Rei Arthur é um dos maiores e mais conhecidos mitos da história européia. Quem nunca ouviu falar sobre os Cavaleiros da Távola Redonda, Camelot e a espada Excalibur, o amor entre Lancelot e Guinevere ou o Santo Graal?
Esse lendário rei bretão, que teria vivido entre o final do século V e início do século VI, tem uma forte presença no imaginário europeu, como um símbolo de coragem e nobreza. Vamos conhecer um pouco sobre esse controverso personagem da história inglesa? Confira informações completas, aqui no Gestão Educaciocaml!
Fato ou Mito?
Não existe comprovação histórica da existência do Rei Arthur. O que existe são um amontoado de lendas e algumas poucas menções. De fato, o período entre o fim da presença romana na antiga Bretanha (atual Inglaterra) e a dominação das tribos germânicas (entre elas, Anglos e Saxões), que vai de aproximadamente 410 d.C. até 600 d.C., é um tanto quanto obscuro, carecendo de fontes históricas mais confiáveis.
Um fator que endossa a não historicidade do personagem é o fato de que nem Gildas ou Beda, autores dos séculos VI e VII e, portanto, mais próximos do período no qual Arthur teria vivido, citam-o em suas obras.
Uma das menções mais antigas a Arthur pode ser encontrada no Annales Cambriae, obra atribuída a Nennius, um monge galês do século IX. Ele também aparece na Historia Regum Britanniae, escrita por Geoffrey de Monmouth, nas obras de Chrétien de Troyes, ambos autores do século XII, e no famoso Le Morte d’Arthur, de Thomas Malory, publicado em 1485.
Essas fontes são consideradas pseudo-históricas, misturando fatos históricos com lendas e mitos populares da Inglaterra medieval. De qualquer forma, isso não impediu que Arthur se tornasse uma figura extremamente popular. É da junção das obras desses três autores que surgiu a visão clássica sobre a vida do Rei Arthur.
Nascimento
Arthur teria nascido por volta do ano 476 d.C., na Cornualha, região sudoeste da Inglaterra. Era filho de Uther Pendragon, Grande Rei da Bretanha, e Igraine, cuja origem remonta às grandes feiticeiras de Avalon, a ilha sagrada.
Atendendo a um pedido do Mago Merlim, Arthur foi enviado para ser educado por Sir Ector, um cavaleiro fiel do rei, e ninguém deveria saber sua verdadeira identidade.
Excalibur
Com a morte do rei, houve uma grande disputa para decidir quem o sucederia. É então que surge a famosa grande espada, com os dizeres “aquele que retirar a espada da pedra será o novo rei da Bretanha”. Merlim revela a Arthur sua condição de herdeiro do trono e o leva para retirar a famosa espada Excalibur, tornando-se rei.
Távola redonda
Uma vez coroado, Arthur se casa com Guinevere, filha do conde Leodegrans, e vai viver em Camelot, onde ficava a célebre Távola Redonda, uma imensa mesa redonda onde o rei e seus cavaleiros se sentavam para discutir assuntos concernentes ao reino.
Luta contra os Saxões
Arthur passou boa parte de sua vida lutando contra os saxões, um povo de origem germânica que invadiu a ilha britânica décadas após a saída das tropas romanas. Entre as muitas batalhas travadas, destaca-se a batalha de Monte Badon, onde Arthur teria infligido uma séria derrota aos invasores, que permitiu longos anos de paz ao reino.
A busca pelo Santo Graal
Com a paz no reino ameaçada, os cavaleiros sentados à Távola têm uma visão do Santo Graal, o cálice sagrado utilizado por Jesus na Última Ceia, e utilizado por José de Arimatéia para colher o sangue de Cristo durante a crucificação. Os cavaleiros partem então em busca do Cálice Sagrado, único artefato capaz de pacificar o reino novamente.
A traição de Lancelot e Guinevere
Arthur descobre que sua esposa e Lancelot, seu melhor cavaleiro e amigo, viviam um romance. Furioso, o rei expulsa Guinevere, que vai viver em um mosteiro, e condena Lancelot à morte, mas o cavaleiro consegue fugir. Esse acontecimento marca o início do declínio de Camelot e do reinado de Arthur.
A morte de Arthur
Arthur declara guerra a Lancelot e sai com seu exército a seu encalço. Mordred, seu filho bastardo, aproveita a ausência do pai para usurpar o trono. Os dois exércitos se encontram na Batalha de Camlan. Mordred é morto por Arthur, que fica gravemente ferido. Arthur pede para que um de seus cavaleiros jogue a espada Excalibur em um lago, sendo depois conduzido de barco até a ilha de Avalon, para se recuperar dos ferimentos.
As histórias do Rei Arthur tiveram grande influência na literatura medieval europeia e na literatura inglesa moderna. Independente de sua historicidade, seu mito permanece como figura viva no imaginário ocidental.