As vozes verbais costumam gerar dúvidas ao estudar a gramática da língua portuguesa. Esse é o seu caso? Então, confira o que elas são, diferentes tipos e para que servem esses elementos gramaticais.
O que são as vozes verbais
Entende-se por voz verbal a forma como o verbo de uma oração é apresentado para designar se o sujeito pratica ou recebe uma ação. Na língua portuguesa existem três vozes verbais, também chamadas de vozes do verbo: ativa, passiva e reflexiva.
Voz verbal ativa
A voz verbal ativa é a mais comum de ser utilizada. Nela, o sujeito é sempre o agente da ação expressa pelo verbo, ou seja, ele é quem pratica a ação. É mais fácil entender analisando os seguintes exemplos:
- João estudou durante toda a manhã;
- Eu fiz a prova em uma hora.
Nesses casos, é possível identificar os sujeitos como aqueles que praticam a ação indicada pelo verbo, porque fica claro que “João” e “Eu” são agentes: um estudou, o outro fez a prova.
De modo geral, é possível dizer que frases na voz verbal ativa apresentam a seguinte estrutura: sujeito agente + verbo (comumente conjugado em primeira, segunda ou terceira pessoa do singular ou plural) + complemento verbal.
Voz verbal passiva
É na voz passiva que as coisas complicam um pouco, porque o sujeito é sempre paciente, ou seja, não pratica, mas recebe a ação expressa pelo verbo. A voz passiva é dividida em dois tipos:
1. Voz passiva analítica
A voz passiva analítica possui uma estrutura própria, sendo formada por sujeito paciente + verbo auxiliar (estar e ser, por exemplo) + verbo principal conjugado no particípio + agente da passiva. Veja exemplos:
- O conteúdo da prova foi estudado por João;
- A prova foi feita por mim.
Se, ao analisar uma sentença, ficou em dúvida de qual voz verbal se trata, ajuda identificar a estrutura verbo auxiliar mais verbo conjugado no particípio. Se houver essas características, trata-se da voz passiva analítica.
2. Voz passiva sintética
A voz passiva sintética também é conhecida como voz passiva pronominal, porque apresenta o pronome “se”, invariavelmente. Nesse caso, a estrutura da frase é a seguinte: verbo conjugado na terceira pessoa do singular ou plural + pronome apassivador (“se”) + sujeito paciente / agente da passiva. Como exemplos, temos:
- Estudou-se o conteúdo da prova;
- Fez-se a prova.
Voz verbal reflexiva
No caso da voz reflexiva, o sujeito é agente e paciente da ação expressa pelo verbo, isto é, ele pratica e recebe a ação, sempre. Frases com essa voz verbal têm em sua estrutura verbo na voz ativa + pronome oblíquo (me, te, se, nós e vós), que atua como objeto direito ou indireto, representando o próprio sujeito.
- Machucou-se durante as férias;
- Olhou-se rapidamente no espelho.
Existem alguns gramáticos que estabelecem uma categoria extra, a da voz reflexiva recíproca, que ocorre quando a oração apresenta dois ou mais sujeitos que praticam a ação e também são pacientes, como pode ser verificado nas frases:
- Eu e minhas primas damo-nos bem;
- João e Maria entreolharam-se
Conversão de vozes verbais
Comumente, provas (principalmente de concursos) que envolvem o tema vozes verbais pedem para apontar como ficaria a conversão de uma voz ativa para passiva ou vice-versa. Mas, afinal, como fazer essa mudança?
[CONFIRA TAMBÉM: COMO FAZER UMA REDAÇÃO?]
Simples: invariavelmente, o sujeito da voz ativa se tornará agente da passiva. Além disso, o objeto direto da ativa ficará como sujeito da voz passiva. Repare como isso é feito no exemplo, a seguir:
Voz ativa: “Eu fiz a prova”
Sujeito: Eu
Verbo: fiz
Objeto direto: a prova.
Voz passiva: “A prova foi feita por mim”
Sujeito: A prova
Verbo auxiliar: foi
Verbo principal: feita
Agente da passiva: por mim.
Entendendo essa regra, fica fácil fazer a conversão, quando solicitada. Somente tome o cuidado de entender completamente o que são vozes ativa e passiva, para fazer a mudança com mais facilidade.
Para que servem as vozes verbais
As vozes verbais têm como finalidade indicar a relação entre o sujeito da oração e a ação expressa pelo verbo. É um recurso interessante na análise de orações, sendo possível a melhor interpretação do conteúdo.
Ter esse conhecimento também funciona como um recurso expressivo para escritores ou quando se faz necessário criar conteúdo para ocasiões específicas, como redações de vestibulares ou trabalhos acadêmicos.