O ano de 1789 foi de grande importância para toda a Europa e mundo ocidental, em especial para a França. Nesta época, iniciou-se a Revolução Francesa, que decretou o fim dos regimes monarquistas absolutistas. Naquele tempo, os reis e suas cortes dominavam completamente economia, segurança, trabalho e todos os aspectos da vida social comum.
Todo o controle do que hoje chamamos de Estados e nações estava nas mãos e decisões da aristocracia, ou seja, as pessoas que eram familiares dos monarcas e outras poucas escolhidas para exercerem tais funções. Os ideais revolucionários também confrontavam os dogmas da Igreja Católica Romana, instituição com grande poder econômico e político, desde a Idade Média.
Em pouco tempo os intelectuais da classe burguesa influenciaram o pensamento dos artesãos, camponeses e demais trabalhadores dos serviços primários, baseados nas ideias do Iluminismo. As condições sociais nas relações de trabalho e amparo do rei ao povo estavam insustentáveis.
Enquanto Luís XVI exibia poder e riqueza no Palácio de Versalhes, toda a população sofria as consequências de uma má administração dos recursos das colheitas, além das perdas militares em guerras. Na época, a França investiu pesado, apoiando os rebeldes nas colônias americanas contra os britânicos, no território onde hoje está os Estados Unidos da América.
Revolução Francesa: o início
A Grã-Bretanha era o maior rival militar e econômico dos franceses, há centenas de anos. A crise financeira foi tão devastadora que grande parte do povo francês passava fome e os que dispunham de recursos tiveram seus tributos elevados em um nível absurdo.
Em junho de 1789 ocorreu a chamada Queda da Bastilha, um evento muito importante para a revolução. Durante dois anos, até 1791, foi formada a Assembleia Constituinte. Representando os burgueses, camponeses e artesãos, com a participação de membros do clero e aristocratas, as propostas visavam a diminuição do poder do rei, permitindo ao povo maior participação na vida política.
Era também uma tentativa de conciliar os burgueses, homens que conquistaram riqueza com trabalho, e os nobres, que adquiriam poder com títulos hereditários e concessões reais. A dificuldade de se negociar a reforma política e econômica foi tanta que em todas as cidades da França formaram-se milícias armadas, resultando em uma onda de saques, roubos e violência.
Ainda assim, a Assembleia Nacional Constituinte aprovou diversas mudanças sociais e implementou a clássica Declaração dos direitos do Homem e do Cidadão – um marco históricos depois de centenas de anos de regime monárquico absoluto. No fim de 1791, foi promulgada a Constituição da França, renovando completamente o governo francês, tornando-se um marco das democracias modernas.
Girondinos e Jacobinos
Porém, em poucos anos, o governo de monarquia constitucional estava dividido entre os partidos dos girondinos e dos jacobinos. Estes últimos representavam a média e pequena burguesia, sendo seu líder mais conhecido Maximilien Robespierre. Sendo instaurada a ditadura jacobina, a França viveu um período de terror. O governo promovia decapitações por guilhotina em praça pública, contra supostos traidores da revolução. De 1792 a 1794, a França viveu o período histórico chamado o Grande Medo.
Guilhotinados morreram o rei Luís XVI, sua esposa Maria Antonieta, e milhares de pessoas perseguidas politicamente. Também, as igrejas foram fechadas e o catolicismo foi proibido em toda nação. Como que por ironia, em pouco mais de dois anos no poder, Robespierre acabou sendo punido com a guilhotina.
Consequências
Como consequência da Revolução Francesa, diversas monarquias europeias reuniram-se para travar guerras contra o novo governo francês. Áustria, Prússia e Grã-Bretanha batalharam contra esta nova França em formação.
Em 1799, o partido girondino, no poder desde 1794, recorreu ao Exército, para superar as ofensivas militares dos invasores. Surge, então, o período das Guerras Napoleônicas. O Império do famoso general francês Napoleão Bonaparte obteve grande sucesso militar, ao vencer inúmeras e importantes batalhas, sendo caracterizado como um dos maiores gênios militar de todos os tempos. A formação da nação brasileira foi fortemente influenciada pelas ações de Napoleão.
A Revolução Francesa alterou profundamente a Europa e todo o mundo ocidental. A nobreza e o clero foram enfraquecidos em seus privilégios, dando maior autonomia às diversas classes sociais. O feudalismo encontrava seu fim, sendo substituído pelo capitalismo e pela Revolução Industrial.
Inaugurou-se a separação dos poderes do Estado, separando religião e política, e iniciou-se a ideia de uma Constituição, para reger os princípios de uma nação, contemplando todos os homens. Embora todas as guerras e a violência desenfreada, este período lançou os fundamentos dos governos e das nações modernas. O decreto do fim das monarquias absolutistas tornou possível as democracias e outras formas de governar.