Um dos mais impressionantes fenômenos da natureza encontra-se no Brasil. Estamos falando da pororoca: acontecimento natural que chama a atenção pela violência das ondas que une as águas de um rio com as correntes do oceano.
Embora seja conhecida por ser um fenômeno brasileiro, a pororoca pode ocorrer em regiões de grandes marés e, por isso, é possível de ser presenciada na França (no Rio Sena) e na Índia (no Rio Ganges). Entretanto, ela é mais intensa no litoral norte do Brasil.
Entenda o que é a pororoca, como e quando ela acontece e informações interessantes sobre essas ondas!
O que é a pororoca?
O primeiro passo para entender a pororoca é saber a origem do seu nome. A palavra é derivada do Tupi poro’roka, que é o gerúndio do verbo poro’rog, com um significado bem específico: “estrondar”.
Pelo som característico e bastante alto que causa, o nome é muito justo, afinal o fenômeno nada mais é que as violentas ondas que se formam a partir do encontro entre as águas do mar com as águas dos rios. Ou seja, é quando o mar invade um rio, criando uma grande onda que se choca contra a corrente fluvial.
Pela ação da onda, a pororoca carrega uma forma devastadora – as mais violentas destroem as margens dos rios, enquanto que, em áreas mais altas, há a erosão do solo. Agora, imagine a pororoca em planícies alagáveis: o terreno ficará submerso.
Essa fantástica mostra da natureza pode fazer com que o leito do rio fique cada vez mais largo a cada ano. Ainda, a onda pode arrancar árvores com extrema facilidade, arrastando o que estiver pela frente – é por isso que a água do rio fica com aquele aspecto sujo e barrento.
Embora traga esses prejuízos, ela é considerada uma aventura radical: todos os anos, há organização de campeonatos de surfe – o que também transforma isso em uma atração turística. O objetivo do campeonato é simples: vence quem ficar mais tempo em cima da onda, isto é, quem conseguir surfar por mais tempo.
No Brasil, o fenômeno pode acontecer em várias localidades:
- Na foz do Rio Amazonas;
- Em afluentes do litoral paraense e amapaense, como Rio Araguari, Rio Guamá, Rio Capim, Rio Moju e Rio Maiacaré;
- Na foz do Rio Mearim, no Maranhão.
Na Amazônia, por exemplo, os ribeirinhos já sabem como lidar com o ritmo das águas. Na época da pororoca, eles constroem suas casas sobre palafitas, evitando sair ou navegar durante esse período.
Como e quando acontece a Pororoca?
A pororoca mais importante ocorre na Amazônia e acontece na entrada da maré alta, a cada 12 horas. Quando a onda passa, o nível da água do rio pode ter uma elevação de até 4 metros de uma só vez. Depois, o rio subirá gradualmente até 7 metros. Na maré baixa, o rio voltará ao nível normal.
Durante os meses de março e abril, mais especificamente nas luas cheia e nova, as pororocas são ainda mais poderosas e destruidoras. Na maré alta, portanto, mais ou menos a 30 quilômetros da costa, uma sequência de ondas começa a formar-se, com direção ao estuário de rios. Isso já é considerado o nascimento da onda conhecida como pororoca.
O caminho da pororoca começa a afunilar-se por conta do leito, tornando-o mais raso. Dessa forma, a onda vai crescendo de tamanho – alcançando até 4 metros de altura. Nesse momento, a força que o fenômeno possui é tanta que tem a capacidade de inverter a direção da correnteza do rio.
A água do mar faz seu caminho por cerca de uma hora e meia, em uma velocidade aproximada de 30 quilômetros por hora. Por curiosidade, pororocas mais fortes podem alcançar até 50 quilômetros continente adentro.
Quando o evento finaliza, a correnteza consegue retomar à sua direção normal, contudo, depois de um intervalo de 12 horas, na próxima maré alta, o processo recomeça.
Por que a pororoca acontece?
A explicação para o fenômeno natural vem da mudança das fases da lua, em especial durante os equinócios – onde há uma inclinação maior de massa líquida dos oceanos. A elevação súbita da maré no oceano, causada em épocas em que há lua cheia ou lua nova, provoca uma corrente inversa ao caminho tradicional do rio, fazendo com que suas águas recuem.
Por sorte, é possível prever o fenômeno com 2 horas de antecedência – isso se deve ao barulho forte e específico que a força da água faz. Quando o estrondo cessa, o aviso é claro: a pororoca está chegando – o silêncio é o principal sinal para que as pessoas procurem lugares seguros, pois esse é o momento mais arriscado da pororoca, causando riscos para o ambiente, as pessoas e, até mesmo, os animais.