O Renascimento surgiu na Itália, mais precisamente em Florença, no início do século XV. Até o fim de 1400, já havia se espalhado por todo o país e tomado a Europa, permanecendo assim por séculos, até uma era mais moderna. Apesar de ter características comuns, tudo era muito complexo, estudado, aperfeiçoado, calculado e detalhado, para tornar a obra uma perfeição da realidade, com noções de perspectivas, até mesmo em um desenho no papel.
Além de reviver a cultura greco-romana e aperfeiçoar a arte, ocorreram, nesta época, grandes evoluções cientificas, grandes destaques na literatura e a evolução do homem perante a sociedade.
Na época, o homem tornava-se cada vez mais explorador, conquistando novos mundos pelo mar, sendo cada vez mais confiante, lutando contra o domínio da igreja, deixando de pensar tanto em Deus e pensando mais em si mesmo.
Os pesquisadores dessa passaram a explorar o homem e a natureza que o cerca, buscando sempre a perfeição para a arte, com estudos de anatomia e cálculos matemáticos, para que o realismo da figura, da iluminação e do ambiente fossem próximos aos reais.
Início do Renascimento
Há três séculos, pelo menos, a humanidade mergulhou em um período (localizado entre o período medieval e o período moderno), que mudaria para sempre a história no mundo. O que aconteceu na Europa, principalmente na Itália, no século XV, transformou o modo do homem pensar sobre si mesmo e, por consequência, acarretou em uma renovação moral, intelectual e política.
Da Idade Média até esse período, havia um sentimento religioso muito forte, imposto pela teologia católica. Mas, entre os séculos XV e XVI, o centro de tudo passou do divino para o humano, principal característica de uma época batizada com o nome de “Renascimento”, que propõe a ideia de “nascer outra vez”.
Durante o Renascimento, o poder da Igreja Católica foi questionado, a partir do descontentamento de Martinho Lutero, o que gerou a Reforma Luterana e a criação da Igreja Luterana e, posteriormente, outras igrejas protestantes.
Além disso, houve uma completa revolução artística, literária e social. Os artistas renascentistas passaram a reutilizar, após um intervalo de quase um milênio, formas características da arte clássica, como a arte grega e a arte romana. Também, houve a aplicação de uma nova descoberta técnica: a perspectiva, conjunto de regras matemáticas e de desenho, que permitem reproduzir o aspecto real dos objetos.
O realismo foi uma das principais características utilizadas pelos artistas, nesse período., sendo que o artista não via o homem apenas como um observador do mundo que expressava a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio Deus, pensando no mundo como uma realidade a ser compreendida cientificamente.
Os pintores fizeram uso do claro-escuro para pintar em suas obras áreas iluminadas e outras com sombra, em um jogo de contraste, que reforçava a sugestão de volume dos corpos. Foi nesse período, inclusive, que os pintores começaram a utilizar tela e tinta à base de óleo para expressar a arte.
A época renascentista é considerada, até os dias atuais, a fase na qual os maiores artistas da história estiveram presentes, nos deixando de herança uma cultura rica e nomes que serão eternamente lembrados.
Grandes nomes do movimento
Alguns dos pintores destaques da época foram Leonardo da Vinci – um dos maiores gênios da humanidade, que, além de pintor, era escultor, escritor e cientista, autor de “A última ceia” e “A Gioconda”, mais conhecida como “Mona Lisa”; Sandro Botticelli – excelente pintor, que retratava o divino, tendo como seu mais famoso quadro “O nascimento de Vênus”; e Michelangelo Buonarotti – um dos maiores nomes da época, que levou 4 anos para pintar a Capela Sistina, no teto da Catedral de São Pedro, além de também ser lembrado por suas esculturas, como a de “Davi”.
Na arquitetura, as características principais eram a busca da perfeição e da beleza, utilizando a matemática e os cálculos geométricos para alcançar harmonia e equilíbrio, priorizando linhas retas, ordem e formalidade e atentando-se a grandes proporções. Utilizando colunas, arcos, cúpulas e abóbodas, com toques do período clássico, destacaram-se Michelangelo e Rafael (também escultores), Andrea Palladio, Filippo Brunelleschi, entre outros grandes arquitetos da época.
Na literatura, nomes como Dante Alighieri (Divina Comédia), William Shakespeare (Romeu e Julieta), Miguel de Servantes (Dom Quixote), Luís de Camões (Os Lusíadas) e Nicolau Maquiavel (O príncipe) deixaram suas histórias até hoje.
Em meio às ciências, Nicolau Copérnico surgiu com a Teoria Heliocêntrica (o sol no centro do universo), e Galileu Galilei, considerado o pai da ciência moderna. Com o declínio do feudalismo, o comércio e a urbanização foram tornando-se cada vez mais fortes, sendo que o homem que buscava o individualismo e o seu papel em meio à sociedade deu o ponta pé inicial para o que temos e somos hoje.
Além de modificar a arte, o Renascimento também provocou uma mudança no meio científico, com a predominância de outras características importantes do período. O homem passou a ter a convicção de que tudo poderia ser explicado pela razão humana e pela ciência. Com isso começaram a serem desenvolvidas ações que envolviam a observação e a experimentação.
Foi nessa época, também, que ocorreu a percepção de que o mundo é redondo e iniciaram as grandes navegações, primeiro vinculadas ao comércio oriental e depois à exploração da América.
Hoje, na Pós–Modernidade, o Renascimento ainda influencia na forma com que o ser humano relacionava-se. Inteligência, conhecimento e dom artístico passaram a ser qualidades muito valorizadas, assim como nos séculos XV e XVI.