações com a forma são ainda hoje muito presentes e adotadas em diversos contexto, como na publicidade e na editoração de livros.

Principais características

A poesia concreta buscava pela ruptura do que se fazia e se entendia como poesia até então. Para tal, utilizava-se de explorações com a forma e sonoridade poética, bem como da criação de neologismos e de diferentes estruturas visuais para o poema.

Por isso, podemos considerar como características principais:

  • Comunicação semiótica, isto é, que se dá tanto por meio da linguagem escrita quanto imagética. Isso significa que o poema que o poema não comunica uma mensagem somente através da escolha das palavras, mas também pela sua disposição na página, que muitas vezes era organizada de modo a formar desenhos formatos geométricos.
  • Uso de figuras de linguagem que brincavam com os aspectos sonoros das palavras escolhidas na composição dos poemas, como aliterações, assonâncias e paronomásias, bem como a repetição das mesmas palavras em sequência e neologismos.
  • Uma ausência de subjetividade no poema, um distanciamento entre o eu-lírico e o conteúdo do poema. Isso, assim como a tendencia de valorizar as formas e disposição das palavras graficamente, acarretava na escolha de temas muitas vezes mais movidos pelo âmbito estético que semânticos.

Exemplos

Amortemor, 1970, Augusto de Campos.
Amortemor, 1970, Augusto de Campos.
Dias dias dias, 1953, Augusto de campos.
Dias dias dias, 1953, Augusto de campos.

Refêrencias

Aguilar, G.M. Poesia concreta brasileira: as vanguardas na encruzilhada modernista. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2005.

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