A regra do E afirma que muitos traços complexos são determinados por interações entre vários genes. Isto significa que mesmo que você tenha os mesmos genes que outra pessoa, ainda pode haver diferenças entre seus fenótipos (ou traços observáveis). Neste artigo vamos falar sobre o significado desta regra para a genética.
A regra do “E” e a relação com os múltiplos fatores
A genética é uma ciência complexa, mas há algumas maneiras de simplificá-la. Uma dessas simplificações é chamada regra “e”, que é um princípio que afirma que muitos traços complexos são determinados por múltiplos fatores.
Por exemplo, sabemos pela genética que a cor de seus olhos não é determinada por um único gene, mas sim por vários genes trabalhando juntos. O mesmo vale para sua altura ou se você tem cabelos encaracolados — há muitos genes diferentes envolvidos na determinação destes traços.
Ou seja, a regra do “e” nos diz que a maioria dos fenótipos, ou os traços observáveis de um organismo, são determinados pelas interações entre muitos genes.
Como exemplo, considere se você tem cabelos castanhos e olhos azuis. Esta combinação é possível porque ter um gene de olhos castanhos e um gene de olhos azuis não faz com que você nasça com dois olhos que combinam com a cor do seu cabelo. Em vez disso, há pelo menos um outro gene envolvido na determinação da cor dos olhos que será expressa. Portanto, pode ser que haja vários outros genes envolvidos neste processo.
Estes genes diferentes que trabalham juntos resultam em uma certa característica ou traço expresso no fenótipo de um organismo. Isto significa que eles afetam a aparência ou o comportamento de um organismo.
Por exemplo: Um gene causa cabelos vermelhos enquanto outro causa olhos verdes; quando estes dois traços estão presentes juntos no mesmo indivíduo, então eles terão cabelos/olhos vermelhos/verdes, respectivamente.
A regra do “e” se aplica a todas as áreas da biologia
Esta regra se aplica a todas as áreas da biologia, não apenas à genética. Por exemplo, se um organismo tem células vermelhas do sangue (hemácias), provavelmente ele também tem proteínas de hemoglobina em suas hemácias.
No entanto, isto não significa que todo organismo com células vermelhas do sangue tenha proteínas de hemoglobina nelas – significa simplesmente que provavelmente têm.
Referência
GRIFFITHS, A. J. et al. Introdução à genética. 7. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.