O Romantismo foi a escola literária que surgiu logo depois o Arcadismo e antes do Realismo e Naturalismo, permanecendo em ativa entre 1836 a 1881. Como o nome diz, é um movimento que valoriza os sentimentos e a emoção.Para saber mais, leia informações completas sobre o movimento, abaixo.
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Contexto Histórico do Romantismo
Os primeiros sinais do culto à natureza (característica marcante do movimento) são vistos nos primeiros romances dos escoceses durante o século XIII, porém o surgimento do Romantismo aconteceu em um período de rebeldia da população, que enfrentava a queda de sistemas corruptos e o surgimento do liberalismo econômico.
O Romantismo surge primeiro na Alemanha, por meio do movimento Sturm und Drang – que significa tempestade e ímpeto -, ele baseia-se no exagero das emoções e opõe-se aos sentimentos artificiais do Arcadismo. Após, ganha destaque na França e Inglaterra, posteriormente espalhando-se por toda a Europa.
A primeira obra que marca o início dessa escola literária é Os sofrimentos do jovem Werther, do autor Goethe, no ano de 1774.
As obras do Romantismo retratam, na maioria das vezes, a vida da burguesia, classe que ganhou força após a Revolução Francesa. Além disso, há mais sentimentos e questões do cotidiano descritas, seja na música, nos livros e na arte em geral.
Aqui no Brasil, o movimento ganha força com a Independência do Brasil (1822), a Guerra do Paraguai (1864/1870), o Primeiro Reinado (1822/1831) e a Abolição da Escravidão (1888).
Principais Características do Romantismo
A escola literária do Romantismo possui as seguintes características marcantes:
Individualismo
Os escritores procuram retratar seus sentimentos, fugindo um pouco do pensamento coletivo que marcava o Arcadismo.
Subjetivismo
Por meio dos verbos em primeira pessoa, é possível notar a opinião do autor sobre determinado assunto, mesmo que isso envolva seus sentimentos.
Idealização da mulher
Com a imaginação em seu auge, os autores idealizam as mulheres como virgens e sempre muito lindas.
Escapismo
Devido às consequências da Revolução Francesa, é possível compreender a vontade de fugir da realidade – muito descrita nos romances -, chamada escapismo, na qual acontece a busca por um mundo utópico, porém, que só seria encontrado em épocas medievais.
Indianismo
Valorização do índio, presentes em obras como O Guarani ou Iracema de José de Alencar. Isso acontecia pela idealização do herói brasileiro, destacando traços nacionais na literatura do Romantismo.
Sentimentalismo
Temas como saudade, desilusão, amor e tristeza tomam conta dos livros e das poesias, trazendo à tona os sentimentos reprimidos de forma exagerada. É a era da emoção!
Interação da natureza
Diferente do Arcadismo que apenas destaca a natureza, no Romantismo, realmente há a interação desta com o personagem, seja por meio de estações do ano, tempestades, dias de sol ou flores.
Belo e feio
Um exemplo facilmente definido como A Bela e a Fera, há o contraste entre aquilo que é feio com a imagem da perfeição, fugindo da idealização do Arcadismo.
Byronismo
Com nome derivado de Lord Byron (poeta inglês), os personagens possuem traços de vida boêmios, com vícios em bebida e fumo, além da presença de egocentrismo, pessimismo e angústia constante.
Outras características possíveis de destaque são:
- Sem modelo definido de escrita;
- Oposição ao clássico;
- Criação de símbolos nacionais;
- Saudosismo;
- Linguagem pessoal e subjetiva;
- Incentivo ao folclore local;
- Versos livres e sem forma.
Os principais autores do Romantismo internacional foram William Blake, com Sete Livros Iluminados, Samuel Taylor Coleridge, com A balada do velho marinheiro, e William Wordsworth, com O Prelúdio.
Romantismo no Brasil
O movimento tem início no Brasil com a publicação Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães, no ano de 1836, além da Revista Niterói, grande precursora do movimento no Brasil, publicada também em Paris.
Aqui no Brasil, esse movimento literário é comumente dividido em três fases, que são:
Primeira fase romântica
A primeira fase do Romantismo é marcada pelo indianismo, além de que são explorados temas como: natureza, sentimentalismo, retorno ao passado, religião e exagero.
O nacionalismo possui destaque principalmente pela Independência do Brasil, que acabara de acontecer no ano de 1822. Os autores de destaque dessa primeira fase são: Gonçalves Dias, com Canção do Exílio, Teixeira e Souza, com Cânticos Líricos, e José de Alencar, com O Guarani.
Segunda fase romântica
A geração chamada de Mal do Século ou também Ultrarromântica é a que mais tem influencias de Lord Byron (como citado acima). Há uma visão pessimista do mundo, vários traços de egocentrismo, escapismo, dúvida, desilusão e vida boêmia.
Os principais nomes dessa fase, aqui no Brasil, são Álvares de Azevedo, com Noive na Taverna, Casimiro de Abreu, com Meus Oito Anos, e Fagundes Varela com Cantos e Fantasias.
Terceira fase romântica
Conhecida como a “Geração Condoreira”, em referência à ave condor – símbolo da liberdade -, ela é marcada por uma poesia mais libertária e de cunho social.
Os principais autores dessa fase são Castro Alves, com O Navio Negreiro, Tobias Barreto, com Menores e Loucos, e Sousândrade, com O Guesa.