O Pré-Modernismo é conhecido como a transição entre o Simbolismo e o Modernismo, tendo acontecido entre o início do século XX até o ano de 1922. Normalmente, não é considerado uma escola literária, já que possui influencias do Parnasianismo, Realismo e Simbolismo. Ele é mais como uma junção de diferentes autores com temáticas distintas, compreendendo estilos divergentes e temas que ganhariam força na literatura brasileira posteriormente.
Contexto Histórico Pré-Modernismo
No começo do século XIX, o Brasil passava por várias mutações políticas, devido ao regime da República recém instalado.
Nesse período, havia a esperança de um Brasil melhor, que, no entanto, foi logo perdida devido aos conflitos sociais e a contestação do novo modelo econômico, como a Revolta da Chibata, a Guerra dos Canudos, a Guerra do Contestado, o Cangaço e, também, a Revolta da Vacina.
Características do Pré-Modernismo
O período de transição critica os problemas sociais brasileiros, como a desigualdade de classes, a pobreza e, também, a política. O nacionalismo também é valorizado, variando de acordo com a região das obras, porém com uma mistura entre características dos movimentos literários anteriores.
É importante destacar que essas características não são uma regra, visto que os escritores têm diferentes influências e estilos em suas obras. Além disso, não há uma forma de narrativa padrão, a linguagem fica mais coloquial, e os personagens são pessoas comuns, em sua maioria, sertanejos, caipiras, gaúchos, mulatos e outros.
Principais autores brasileiros
Os nomes que mais se destacam no Pré-Modernismo no Brasil são Euclides da Cunha, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Lima Barreto. Leia mais sobre cada um deles, abaixo:
Euclides da Cunha (1866-1909) era escritor, poeta, ensaísta, historiador, jornalista, geógrafo e engenheiro, além de ocupar a cadeira de número 7 na Academia Brasileira de Letras, entre 1903 e 1906. Sua principal obra foi Os Sertões (1902), um livro-reportagem que mostra a Guerra de Canudos, onde Euclides viveu um pedaço enquanto era correspondente do jornal para o qual trabalhava na época.
Graça Aranha (1868-1931) era escritor e diplomata, nascido no Maranhão. Ele foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e ajudou a organizar a Semana de Arte Moderna de 1922. Sua obra de destaque é Canaã (1902), que narra a migração alemã no estado do Espírito Santo.
Monteiro Lobato (1882-1948) é um dos escritores mais famosos do Brasil, também editor e tradutor, porém ficou mais conhecido por suas obras infantis com traços educativos, vide Sítio do Pica Pau Amarelo. Outra obra marcante sua é Urupês, uma junção de contos e crônicas regionalistas.
Lima Barreto (1881-1922) era escritor e jornalista brasileiro, tendo obras que criticam a sociedade da época – vide Triste Fim de Policarpo Quaresma (1915), no qual o personagem principal, já morto, conta sua história, reconhecendo o tupi como língua oficial do Brasil, sendo, posteriormente, condenado à morte por críticas ao presidente Marechal Floriano.