Os anfíbios são animais vertebrados que se caracterizam por possuírem duas formas de vida: a fase larval e a fase adulta. Esses animais foram os primeiros a dominar o ambiente terrestre e existem há mais de 350 milhões de anos. São 5500 espécies amplamente distribuídas, sendo que a América do Sul é a mais diversa, com aproximadamente 1740 espécies. Destas, o Brasil possui 517 seres.
Os sapos pertencem à ordem Anura, e são caracterizados pelas pernas curtas, pele seca e áspera e habilidade de viver em terra firme durante a fase adulta, ao contrário das rãs e pererecas.
As rãs possuem pernas mais longas, pele úmida e suave e são totalmente dependentes da água. Já as pererecas vivem em árvores e possuem membranas interdigitais, utilizadas para escalar.
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Características físicas dos sapos
O corpo dos sapos é atarracado. Medem entre 2,5 e 25 centímetros de comprimento, e as fêmeas são geralmente maiores do que os machos. Sua pele é seca e áspera, com saliências semelhantes a verrugas. Essas saliências possuem glândulas de venenos que são utilizadas para defesa.
Em geral, são de coloração verde-oliva. Algumas espécies podem apresentar a cor verde-escuro e até marrom, com manchas amareladas. Outras são vermelhas ou amarelas-brilhante, com pintas pretas. Seus olhos são protuberantes e não apresentam orelhas. Os ouvidos são pequenos orifícios localizados ao redor da cabeça.
Comportamento
Os sapos possuem hábitos noturnos, passando o dia embaixo da terra, de pedras ou de folhas. Durante o inverno, é comum hibernarem, estado de inatividade. Algumas espécies podem também ficar inativos durante verões quentes e secos.
Habitat
Por serem anfíbios, dependem de locais úmidos. No entanto, são encontrados em terra e ocorrem em diversas regiões do planeta, com exceção de locais muito frios.
Alimentação
Os sapos são animais carnívoros e consomem principalmente insetos e vermes. Algumas espécies maiores podem ingerir rãs e até pequenos roedores e répteis. Para capturar a presa, utilizam sua língua longa e grudenta.
Reprodução
Os sapos se reproduzem anualmente com fertilização interna. Durante o coito, ou amplexo, o macho se prende à fêmea pelo dorso e expele o esperma nos ovos liberados por ela.
Após a fertilização, centenas a milhares de ovos são colocados embaixo da água doce ou em plantas. Algumas espécies produzem ovos que flutuam e outras depositam seus ovos no fundo de rios ou posas.
Dentro de alguns dias ou semanas, os ovos eclodem. Os filhotes são chamados de girinos, pequenos indivíduos que não são muito semelhantes ao adulto. Os girinos têm caudas e guelras, que auxiliam na respiração na água.
Ao longo do desenvolvimento, os girinos sofrem metamorfose. Eles perdem a cauda e desenvolvem pulmões e pernas, assemelhando-se mais ao adulto. Nessa fase, passam a viver em terra. A metamorfose completa pode ocorrer dentro de 2 meses a 3 anos, a depender da espécie.
Curiosidades
Algumas espécies de sapos podem hibernar por longos períodos de seca, permanecendo embaixo da terra sem se locomover ou se alimentar. Dentre essas espécies podemos citar os Proceratophrys cristiceps, Pleurodema diplolister e Physalaemus sp. Embaixo da terra, a temperatura é mais fria e úmida, permitindo sua sobrevivência.
Outra espécie que chega ao extremo é o sapo australiano Neobatrachus aquilonius. Cerca de um mês antes da seca, ele secreta até 45 camadas de pele que forma um casulo, no qual passará um longo período para aguardar as chuvas e um clima mais ameno.
As espécies brasileiras que apresentam esse comportamento vivem na Caatinga, mas não chegam ao extremo do sapo australiano. Eles entram em um estado de depressão fisiológica moderado, diminuindo pela metade o consumo de oxigênio, e ficam enterrados na areia a uma profundidade de até 1,80 metros.
Quando são perturbados, eles saltam de imediato, mostrando que seus músculos não se atrofiam durante a estivações. No entanto, durante a estivação, o estômago dos anfíbios fica vazio, o intestino se encolhe e os ovários das fêmeas ficam cheios, prontos para liberar os óvulos assim que o ambiente se tornar propício novamente.
O conhecimento sobre a fisiologia desses animais pode ser útil para o desenvolvimento de tecnologias de aplicação médica para tratamentos em seres humanos. Por exemplo, pacientes que passam longos períodos imóveis, em detrimento de doenças, estão sujeitos à atrofia muscular, o que não ocorre com os sapos, que são capazes de regular seu metabolismo e preservar suas capacidades musculares.