O Zoroastrismo é uma crença dos antigos persas baseada em uma mistura de elementos e que também é conhecida como Madaísmo ou Parsismo. Algumas de suas doutrinas foram responsáveis por influenciar religiões como o judaísmo e o próprio cristianismo.
A religião tem como base central o profeta Zaratustra ou Zoroastro, sobre quem você conhecerá mais ao longo deste artigo.
O que foi o Zoroastrismo?
O Zoroastrismo tem como base o livro sagrado “Avestá”. Já os cultos aos deuses são feitos nos chamados “templos de fogo”, que ganhava esse nome porque o fogo era feito em uma pira metálica nos locais. Os sacerdotes eram responsáveis por não permitirem que o fogo se apagasse. Isso porque o “fogo sagrado”, chamado Atar, era um dos símbolos do Zoroastrismo.
A chama precisava ficar acessa para a realização de oferendas por parte do público presente e as pessoas que compareciam ao local também faziam orações diante do fogo.
A religião era monoteísta, mas com elementos de henoteísmo, ou seja, admitia o culto em outras divindidades para além do único deus criador, Zurvã. Tinha também uma crença dualista, que significa a divisão entre o Bem e o Mal, sendo o Bem o vencedor da batalha.
De acordo com a mitologia, Aúra-Masda e Arimã eram irmãos gêmeos, filhos de Zurvã (o Tempo).
Quem foi Zoroastro ou Zaratustra?
Zaratustra, que é mais conhecido como Zoroastro (seu nome grego), foi um profeta da Pérsia, fundador do Zoroastrismo. Ele afirmava ter visões de um deus, que se chamava Ahura Mazda ou Aúra Masda. Esse deus seria o criador de todas as coisas boas e por isso deveria ser adorado. Zoroastro viveu entre 1750 e 1000 a.C, não havendo um consenso sobre qual o período mais exato.
O profeta teria vivido na Ásia Central, em uma área que hoje seria parte do Irã e do Afeganistão. Por disseminar suas ideias, Zaratustra foi perseguido e teve que fugir para Báctria (região que hoje é parte do Afeganistão, Uzbequistão, Paquistão, Tajiquistão e China). Acabou assassinado anos mais tarde.
No que eles acreditavam
O Zoroastrismo defendia uma interpretação dualista do mundo. Ou seja, uma divisão entre o Bem e o Mal.
Além disso, acreditavam em um Deus Supremo, Zurvã (o Tempo), que seria pai de gêmeos. Esses irmãos eram Ormuzd, conhecido também como Ahura-Mazda, Aúra-Masda ou Orosmasdes, que seria a fonte do bem, e Ariman, também chamado de Arimanes ou Angra Mainyu, o mal, que havia se rebelado.
Desta forma, eles acreditavam que as pessoas escolhiam entre o bem e o mal. Isso acontecia na hora de dizer entre falar a verdade ou mentir, entre ajudar ou prejudicar alguém, entre outros momentos.
Caso as boas escolhas das pessoas fossem maiores que as más, elas iriam para o céu. Já se ocorresse o inverso, a pessoa iria para o inferno.
Na hora da morte, o zoroastrismo acreditava que tanto o corpo quanto a natureza eram puros e, por isso, não havia enterro. Os corpos ficavam ao ar livre até serem consumidos pelas aves.
Ensinamentos do Zoroastrismo
Para Zoroastro, Aúra-Masda era a divindade suprema a ser adorada. Além disso, o profeta dizia haver Amesa Espentas, ou “Imortais Sagrados”, que seriam aspectos de Aúra-Masda. Eram eles:
- Vohu Manah ou “Bom Pensamento”;
- Asha Vaista ou “Verdade Perfeita”;
- Khashathra Vairya ou “Governo Desejável”;
- Epenta Ameraiti ou “Devoção Benfeitora”;
- Ameretate ou “Imortalidade”; e
- Hauravatate ou “Plenitude”.
Para alguns zoroastrianos, a noção do dualismo era interna a cada pessoa, de forma que a batalha entre o Bem e o Mal ocorreria dentro de cada indivíduo, ao fazerem suas escolhas.
Outros, por sua vez, defendiam a noção do dualismo cosmológico, segundo o qual Ariman seria responsável pelas coisas ruins que acontecem no mundo, como os desastres naturais, doenças etc.
Há, ainda, a crença em ambos os dualismos, sendo que, ao fim, o bem triunfa. A energia positiva de Ahura Mazda recebeu o nome de “Spenta Mainyu”.
Ascensão e permanência do Zoroastrismo
No século VI a.C., com a ascensão do Império Aquemênida, acredita-se que Dario I, terceiro governante a assumir o trono, tenha declarado o Zoroastrismo como religião oficial.
Diversos templos foram construídos e os Amesa Espentas se tornaram divindades personificadas em vez de apenas conceitos abstratos. A adoração também se estendeu a outras divindades antigas, como Vayu (o Vento), o Sol e a Lua.
Quando Alexandre Magno conquistou a Pérsia, no ano de 330 a.C., muitos templos acabaram destruídos. Os textos sagrados foram queimados no incêndio de Persépolis, capital do Império Persa. Apesar disso, algumas crenças permaneceram, havendo sincretismo com a mitologia grega.
Quando os árabes tomaram a Pérsia, determinando o Islamismo como religião oficial, alguns persas continuaram a exercer o Zoroastrismo. Perseguidos e sujeitos a altos tributos pelo governo islâmico, migraram da região para a Índia no século X.
Ainda hoje, algumas pessoas no Irã e na Índia praticam essa religião.