O xamanismo é uma filosofia de vida, portanto, não é qualificado como uma religião pelos seus adeptos. É caracterizado como uma prática médica e espiritual muito antiga, que implica a busca por conhecimento, equilíbrio, saúde e poder. O conjunto dessas crenças visa trazer paz espiritual e bem-estar físico aos seguidores.
O curandeiro, terapeuta ou bruxo, como alguns nomeiam, é o xamã, que pode ser tanto um homem, como uma mulher que têm o conhecimento de levar aos seus adeptos a reconhecer seus limites e confrontar a sua existência.
O xamanismo evidencia a força dos povos antigos em lutar pela sobrevivência e a superar os desafios, já que em tempos pré-colonizadores não haviam as ferramentas de motivação que existem atualmente. Por isso, esses povos tentavam métodos naturais para desenvolverem o seu poder pessoal, o contato com a natureza e a conexão espiritual, também chamada de universo interior – essas eram as armas necessárias para conseguir alcançar o sucesso na vida.
Como é praticado o xamanismo?
Pode-se afirmar que o xamanismo é uma filosofia que ajuda as pessoas a criarem um senso maior de união e disciplina, por isso, é uma crença utilizada para melhorar as relações interpessoais.
Os adeptos dessa filosofia de vida são muito gratos ao planeta pela possibilidade de evoluir, pois respeitam toda forma de vida, buscando o equilíbrio entre corpo, mente e espírito para ter uma visão mais ampla da sua missão na terra.
A busca do seu próprio eu e da cura são as principais razões que fazem com que os adeptos almejem a expansão da consciência, sendo que uma das ferramentas para despertar isso é o santo daime – bebida enteógena, usada nos rituais que fazem com que os adeptos entrem em transe.
A planta usada para fazer o chá é o cipó Jagube, com a folha do Arbusto Rainha, encontrados em grande quantidade na região amazônica. O preparo da bebida leva horas, pois é necessário ferver por bastante tempo. Essas plantas utilizadas são consideradas sagradas, pois, em sua composição, existem componentes que promovem o bem-estar nas pessoas que as ingerem.
No ritual, os praticantes consumem o chá com o objetivo de conectarem-se com o eu interior e com o divino, alcançando uma experiência única e diferenciada, soltando-se de todas as amarras mentais e buscando a cura de medos e traumas.
Durante as reuniões, são usadas canções de poder, danças, histórias e exercícios de respiração e dieta. Os adeptos do xamanismo são devotos da lua, das estrelas, do Sol e de qualquer outra manifestação do universo, pois acreditam que o criador está em todas elas.
O xamanismo também é conhecido por estudar os 4 elementos:
- Água: as emoções;
- Terra: o corpo físico e suas sensações;
- Fogo: o espírito;
- Ar: a mente.
Viver em harmonia entre corpo, mente e espírito é uma das predileções do xamanismo, esse equilíbrio está na relação com todos os elementos, inclusive, com animais, pedras e plantas, bem como na contribuição geral de todo o povo.
As práticas do xamanismo são puramente espirituais, pois referem-se à capacidade que uma pessoa tem de entrar e sair dos estados de consciência, ou seja, isso não se trata somente do transe, mas sim do dom de viajar na realidade incomum para encontra a supra consciência.
Quem pode praticar o xamanismo?
Essa prática pode ser feita por qualquer pessoa, independente da religião. Afinal, é uma das mais antigas filosofias da humanidade. Inúmeras pessoas são adeptas, especialmente aquelas que querem explorar a sua própria existência e entender tudo o que acontece durante a vida.
O xamanismo inspira as pessoas a saírem da zona de conforto e incentiva o enfrentamento aos desafios, para alcançar o crescimento pessoal. O objetivo dessa filosofia é a busca da realização pessoal e o entendimento com o sagrado, para que se possa viver de uma forma mais harmônica com todos os elementos ao redor. É uma verdadeira transformação de forte ligação com a vida!
Para participar da antiga forma de espiritualidade fora das tribos indígenas – principais praticantes -, é indicado procurar os rituais neoxamãs, que também estão espalhadas nos grandes centros urbanos.