O vandalismo é um problema que tem afetado a sociedade há muito tempo. Seja patrimônio público ou privado, vários locais e objetos acabam sendo danificados ou até mesmo destruídos por completo por várias razões, trazendo transtornos e gastos indesejáveis.
Para entender melhor essa questão, abordaremos a respeito do vandalismo desde os seus primórdios na História até os dias de hoje. Trataremos, também, do fato de que os jovens têm se voltado mais a esse tipo de prática delinquente, tentando compreender quais as causas desse tipo de ato. Só aqui, no Gestão Educacional!
Origem do vandalismo
O termo vandalismo vem desde os tempos de Roma e diz respeito aos povos que invadiram o Império Romano que, naquela época, já estava fraco, próximo de ruir. Esses grupos invasores eram denominados pelos romanos como bárbaros, já que não possuíam a mesma cultura desenvolvida e vivenciada pela potência romana.
Entre os bárbaros, temos os francos, suevos, burgúndios, eslavos, lombardos, saxões e vândalos, este último um grupo de procedência germânica que, em vários momentos da História, se espalhou pelo continente europeu, até se estabelecer de uma vez na região do Cartago, ao norte da África. Em uma de suas tentativas de dominação na Europa, os vândalos conseguiram invadir Roma e efetuar saques na região, por cerca de duas semanas. Dessa forma, vândalo se tornou sinônimo de saqueador para a cultura romana.
Desde o século XVII, esse termo é carregado de um teor pejorativo nas línguas inglesa e francesa. Mas, a primeira menção oficial a essa expressão que se tem notícia vem da Revolução Francesa, ocorrida a partir de 1789. Há documentos que apontam que, em 11 de janeiro de 1794, o bispo de Blois Henri Grégoire definiu como vândalas as ações dos integrantes do exército republicano.
“O objetivo do relatório era claro: denunciar as destruições provocadas pelo vandalismo e apresentar os meios possíveis para coibir tais atos de ‘dilapidação’ dos bens nacionais, combatendo ferreamente aquilo que se considerava as evidências da ignorância e da ganância de um espírito ‘contrarrevolucionário’ que empobrecia e desonrava a nação. Nas palavras impressas no Relatório, tal denúncia era tomada como o ‘grito de indignação da Convenção’ que reverberaria por toda a Franca, incentivando ‘todos os bons cidadão a vigiar os monumentos às artes, a ajudar a conservá-los’, denunciando os ‘instigadores de atos de vandalismo’”, narra Diego Finder Machado, citando Grégoire, no texto Pensar sobre o vandalismo: os ataques contra o patrimônio cultural e as possibilidades de investigação no campo da História.
O vandalismo hoje
Como a História mostra, o vandalismo acabou se tornando no conhecimento de todos como uma atitude que visa acabar com alguma cultura e sua arte, além, claro, de dizimar o patrimônio alheio. Mais recentemente, especialistas consideram que o vandalismo está ligado a jovens que conseguem canalizar sua energia apenas por meio da agressividade.
“A noção de vandalismo é sempre acionada para ler dois tipos de práticas: uma é a intervenção no espaço urbano que fere o senso estético de certos grupos sociais, mais sensíveis a pichações do que a outdoors (agressivos não só pelo tamanho, mas muitas vezes por seus conteúdos publicitários machistas, racistas, capacitistas etc), e outra é a destruição que não está inscrita sob o signo do desenvolvimento, do progresso, da civilização, ou mesmo que se coloca em oposição a essa lógica do capital, como a ação direta dos Black blocs, por exemplo. A destruição que, em grande medida, pode ser lida como efeito de uma sociabilidade segregacionista e, portanto, violenta, é que costuma receber a denominação de vandalismo”, afirma Aline Passos, no texto Vandalismo, patrimônio público e espaço urbano.
Se por um lado há jovens que se unem em grupos para pichar e danificar patrimônios públicos e privados, existem também os casos de comportamentos mais violentos, que geram atitudes mais extremas, como agressão a prostitutas, homossexuais, moradores de rua, entre outros.
Trata-se de um problema que, junto com o crescimento da violência nas grandes cidades, tem gerado inúmeros distúrbios sociais, levando a se confundir violência com vandalismo. De acordo com especialistas, esse tipo de comportamento demonstra uma carência de propósito de vida, que tem sido diminuída em seu valor, já que os indivíduos não demonstram objetivo para a sua existência.
Desse modo, é fundamental que se tenha uma visão global a respeito do problema para ajudar a compreender o que leva esses jovens a cometer atos de vandalismo e o que pode ser feito para minimizá-los. Por exemplo, uma forma de canalizar esse tipo de agressividade e violência pode ser por meio da arte. Há casos de jovens que tiveram seu potencial artístico despertado e abandonaram a personalidade vândala, tornando-se artistas, grafiteiros etc.