O Sisu é um dos programas governamentais mais importantes na história da educação no Brasil. Ele democratizou o acesso ao ensino superior e permitiu a centenas de milhares de jovens realizarem seus sonhos. Saiba aqui quem criou o Sisu, como funciona o programa e seus impactos.
Quem criou o Sisu?
O Sisu – Sistema de Seleção Unificada – foi criado durante o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, no ano de 2009.
A iniciativa, realizada através do Ministério da Educação (MEC), se deu quando Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e Ministro da Fazenda no terceiro mandato de Lula, em 2023, estava à frente da pasta.
Desta forma, pode-se dizer que Lula e Haddad são os pais do Sisu.
No primeiro semestre de 2010 foi ao ar a plataforma do Sisu. Ela permitia a quem prestasse o ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio, se inscrever para um curso superior em universidades públicas do Brasil.
Como o requisito era apenas ter prestado o ENEM, o Sisu foi pivô de uma transformação na educação brasileira. Com ele, diversos jovens e adultos de diversas fatias sociais puderam entrar na universidade pública.
Antes essas vagas eram pouco acessíveis para as camadas de baixa renda e escolas públicas.
Graças ao ENEM todos podiam prestar provas em suas cidades, estudando nas escolas e em casa, e se inscrever pela internet, democratizando de maneira jamais vista o ingresso ao ensino superior público, que é de altíssima qualidade em nosso país.
Quando o Sisu foi criado?
O Sisu foi criado no ano de 2009 durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e com Fernando Haddad no comando do Ministério da Educação (MEC).
Já no primeiro semestre de 2010 a plataforma do programa estava no ar. Nesta ocasião foram ofertadas 47 mil vagas no ensino superior Nesta ocasião foram ofertadas em instituições de ensino públicas brasileiras.
Com o sucesso do Sisu em garantir acesso à uma educação de qualidade na rede pública, o programa cresceu aceleradamente nos anos seguintes. Por exemplo, em 2011, segundo ano em atividade, as vagas quase dobraram. Apenas no primeiro semestre foram mais de 83 mil vagas disponíveis em 83 universidades diferentes.
Em 2014, que marcou os cinco anos de existência do Sisu, as vagas já eram 171 mil em 115 instituições de ensino públicas. Isto apenas no primeiro semestre. Em 2015 ultrapassou-se a marca de 200 mil vagas, sendo o número oficial 205.514.
Por fim, no ano de 2018 o Sisu estabeleceu o recorde atual de número de vagas ofertadas. Foram 239 mil vagas. No entanto, por conta da pandemia de COVID-19 e cortes sucessivos de verba na educação, este número apenas caiu nos anos seguintes.
Infelizmente, para 2023 o número de vagas será de apenas 209 mil em 70 universidades públicas.
Para se ter uma ideia, este número está abaixo dos registrados em todos os anos desde 2016, último ano do governo Dilma Rousseff e quando houve o processo de impeachment, após o qual o vice-Presidente Michel Temer assumiu o cargo.
Porque criar o Sisu?
A idealização e criação do Sisu teve como objetivo a democratização do ensino superior no Brasil. Ele é mais um dos programas de governo implementados durante os dois primeiros mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva, quem criou o Sisu, responsável também pela criação do ProUni, em 2005.
No entanto, diferentemente do ProUni, o Sisu veio com a intenção de facilitar o ingresso em universidades públicas. Através do sistema unificado e inscrições online, quem tem interesse em uma vaga poderia se inscrever em qualquer lugar do país, sem pagar taxas ou precisar se deslocar.
Além disso, ao usar a nota do ENEM, deu-se mais importância à prova e nivelou-se os parâmetros, já que a aplicação do exame é nacional e não apresenta diferenças como outros processos seletivos independentes.
Outra grande vantagem do Sisu é a ampla disponibilidade de universidades e cursos no sistema. Com ele mesmo, cursos menos procurados estão disponíveis, o que incentiva estudantes a seguirem carreiras científicas ou acadêmicas que antes careciam de profissionais em território nacional.
Mas, ainda mais importante, com a presença de vagas exclusivas para estudantes cotistas, o Sisu tornou-se peça chave em garantir acesso amplo de parcela da população antes marginalizada.
Pessoas de baixa renda, pretos, estudantes de escolas públicas e outros grupos demográficos tiveram, pela primeira vez, a oportunidade de entrar em uma universidade pública. Sem dúvida um marco para a transformação do Brasil em uma pátria educadora.