Preconceito é uma opinião formulada previamente, baseada em julgamentos éticos ou morais, e sem embasamento crítico ou lógico. Trata-se de um juízo preconcebido, que geralmente se manifesta na forma de atitudes discriminatórias, intolerância ou mesmo violência.
A formação do preconceito se dá, sobretudo, pela criação de um estereótipo, ou seja, uma ideia ou um conceito que se estabelece, de forma errônea, como padrão. A partir disso, algumas pessoas tomam esse padrão como verdade, passando a aceitá-lo e defende-lo.
Pode surgir, ainda, por meio de uma educação sem valores, calçados na ideia de igualdade e respeito pelas diferenças.
Tipos de preconceito
O preconceito se manifesta de várias formas, desde simples gestos ou atitudes, passando por atos de discriminação, humilhação, agressões verbais, até manifestações marcadas pela violência, tais como agressões físicas, perseguições e destruição de propriedades privadas.
Em determinadas situações em que o extremismo aparece, pode até causar a morte. O preconceito pode estar relacionado a diversos temas, os mais comuns são os mencionados a seguir.
Preconceito religioso
A pluralidade religiosa costuma ser um tema polêmico. Enquanto algumas pessoas conseguem conviver de forma pacífica com quem tem uma fé diferente, muitas outras têm a tendência de ver a sua religião como única e verdadeira, sentindo-se impelida a contestar outras crenças.
Ao longo da história, inúmeros exemplos mostram o quão maléfico e prejudicial pode ser a intolerância e o preconceito religioso. Os conflitos entre cristãos e muçulmanos, a extensa perseguição aos judeus desde a Idade Média e a brutalidade com a qual os militantes do Estado Islâmico tratavam pessoas de crenças contrárias durante a Guerra Civil na Síria comprovam o perigo que a fé cega em uma determinada crença pode representar.
Preconceito racial
O preconceito racial, muitas vezes, confunde-se com o preconceito étnico. O primeiro caso, também chamado de racismo, baseia-se na ideia de que certos indivíduos são, de alguma forma, superiores a outros indivíduos, tendo como base apenas o fator racial, em detrimento de qualquer outro fator.
No segundo caso, refere-se ao preconceito a determinados grupos em função de sua origem ou cultura. Esses dois tipos de preconceito são, muitas vezes, velados e discretos, pois a pessoa sabe que tal atitude não é correta e, por isso, teme algum tipo de represália.
Por exemplo, não aprovar alguém em uma entrevista de emprego apenas por causa da cor de pele ou da origem. Porém, em muitos casos, podem se revelar extremamente violentos. Os séculos de escravidão dos negros durante o período das Navegações, e a tentativa nazista de exterminar os judeus da Europa durante a Segunda Guerra Mundial são a prova disso.
Preconceito social (ou de classe)
Esse tipo de preconceito, assim como o racial, também é motivado por um sentimento de superioridade de uma pessoa em relação a outra. O status social elevado, uma posição importante ou uma melhor condição financeira denotam, neste caso, a superioridade de quem atingiu o sucesso almejado pela sociedade, deixando de lado os demais fatores.
O preconceito de classe também pode se manifestar com relação à profissão, ao nível cultural, à escolaridade e, até mesmo, à classe ou ao grupo social de um indivíduo.
Preconceito de orientação sexual
Esse preconceito é relacionado à orientação sexual das pessoas pertencente à comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais ou transgêneros) e tem, normalmente, motivações culturais ou religiosas.
Quando o preconceito é especifico contra homossexuais, também é chamado de homofobia, que pode, muitas vezes, se tornar violenta.
Preconceito de gênero
Assim como o preconceito racial, esse tipo de preconceito está fortemente enraizado na sociedade moderna. Neste caso, o preconceito se manifesta quando alguém se considera melhor ou mais capaz que o outro apenas pelo fato de pertencer a um determinado gênero.
Na esmagadora maioria dos casos, essa forma de preconceito se dá com o homem em posição de superioridade perante a mulher. Muitas vezes, essa ideia vem acompanhada de valores religiosos que pregam a submissão da mulher perante ao homem.
Quando esse sentimento de superioridade se transforma em ódio e desprezo, é também chamado de misoginia.
Como combater o preconceito?
O preconceito no Brasil é antigo e, infelizmente, voltou a crescer nos últimos anos. Em um país onde as desigualdades sociais são enormes, manifestações de racismo, homofobia, misoginia e desprezo pelas classes sociais mais baixas são muito comuns, com diversos atos discriminatórios, aversão, ódio e violência. E o mesmo acontece em várias partes do mundo.
No Brasil, a Lei 9.459 de 13 de maio de 1997 classifica como crime a discriminação ou o preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Portanto, a aplicação da lei e a punição de quem incorrer nessa prática é um dos meios de se combater o preconceito.
O outro meio fundamental é com uma educação que contemple todas as diferenças, sejam elas étnicas, sociais, religiosas, culturais, etc., existentes entre as pessoas.