O Simbolismo foi um movimento literário que surgiu como contraposição ao Realismo e Naturalismo, com ideais românticos em destaque. Seus primeiros registros são franceses, datados do final do século XIX.
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Simbolismo: Contexto Histórico
O final do século XIX é lembrado pelo avanço na ciência/tecnologia e o capitalismo massivo que tomou conta da Europa, espalhando um sentimento de pessimismo diante do novo século que estava por vir.
As grandes cidades europeias estavam superlotadas e, com isso, a migração acontecia em larga escala para vários destinos, incluindo o Brasil. Aqui, acontecia a Guerra de Canudos e a Revolta Armada, ao mesmo tempo em que o Império caia e dava espaço à República, com a política do café-com-leite.
Simbolismo: características
O movimento surgiu como uma resposta ao Naturalismo e Realismo, tendo como primeiro autor de destacar Charles Baudelaire, com a obra Flores do Mal (1857), a qual tratava, sem escrúpulos, de temas como sexualidade, uso de drogas e satanismo.
O movimento queria se distanciar também do Parnasianismo, sem métrica e nem formato para seus versos. Ademais, destacava-se o romantismo e sentimento em sua composição.
Os temas mais explorados pelos autores simbolistas são o misticismo, a morte, a espiritualidade e o ocultismo.
O movimento também é fortemente lembrado pelo uso de sinestesia em seus versos – a mistura de sensações, como olfato, visão, tato, paladar e olfato – e pelo uso de várias figuras de linguagem, como assonância, metáforas e aliterações, que trazia musicalidade à poesia:
- Assonância: igualdade na sonoridade de palavras próximas, ex: sou um mulato nato, no sentido lato, mulato democrático do litoral – Caetano Veloso;
- Metáforas: comparação entre termos perante a semelhança, ex: forte como um touro;
- Aliterações: repetição das consoantes sugerindo sons, ex: boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando – Guimarães Rosa.
O movimento também é chamado de Decadentismo, isso porque aborda vários assuntos relacionados à morte, ao mundo espiritual, à loucura, ao mistério e tudo aquilo que lembra o soturno, dando ao leitor uma linguagem vaga, que permite a interpretação do significado literário mais apropriado, causado pelo subjetivismo.
Tudo isso é fruto do descontentamento do avanço tecnológico do mundo, o qual apenas distanciava as classes sociais e explorava as camadas mais baixas da população. Por isso, o movimento tem tendências em transcender o mundo real, já que somente o onírico seria perfeito.
O Simbolismo no Brasil
O movimento ganha proporção no Brasil no ano de 1893, com a publicação dos livros Missal e Broquéis, de Cruz e Souza, um dos maiores nomes do Simbolismo no país. O movimento dura até a chegada da Semana de Arte Moderna de 1922, dando espaço ao Modernismo.
Cruz e Souza (1861-1898), nascido na cidade de Florianópolis tem as suas obras marcadas pela musicalidade, espiritualidade e temática individualista e sensual – características do simbolismo. Esse autor é conhecido por obras como Tropos e Fantasias (1885), Faróis (1900) e Últimos Sonetos (1905).
Alphonsus de Guimarães (1870-1921) também é um digno representante do simbolismo, lembrado por obras como Nossa Senhora (1899), Dona Mística (1899) e Kyriale (1902), nas quais os principais temas são sensibilidade, morte, solidão, sofrimento, misticismo e religião.
Por fim, Augusto dos Anjos (1884-1914) possui algumas obras nomeadas simbolistas, no entanto, é possível encontrar várias de suas obras no período pré-modernista, também. Ele é conhecido como o “poeta da morte”, por abordar temas sombrios com frequência. Sua principal é Eu (19121), um livro que aborda a visão da vida de modo melancólico.